Durante uma tradicional sessão das 4:20, eu e Yuri Castro tomávamos um café enquanto assistíamos as imagens dos últimos treinos. Cansados dos mesmos ângulos e da época de tainha, onde é proibido surfar em várias praias do litoral Sul brasileiro, resolvemos pegar a estrada para um lugar afastado e tranquilo.
Decidimos pelo Uruguai. Já conhecíamos a região e tinha tudo que a gente queria: ondas sem crowd, carne boa, doce de leite, vinhos, árvores de bosque e paz.
Para completar o time, convidamos o cinegrafista Otavio Augusto, que ficou responsável por registrar as sessões. Amigo de infância, deixou a barca ainda mais espontânea. Conseguimos apoios da Lost, da Weird, da Freestyle e partimos.
Pouco tempo depois de cruzar a clássica fronteira do Chuy, estávamos em um point break chamado La Moza, dentro de uma reserva militar. Ficamos três dias no pico, mas o mar não passou de meio metro.
No quarto dia, a previsão indicava um bom swell para a praia de La Paloma, resolvemos conferir. O beach break fica localizado mais ao Sul da costa uruguaia e já havíamos surfado lá em outra oportunidade.
Chegamos quase no final da tarde. O vento maral soprava moderado e estava bem frio. Mesmo assim fomos para a água. Não tinha ninguém por perto, apenas uns pinguins boiando no outside. Foi sujo e divertido.
O quinto dia amanheceu clássico: céu azul, vento terral e tubos com baforada. Foi o melhor momento da trip. Passamos dois dias em La Paloma e resolvemos voltar para o point das direitas.
Quando chegamos de volta, infelizmente, não havia mais cabanas para alugar. Então os locais nos indicaram uma praia próxima, chamada Punta Del Diablo, onde passamos os três derradeiros dias da viagem.
O pico conta com energia ímpar e lembra o Farol de Santa Marta (SC). O mar estava bem agitado, com bastante correnteza, mas não impediu o surf nas esquerdas. Para terminar, alguns locais gente fina nos ofereceram um churrasco saidera.
Confira no vídeo acima os melhores momentos da barca.
Foto de capa Mounique Atherino