Maresia Paulista Pro

Paulo Moura quebra paradigma

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Paulo Moura em Nias, Indonésia. Foto: Arquivo pessoal
 

No esporte é comum ver atletas que se destacam vindo de famílias humildes, muitas vezes sem estrutura alguma e que têm a competição como uma saída para uma vida melhor. No surf, não é diferente. São diversos exemplos. Mas o pernambucano Paulo Moura fez o caminho inverso, quebrou um paradigma.

Filho de médicos, que inclusive têm uma clínica no interior do estado, em vez de manter a tradição da família, optou por seguir o coração, o que lhe desafiava e instigava: o surf. Chegou ao ápice da modalidade, disputando o WCT, a elite mundial, e hoje tem uma vida que a maioria dos surfistas sonha, “caçando” as melhores ondas do mundo.

Junto, concilia as competições e recentemente foi o terceiro no WQS de Arica, no Chile, com ondas de até 12 pés. Mesmo buscando as melhores ondulações do planeta, não deixa de disputar os principais eventos no Brasil e nestes sábado e domingo (18 e 19), será destaque na final do Maresia Paulista de Surf Profissional.

O objetivo, como sempre, é surfar bem. “Gosto muito de Itamambuca e espero ondas boas”, afirma o atleta, que tem grande “bagagem”, quando se fala em surf. Foi campeão brasileiro Junior e Pro Junior em 1998, campeão do US Open Pro Junior em 2000, esteve seis anos consecutivos no WCT, de 2001 a 2006, tendo no currículo a semi do Pipe Masters de 2004 e o quarto lugar na Triple Crown daquele ano. Também foi campeão brasileiro de tow-in, em 2009 e tem mais de dez finais em WQS ao redor do globo.

Paulo Moura começou a surfar aos 11 anos. Seus pais sempre incentivaram o esporte, desde que junto com os estudos. “Após terminar o segundo grau, eu já competia bastante e tinha um futuro no surf. Então, conversei com eles sobre o que queria para a minha vida e me apoiaram. Mas me pediram para eu sempre fazer o que eu gosto, com responsabilidade e profissionalismo. Fazer sempre o meu melhor”, conta.

Segundo ele, a decisão de ser surfista, diante de uma família de médicos, não foi fácil. “Sei que meu pai queria que eu fosse médico, mas eu já amava muito o que fazia e sabia o que queria para a minha vida. Meus pais sempre me apoiaram muito e devo tudo o que conquistei a eles”, ressalta.

Ao chegar ao WCT, foi considerado um surfista completo, em ondas pequenas e tubulares. No ano seguinte que saiu da elite, teve uma lesão grave, rompendo os ligamentos do joelho, ficando quase um ano sem surfar. “Fiquei muito tempo sem patrocínio e um pouco desmotivado. Daí a Rip Curl decidiu investir em mim como freesurfer e me deixando à vontade para competir e foi um novo recomeço”, afirma.

Mas nessa nova fase um novo revés, com mais um rompimento de ligamentos no outro joelho. E de novo, mais um tempo sem surfar. “Fiz uma recuperação muito boa e em cinco meses estava de volta. A Rip Curl esteve ao meu lado e voltei a fazer o que mais amo. Esse ano, consegui alinhar boas surf trips e fiquei em terceiro no WQS de Arica. Peguei uma das melhores ondulações do ano em Nias, na Indonésia, lançando um clipe muito elogiado”, comenta.

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Paulo Moura e família. Foto: Arquivo pessoal
 

Nessa trajetória, mais uma vez a família foi fundamental. Agora, sua mulher, Luiza, e sua filha, Mel, nascida ano passado. “A Luiza sempre que pode me acompanha. Ano passado, Deus me abençoou com o melhor presente de todos, o mais emocionante dos momentos da minha vida. A Mel chegou e trouxe brilho, mais alegria e me mostrou um amor além da compreensão. Sempre amei muito meus pais, mas depois da Mel, valorizo e amo ainda mais. Família é o maior tesouro que um homem pode conquistar nessa vida”, fala Paulo.

“Sou muito feliz e agradecido com o que faço, como vivo. Vida simples, mas pura e intensa. Feliz de estar seguindo na profissão que escolhi e muito motivado de voltar a ter um grande momento na minha carreira”, complementa Paulo Moura, que já tem traçado o plano para o seu futuro: “Surfar, sendo muito profissional, tentar ter um bom momento ainda em competições, mas me dedicando mais do que nunca em surfar as ondas mais perfeitas e desafiadoras do planeta”.

Etapa A terceira e última etapa do Maresia Paulista de Surf Profissional definirá o 31º campeão estadual de São Paulo e também vale importantes 1.500 pontos para o ranking brasileiro, atraindo surfistas de todo o litoral. O líder do Circuito é o potiguar Ítalo Ferreira, hoje um dos brasileiros que está se classificado ao WCT 2015, confirmando a força do evento. Em segundo, aparece o atual campeão nacional, David do Carmo, de Praia Grande.

A competição tem como atrativo os R$ 30 mil em premiação, sendo R$ 8 mil ao vencedor. Além disso, há a Overboard Expression Session, garantindo R$ 1 mil ao autor da manobra mais radical. Já o campeão paulista ganhará uma moto OK, oferecida pela Tent Beach, enquanto que o campeão do Circuito, independente do estado de origem, leva uma passagem para o Havaí, e o vice, viajará para o Peru, na parceria coma Nias Tour.

O público também é premiado com o sorteio de duas pranchas Wave Star, do shaper Eduardo Reco.

O Maresia Paulista de Surf Profissional 2014 tem o patrocínio da Maresia, em parceria com as redes de lojas Overboard e Tent Beach, a agência de viagens Nias Tour e a marca de pranchas Wave Star. A realização é da Federação Paulista de Surf, com apoios do Governo do Estado de São Paulo/Secretaria da Juventude Esporte e Lazer, prefeituras de Guarujá, São Sebastião e Ubatuba, associações de Surf de Guarujá, de Surf de São Sebastião e Ubatuba de Surf, com divulgação da revista Fluir e portal Waves.