Biquilhas Fish

Modelos em alta

Dentro do mundo de pranchas retrô uma coisa chamou a atenção na The Board Trader Show 2017, biquilhas Fish. No fim das contas elas estão cada vez mais em nossas ondas, o que me faz pensar que o retrô tornou-se moderno.

 

Isso pode estar acontecendo pelo número de surfistas em busca de diversão e sensações diferentes no lugar só de performance tipo competição. Também pesa o fato da galera das plainas ter atualizado, em várias versões, o modelo que fez muito sucesso nos anos 70.

 

A releitura das pranchas criadas por Steve Lis, décadas atrás, propagadas hoje por surfistas como Ryan Burch, Torren Martyn, Asher Pacey e Rob Machado, que sucederam as experiências de Tom Curren e depois David Rastovich, só para citar alguns, mostrou sua força pelo número de modelos apresentados por várias marcas.

 

Aliás, a vencedora do Prêmio Best in Show, categoria releitura na TBTS 2017, foi justamente a Twin, um modelo fish keel fin, da Aerofish Surfboards, que tem inclusive outro modelo de biquilha, com bico mais agudo, chamado Flipper.

 

Mas havia outras também muito interessantes, como o modelo Mini Twin, da DHD, o Old School do Marcello Carneiro, produzido pela New Advance, as versões construídas com cortiça ou materiais mais tradicionais do Siebert, as Powerlight e seu modelo Flyer Fish, com possibilidade de uso com quatro quilhas, as Just Paddle, produzidas no Brasil pela Silver Surf Surfboards.

 

Nomes de peso, como Daniel Friedmann, sempre foram adeptos desse tipo de shape e outros, como Edgo, passaram a incorporar as tais fish biquilhas aos seus modelos.

 

A maioria decreta na bula: diversão garantida em ondas de até um metro. Use de 4 a 6 polegadas menor do que sua prancha convencional. Verdade, mas cabe maior explicação, já que nem sempre o decreto acima fica claro. Especialmente os modelos mais largos, acima de 20 polegadas, com rabeta larga, merecem uma versão que fique mais ou menos na altura entre a ponta do seu nariz e seus olhos. Claro, dependendo do modelo, podem ser um pouco menores ou maiores.

 

Essas pranchas normalmente apresentam um deck bem flat, o que espalha a espessura do meio da prancha para as bordas, garantindo bastante volume. São mais retas, com pouca curvatura de fundo, portanto remam bem, mas tendem a fazer curvas mais alongadas. Se forem grandes vão complicar seu surf.

 

As quilhas modelo Keel (de base larga), normalmente instaladas nesses modelos, também fazem a prancha querer seguir sempre em frente. Há velocidade de sobra, mas se a prancha for longa fica difícil curvar, até por isso os longboarders se adaptam com mais facilidade às linhas que essas pranchas te levam a fazer.

 

As biquilhas Fish funcionam em ondas com mais de um metro, mas depende muito do tipo de quilha e, claro, da habilidade do surfista e suas pretensões de linhas a traçar na onda. Tipo de onda? Longa, lisa e veloz. Esse é o ideal. Experimente e não vai se arrepender.

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