Quem diria que um dia teríamos uma relevância tão grande no surfe internacional? Bom, eu diria, mas sabia que levaria tempo. O tempo chegou. Hoje somos muito visíveis no cenário internacional, primeiro por nossos surfistas e, espero que cada vez mais, por nossos produtos.
Uma das parafinas mais populares do mundo, não por acaso, chegará às praias sul-africanas em breve. A brasileira Fu Wax vem ganhando cada vez mais espaço lá fora pelas mãos do Brazilian Storm e outros adeptos dessa parafa no Tour.
Mas essa história não começou ontem. Os irmãos Mansur, Fuad, Wady e Elias (Tuca veio mais tarde) viviam por aqui o descontraído sonho californiano quando iniciaram a Mansurf, em 1966.
A marca ajudaria o nascimento da Fu Wax no Brasil. Na real, para esses caras, o sonho continua, assim como a parafina que, a bem da verdade, foi sendo desenvolvida a partir de uma fórmula básica comprada por eles.
Após a primeira parafa produzida para venda ainda com outro nome, em 1972, o Fuad gastou muito tempo e dinheiro para melhorar o produto. Em 1987, num lance de “alquimia”, Fuad descobriu o que buscava há tempos. Por conta de um erro no ponto de fusão de um dos componentes ele encontrou a fórmula perfeita para a água fria. Em 1992 a parafa ganhou o rótulo com o Fu Wax estampado.
Testada e aprovada nas águas geladas da Patagônia a produção estava a caminho. Demorou um pouco, até por conta do estilo orgânico de ser dos Mansur, mas, ao longo dos anos, a Fu Wax ganhou impulso no boca a boca, e muitos, incluindo surfistas profissionais do CT, passaram a considerar essa parafina como sua predileta.
“A marca vem sendo exportada desde 2012. Hoje estamos no Japão, Austrália, EUA, Israel, Chile, Peru, com algumas remessas esporádicas para alguns outros países da América do Sul e Europa”, explica Tuca. “Exportamos uns 40% de nossa produção anual”, completa Guilherme Mansur, filho do Fuad, envolvido nos negócios da família.
Agora a Fu Wax estará também em lojas selecionadas da África do Sul, mostrando que os produtos nacionais podem e devem ganhar mercado por sua qualidade. É bom constatar que, hoje, boa parte do mundo consome parafina “gringa”, feita no Brasil.