Pauê ganha próteses especiais

Pauê testa as novas próteses fornecidas pela empresa norte americana Ossur

Pauê testa as novas próteses fornecidas pela empresa norte americana Ossur. Foto: Divulgação FMA Notícias.

O santista Paulo Eduardo Chieffi Aagaard, o Pauê, é um verdadeiro modelo de força e garra para buscar suas conquistas.

 

Único triatleta bi-amputado do Brasil, devido um atropelamento por um trem há quatro anos e meio, quando teve suas duas pernas dilaceradas abaixo dos joelhos, agora ganhou duas novas próteses.

 

Até agora, o triatleta vinha competindo com próteses convencionais – feitas para andar e não para uso específico em competições -, o que lhe causava desconforto e lesões durante as corridas.

 

Depois de chamar a atenção por suas atuações e resultados, Pauê ganhou da empresa norte-americana Ossur duas próteses especiais para corridas, iguais às usadas por atletas de alta performance nos Jogos Paraolímpicos.

 

?As próteses são modelos Sprint Flex Run. O movimento é muito similar ao de um canguru, por ter uma anatomia parecida com um ‘C’ e impulsiona todo o corpo para frente durante a pratica da corrida. O material é feito todo em carbono, leve e resistente?, explicou o atleta.

 

?São ótimas, adorei, e agradeço muito a Deus por isso.  Representa um sonho realizado que tinha há muito tempo?, comemorou.

 

Com os novos equipamentos, confeccionadas com as bandeiras dos Estados Unidos e do Brasil, ele pretende concretizar o sonho de disputar um Ironman. ?Quero ser o primeiro na história a realizar a prova na condição de bi-amputado?, revelou.

 

?As próteses eu já tenho. Agora é treinar, me adaptar bem. Quero começar por baixo, com provas de short triathlon e distância olímpica?, relatou Pauê, que também pretende disputar outras provas.

 

Entre elas repetir a participação na São Silvestre, prova onde foi destaque em 2004, sendo aplaudido de pé por todo o público. ?Esse ano já pretendo fazer a São Silvestre com minhas novas pernas. Acredito que posso diminuir em até uma hora o tempo anterior. As próteses dão sensação de conforto, impulsão, flexibilidade. Parece muito uma mola que te projeta para frente?, destacou.

 

?Infelizmente a realidade do nosso País não permite esse tipo de equipamento. É muito caro e consegui graças ao patrocínio da Ossur, que está apostando em mim?, comentou.

 

A estréia dos novos equipamentos foi nos Estados Unidos. Ele competiu no Triathlon Possabilities Series, prova com 600 competidores, realizada em Loma Linda, Califórnia.

 

?Nada mais justo do que mostrar para os gringos a eficiência do trabalho deles e a gratidão pela satisfação de poder estar correndo com minhas novas próteses?, disse Pauê, que gostou de seu desempenho na prova, onde conseguiu diminuir bem seu tempo na corrida.

 

?Antes, fazia a corrida de 5 quilômetros no short triathlon em 36 minutos. Lá fiz 10 minutos a menos, além de me sentir muito bem em cima das próteses?, recordou.

 

?Tenho de agradecer muito aos meus patrocinadores, Unimonte e Instituto Paradigma, que me apóiam nessa jornada e às empresas que viabilizaram essa viagem, a American Airlines e a ADD. Estou muito feliz com o resultado. Era o que eu esperava?, reconheceu.

 

Segundo o competidor, as próteses significam o início de uma nova etapa em sua vida competitivo e que podem gerar frutos em seu trabalho de integração do esporte adaptado.

 

?Vou me dedicar bastante para, futuramente, conquistar bons resultados e continuar dando orgulho àqueles que investem no meu potencial. Estou muito feliz e quero usar esse incentivo para tentar ajudar outras pessoas futuramente?, ressaltou.

 

?Estarei voltando mais vezes aos Estados Unidos para buscar recursos para ajudar na prática do esporte adaptado no Brasil?, ressaltou Pauê, acrescentando que seu manager,  Fábio Maia, está ajudando muito nessa relação.

 

?Ele é um cara de ouro e confia muito na minha ideologia. Se identificou comigo e quer me ajudar nesse desafio que estou me propondo. Quero, ainda, trabalhar em conjunto com a ADD e o Instituto Paradigma, que estão dispostos a unir forças e trabalhar em prol do deficiente?, contou.

 

A viagem para os Estados Unidos também rendeu conhecimentos. ?Fiz bons contatos, treinamentos. Califórnia é esporte. Tudo lá é muito desenvolvido. As pessoas, as empresas, a sociedade em geral têm uma visão muito avançada. Notei que além da tecnologia dos equipamentos, existe uma preocupação muito grande em atender bem as pessoas com deficiência. tudo é adaptado e acessível?, argumentou.

 

 

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