Muita gente considera essas pranchas de uma quilha só coisa do passado, ou, como está na moda, uma prancha retrô. A verdade é que boa parte dos surfistas nunca experimentou uma monoquilha, ou single fin, como diriam os gringos. Com exceção dos longboarders, quase ninguém mais surfa com monoquilhas. Realmente, essas pranchas podem ser uma experiência interessante para o seu surfe, mas, em caso de dúvida na hora de escolher uma para testar, consulte seu shaper.

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Como funcionam? – Elas diferem muito das triquilhas e você, caso nunca tenha colocado os pés em uma, vai precisar de um tempinho para se adaptar à maneira de executar curvas e ganhar velocidade. Sim, é mais difícil acelerar, já que a quilha única não oferece uma resposta tão eficiente quanto as três quilhas quando pressionadas contra a pista líquida. Isso cria a oportunidade de entender melhor quais partes da onda podem te ajudar a gerar velocidade. Digamos que você terá que fazer um surf melhor pensado.

Cortando a parede da onda em linha reta, as monoquilhas oferecem estabilidade e menos arrasto, pela quantidade menor de quilhas. As triquilhas só são mais rápidas por terem mais mobilidade, tornando mais fácil executar curvas, trocando rapidamente de borda, para acelerar.

As monoquilhas pedem um estilo mais pendular de surf. Uma postura mais ereta que potencializa o uso do peso do seu corpo para executar curvas. Há uma resposta mais lenta entre os movimentos que você executa e a manobra que sua força e posicionamento criam. Portanto, as curvas são mais suaves e alongadas, resultando em mais fluidez e estilo limpo.

As canaletas, que estão de volta ao fundo de várias pranchas atuais, podem ajudar na velocidade e controle de direção, conforme sua configuração. Por outro lado só funcionam, basicamente, em mares lisos e podem causar derrapagens indesejadas. Foto: Reprodução.

Vá com calma – Nada de movimentos abruptos, ao menos até você ter experiência para tentar um surf mais quebrado e anguloso. Não brigue com a prancha, tente deslizar mais suavemente com ela, dependendo do modelo da prancha pode ser que você sinta ela derrapando, perdendo o controle e velocidade ao exagerar no movimento.

Com as monoquilhas o que surge é a necessidade de colocar a prancha no ponto de mais energia da onda, fluindo com ela no lugar de atacá-las, como tornou-se possível com as pranchas com mais de duas quilhas, que pedem um estilo mais ativo. Se você já assistiu a algum filme dos anos 70 fica mais fácil entender isso tudo.

Esse modelo da Silver Surf tem um outline que privilegia curvas longas e uma distribuição de flutuação que facilita em muito a remada. Foto: Reprodução.

Indicação – Vale lembrar que elas necessitam ondas maiores, mais íngremes e fortes, pois facilitam seu uso. Com alguma prática é possível apreciar e se divertir com esse tipo “obsoleto” de prancha. É sempre bom experimentar pranchas diferentes. Pegue uma emprestada, encomende uma mais adequada ao tipo de ondas que você pretende surfar com uma monoquilha. Com certeza você terá prazer no desafio e pode acabar melhorando detalhes do seu estilo e entendimento das ondas. 

Com muito charme e estilo, Stephanie Gilmore mostra que sabe lidar com monoquilhas: