Freddy P

Patacchia, o top interativo

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Frederick Patacchia, sinceridade e interatividade com os usuários de seu blog. Foto: Aleko Stergiou.

Eu não conhecia muito sobre o havaiano Freddy Patacchia, surfista da elite do surf mundial, mas depois que comecei a acompanhar o website dele, tenho que dizer, o cara é “treta”.

 

Ele interage com os usuários e responde as perguntas na lata, sem rodeios. E com relação às opiniões divergentes ele escreveu: “Opinião é que nem bunda, cada um tem a sua”.

 

Sinceridade e transparência é coisa rara entre os surfistas do WCT. E uma resposta a um fã foi muito interessante.  Eu não tenho muita paciência para traduzir, mas como muitas pessoas não entendem inglês escrevo a versão abaixo.

 

Vocês do Dream Tour ganham para surfar. E ganham bem. Pare de reclamar que 2009 foi uma merda. Quantas ondas você pegou em 2009? Eu aposto que foi muito mais que eu e todas as pessoas que têm que trabalhar de verdade. E você diz que o calendario (2010) é sem graca? Para com isso, pense melhor e tenha consciência de que a vida que você tem é melhor do que a de 99.9% dos surfistas de verdade pelo mundo. Vai, Jimmy Slade (o nome do personagem de Kelly Slater na série de TV Baywatch).

Agora, a resposta de Patacchia.

 

Perguntaram o que eu achava sobre o novo calendário. Eu respondi honestamente dizendo que é “sem graça”. Não é reclamação, é a minha opinião e a minha resposta para aquela questão em particular. A verdade: o custo para competir no Tour é de US$ 50 mil por ano. Eu não sei de onde você vem conseguindo informações a respeito dos  contratos, mas a maioria dos caras no Tour está ganhando entre US$ 80 e US$ 100 mil. Com US$ 100 mil, depois de pagar as despesas sobram US$ 50 mil e, depois de pagar os impostos, sobram apenas US$ 30 mil por ano. Se você não é top 5 ou queridinho da mídia, você acaba ganhando menos que alguns dos meus amigos que trabalham como pedreiros ou barman.

É claro que a gente viaja e pega muita onda, mas veja o outro lado: surf profissional, como muitos outros esportes, tem uma vida curta. Enquanto nós estamos surfando, o resto do mundo está ganhando experiência e subindo no mundo corporativo. Quando as nossas carreiras acabam, a maioria de nós é jogada no mercado de trabalho. Sem experiência profissional, a gente começa por baixo e, ironicamente, aquele sujeito que nos assistia pela internet dizendo o quanto éramos  sortudos e não deviamos reclamar, acaba se tornando o nosso “chefe”.

 

Confira fotos e reportagens de Marcelo Bolão no site Chuta o Balde

 

Fonte Insurfnews