Onde está o circuito brasileiro?

O pentacampeão brasileiro Roberto Bruno capota alto no Ceará

O pentacampeão brasileiro Roberto Bruno capota alto no Ceará. Foto: Francisco Chagas.
Há muito tempo venho batendo na tecla da importância da mídia no crescimento do bodyboard, de fato é uma preocupação coerente, mas que hoje me faz enxergá-la com outros olhos, não mais como uma causa e sim como uma conseqüência de tudo o que tem acontecido.

 

Estamos terminando o mês de outubro, quase fim do ano, e nosso circuito Brasileiro Pro só contou com uma etapa, entre os dias 26 e 28 de maio, em Rio das Ostras, junto com o latino americano, também válido para o mundial.

 

O evento foi grande, atraiu atletas de toda América do Sul, uma boa estrutura, mas peraí, uma premiação só não faz verão!

Líder do brasleiro Amador, Jéssica Becker. Foto: Julio Cavalleiro.

 

E quem realmente pensa em iniciar uma carreira sólida, começa a questionar sobre as reais possibilidades de seguir adiante. Em primeiro lugar, o prize money de U$ 8 mil foi divido entre as categorias Masculino e Feminino, que pagou em torno de U$ 100 pela inscrição, isso, jogando baixo.

 

Em segundo lugar, após a divisão, estima-se que o vencedor entre os homens, arrebatou US$ 3 mil, o que equivale a uns R$ 7 mil, jogando alto! Vale lembrar que a vitória só tem um dono, e que a premiação diminui a cada degrau. Se dividirmos isso anualmente…

 

Uri Valadão está liderando o mundial. Foto: No friends.com.
Bem, é melhor voltarmos ao ponto de partida, com uma etapa só ninguém se sustenta, nem esse texto! E fica difícil a presença de uma estrutura forte de comunicação e assessoria se não há um trabalho, em evidência, a ser divulgado, assim como, fica difícil investir em um atleta que só competiu uma etapa até o meio do ano.

 

Em contrapartida, o circuito paulista, que também possui a categoria Pro, já teve mais etapas do que o brasileiro e está crescendo. A etapa de Ubatuba, organizada pela competidora Débora Ross, foi um sucesso. Até mesmo a bicampeã mundial na modalidade, a capixaba Neymara Carvalho, foi prestigiar o evento estadual, mesmo estando grávida.

 

Enfim, por onde anda o campeonato brasileiro de bodyboard? Ano passado, uma medida determinou a divisão entre as categorias amador e Pro e os amadores estão competindo mais. Em 2005, já passaram por Maracaípe (PE), Rio das Ostras (RJ), Valença (BA) e Barra do Jucu (ES).

 

Além da divulgação do esporte pelo país, o circuito Amador tem garantido outro ponto importante na carreira de um competidor: treino de bateria, afinal é competindo que se evolui, isso todo atleta sabe.

 

Enquanto rola esse sumiço do circuito Pro, a luta de cada bodyboarder deve se expandir, para manter algo que vai além de um título: a possibilidade de sustentar essa modalidade esportiva com milhares de adeptos, e um infinito oceano pela frente a ser descoberto.

 

O que se espera é que alguma iniciativa dos mais influentes e veteranos no esporte recrie o quadro atual. Organizar uma comissão atuante que represente os direitos de quem está filiado na Confederação Brasileira é um grande passo para o entrosamento entre as duas faces da moeda. Cabe a cada competidor buscar também a evolução do esporte.

 

Não há show quando a platéia vai embora, e se todos temos um único objetivo, a união é a simplificação de todos os obstáculos do caminho.

 

Agradecimentos ao Ricosurf.com

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