Depois de duas temporadas na elite do surf mundial, a paranaense Bruna Schmitz leva hoje uma vida que não imaginava ser possível fora do WCT. Filmes, fotos e eventos no mundo todo. “Eu competi minha vida inteira, qualifiquei para o Tour, mas a vida acaba ficando repetitiva, sempre indo para os mesmos lugares, as mesmas ondas. Parecia que eu tava vivendo um filme velho”, revela Bruninha, enquanto arruma as malas para voltar ao Brasil depois de passar o ano todo fora.
Depois do sucesso de “Noronha Por Elas”, Schmitz vem para gravar a segunda temporada para o Canal Off, compromissos com a Roxy – sua principal patrocinadora – e, é claro, rever a família e pegar umas ondas em Matinhos.
Bruna conta o que aconteceu quando não se classificou para a temporada 2011. “Logo depois que eu saí do WCT foi quando comecei a fazer todas as campanhas da Roxy pelo mundo. Fiz durante dois anos e ainda competia nas etapas do WQS. Mas eu fui perdendo o ritmo de competição porque já não era mais meu foco”.
Tubos no México Com novos objetivos e o apoio total do patrocinador, Bruna descobriu uma nova vida. “Parei de competir esse ano e tenho feito muitas surf trips, filmagens e fotos pra Roxy que é o que dá mais retorno pra eles. E eu me interessei porque adoro viajar e surfar onda boa. Só este ano estive na Austrália, Bali, Fiji, Tahiti, Panamá, Costa Rica, México e outros inúmeros picos pela Califórnia. As melhores trips do ano foram para o Tahiti e Baja Califórnia, onde peguei os melhores tubos da minha vida”.
E quando o assunto é voltar para o Tour, a resposta é imediata: “Não! Eu faço o trials do WCT da Roxy na Gold Coast e pra mim já supre minha vontade de competir! Surfar Snapper sem ninguém é um sonho! E esse ano também fizemos o Uluwatu Challenge, um campeonato patrocinado pela Quiksilver só com atletas convidados pra arrecadar fundos e manter as praias em Bali limpas! Foi incrível surfar Uluwatu sem ninguém, tinham altas ondas!”.
Revelação do surf amador brasileiro e profissional aos 15 anos de idade, Bruna comenta a atual situação do surf feminino no Brasil. “Eu acho que em termos de competição parou no tempo, não tem mais campeonatos como antigamente. Eu lembro que competia o ano inteiro sem muitos intervalos”.
Por outro lado, Schmitz vê os novos canais de esporte como um novo caminho. “Em termos de mídia com os programas como do OFF eu acho que estão dando um bom retorno pras meninas e o surf feminino. É uma ótima oportunidade fazer parte dos projetos. Mesmo passando praticamente o ano todo fora do Brasil eu vejo o retorno que dá. Minha página no Facebook já passou dos 125 mil fãs”.