SuperSurf Internacional

Odirlei é o rei

Odirlei Coutinho, SuperSurf Internacional 2011, Xangri-lá, Atlântida (RS)

Odirlei Coutinho conquista sua primeira vitória no circuito mundial. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.
Baiano Rudá Carvalho termina em segundo. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.
Terceiro colocado, argentino Leandro Usuña arranca nota 10 com tubaço na semifinal. Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.
Pódio do SuperSurf Internacional 2011 na praia de Xangri-lá, Atlântida (RS). Foto: Daniel Smorigo / ASP South America.

O paulista Odirlei Coutinho, 31, festejou sua primeira vitória no circuito mundial no último domingo, ao vencer o SuperSurf Internacional na praia de Xangri-lá, Atlântida (RS).

 

Na grande final do evento, válido como etapa de nível 5 estrelas do WQS, ele garantiu o título em uma onda surfada no último minuto da bateria que foi toda liderada pelo baiano Rudá Carvalho, 23.

 

O argentino Leandro Usuña, 23, tirou a única nota 10 do campeonato em um tubo incrível na semifinal e terminou em terceiro lugar, com Peterson Rosa, 36, recordista com oito vitórias em etapas da ASP South America, ficando em quarto no pódio da praia de Atlântida.

Nos próximos dias 31 de maio a 5 de junho acontece outra etapa do SuperSurf Internacional 2011, esta válida pelo ASP World Prime com premiação de US$ 250 mil dólares e 6.500 pontos para o ranking mundial e para o sul-americano da ASP South America.

 

O evento acontece na praia da Vila, Imbituba, Sul de Santa Catarina, que até o ano passado foi sede da etapa brasileira do ASP World Tour. A prova nível 5 estrelas de Xangri-lá ofereceu US$ 120 mil e valeu 2.000 pontos.

“O campeonato foi animal, condições extremas, ontem (sábado) quase quebrei meu pulso aqui quando voei do jet-ski lá no fundo, mas hoje deu tudo certo, fui campeão na última onda, mar super difícil e toda a galera está de parabéns, porque surfaram muito também”, diz Odirlei Coutinho.

 

“Quero oferecer essa vitória a minha mãe, meu pai, toda minha família e também pra galera aqui de Porto Alegre, de Xangri-lá, que nos receberam muito bem. Também quero parabenizar o pessoal do jet-ski que trabalhou muito bem durante os dias de mar complicado aqui. Realmente o campeonato foi um sucesso”, diz o paulista.

Odirlei também comentou sobre a calmaria que marcou a bateria final, com as séries demorando muito para entrar na praia de Atlântida justamente na decisão do título.

 

“Eu decidi ficar lá no fundo esperando e foi lá que entrou a esquerda que foi minha primeira onda boa. O Rudá (Carvalho) estava ganhando, mas eu estava na prioridade da direita que me deu a vitória, remei junto com ele e joguei tudo na junção, que aqui é bem difícil porque a bancada é muito rasa e foi show de bola. Deu altas ondas no campeonato e a galera daqui é demais, só tenho que agradecer a todos”, conta Odirlei.

O domingo decisivo do SuperSurf Internacional começou às 7 horas no mar bem diferente das condições extremas do sábado. No entanto, as ondas de até 1,5 metros apresentavam melhor formação e alguns belos tubos foram surfados durante o dia. O próprio campeão pegou um. Mas o melhor mesmo foi o do argentino Leandro Usuña na semifinal, que valeu a única nota 10 do campeonato. Aliás, ele foi o primeiro surfista da Argentina a receber nota máxima em eventos da ASP.

“Estou muito contente. Fiquei uns dez minutos sem pegar nenhuma onda e não queria sair da bateria sem surfar nada”, conta Leandro Usuña. “O mar muda muito rápido aqui. Fiquei lá fora, não veio nada, aí remei mais pro inside pra surfar. Foi quando entrou aquela onda mágica vinda não sei de onde. Talvez, alguém de Mar Del Plata mandou pra mim. A onda já armou o tubo e botei pra dentro. Eu estava em último na bateria e consegui a classificação com a nota 10”.

Só que na final, as ondas praticamente sumiram. A bateria decisiva começou às 13 horas, com céu nublado e longas calmarias. Odirlei Coutinho pegou a primeira onda, mas ela fechou rápido. Já Rudá Carvalho foi quem surfou a primeira onda boa, acertou duas manobras fortes numa direita da série e ganhou nota 6.67 para largar na frente na briga pelos US$ 16 mil. As ondas só começaram a bombar quando faltava menos de dez minutos para terminar a bateria.

Rudá Carvalho acha outra esquerda e repetiu a dose com duas manobras para se consolidar na ponta com nota 4.33. Odirlei iniciou a reação com uma nota 6.33 em uma boa esquerda, enquanto Peterson Rosa e Leandro Usuña boiavam sem achar ondas.

 

Peterson pegou sua primeira onda nos cinco minutos finais, mas fechou. Leandro entrou na seguinte, mas também foi fraca. Já Odirlei pegou uma direita da série a um minuto do fim, acertou uma manobra muito forte e jogou tudo na junção para arrancar nota 7.83. Com ela, confirmou sua primeira vitória em etapas da ASP com 14.16 pontos, contra 11.00 de Rudá Carvalho, 5.13 de Leandro Usuña e 4.93 das duas melhores ondas de Peterson Rosa na final.

“Eu estava focado pra vencer esse campeonato. Consegui chegar à final e o segundo lugar também é um ótimo resultado”, fala Rudá Carvalho, que faturou US$ 8 mil pelo vice-campeonato.

 

“Perdi o título naquela direita. O Odirlei estava na prioridade (de escolher a onda) e a onda veio em cima dele. A onda era perfeita, ele foi lá e fez a nota. Eu ainda tentei reverter o resultado, mas o mar está difícil, quase não entrou ondas na final e estou super feliz pelo resultado. Foi minha primeira final no Circuito Mundial e o segundo lugar também foi bom para mim”.

O paranaense Peterson Rosa não conseguiu aumentar o seu recorde de oito vitórias em etapas da ASP South America, mas saiu de Xangri-Lá renovado pelas brilhantes atuações no mar difícil de Atlântida. Foi dele o maior placar do SuperSurf Internacional, 17.10 pontos com as notas 8.60 e 8.50 que somou em uma das suas baterias no sábado.

“Infelizmente não consegui me achar no mar, não veio onda pra mim, mas estou amarradão por ter voltado a fazer uma final, subir no pódio de novo mesmo com 36 anos de idade contra essa molecada toda que está arrebentando”, diz Peterson Rosa, que confirmou sua participação no SuperSurf Internacional Prime que será realizado nos dias 31 de maio a 5 de junho na praia da Vila, Imbituba.

Resultado do SuperSurf Internacional 2011

 

1 Odirlei Coutinho (Bra)

2 Rudá Carvalho (Bra)

3 Leandro Usuña (Arg)
4 Peterson Rosa (Bra)

5 Alex Ribeiro (Bra)

5 Diego Rosa (Bra)

7 Simão Romão (Bra)
7 Halley Batista (Bra)

9 Luel Felipe (Bra)
9 Patrick Tamberg (Bra)
9 Vincent Duvignac (Fra)
9 Peterson Crisanto (Bra)

 

Ranking do ASP World Tour depois de 15 etapas

 

1 Kelly Slater (EUA) – 69.000 pontos
2 Jordy Smith (Afr) – 52.000
3 Mick Fanning (Aus) – 44.656
4 Owen Wright (Aus) – 38.700
5 Dane Reynolds (EUA) – 37.557
6 Taj Burrow (Aus) – 36.927
7 Adrian Buchan (Aus) – 36.492
8 Jeremy Flores (Fra) – 35.266
9 Michel Bourez (Tah) – 34.900
10 Bede Durbidge (Aus) – 34.620
11 Adriano de Souza (Bra) – 34.213

12 Jadson André (Bra) – 33.739
13 Damien Hobgood (EUA) – 32.057
14 Chris Davidson (Aus) – 31.325
15 Joel Parkinson (Aus) – 30.007
16 CJ Hobgood (EUA) – 29.692
17 Brett Simpson (EUA) – 29.000
18 Kieren Perrow (Aus) – 26.545
19 Tiago Pires (Por) – 26.292
20 Matt Wilkinson (Aus) – 26.200
21 Heitor Alves (Bra) – 26.087
22 Taylor Knox (EUA) – 24.842
23 Alejo Muniz (Bra) – 24.356
24 Adam Melling (Aus) – 24.307
25 Patrick Gudauskas (EUA) – 21.957
26 Dusty Payne (Haw) – 21.500
27 Julian Wilson (Aus) – 21.399
28 Travis Logie (Afr) – 19.299
29 Miguel Pupo (Bra) – 19.178
30 Willian Cardoso (Bra) – 18.324

31 Gabe Kling (EUA) – 18.045
32 Granger Larsen (Haw) – 18.038
40 Gabriel Medina (Bra) – 14.381 pontos
43 Raoni Monteiro (Bra) – 13.893
53 Wiggolly Dantas (Bra) – 11.533
61 Thiago Camarão (Bra) – 10.443
63 Jessé Mendes (Bra) – 10.243
65 Hizunomê Bettero (Bra) – 10.072
70 Leonardo Neves (Bra) – 9.826
75 Junior Faria (Bra) – 9.161

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