Paulo Moura quebra recorde na Cacimba do Padre

Paulo Moura - Hang Loose Pro Contest 2005, Fernando de Noronha (PE)

Paulo Moura foi o autor da maior somatória (17,07) do primeiro dia do Hang Loose Pro Contest 2005. Foto: Ricardo Macario.
Depois de disputas acirradas e emocionantes entre os 144 surfistas que competiram na primeira rodada do Hang Loose Pro Contest nesta quarta-feira, o pernambucano Paulo Moura foi o grande nome do dia na Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha.

 

Atual 19o colocado no ranking do WCT, Moura aproveitou seu conhecimento de várias temporadas em Noronha e a experiência de surfar contra os melhores do mundo nos principais point e reef-breaks do planeta para marcar a maior somatória de pontos (17,07) da competição até o momento.

 

Já a maior nota foi do sul-africano Daniel Redman (9,67) na 14a bateria. Devido a sua

Alexandre Miranda totalmente entocado na Cacimba do Padre. Foto: Ricardo Macario.
posição no ranking mundial, Moura seria o cabeça-de-chave número 1 da prova, mas por ter perdido o prazo para a inscrição teve que competir desde a primeira fase.

 

Mas nem por isso o pernambucano se deixou abater e já deu seu recado logo de cara na 18a bateria, superando o jovem paulista Robson Santos, segundo colocado, o francês das Ilhas Reunião Jeremy Flores, terceiro, e o local Pablo Neruda, na quarta colocação.

 

Mostrando conhecimento do pico, Moura se posicionou mais à direita do palanque e começou arrancando um 7.67 em uma direita que aplicou três belas batidas de backside.

 

Depois de tentar insistentemente completar um tubo, ele finalmente achou uma esquerda oca, botou pra dentro e, com muita técnica, andou bastante lá dentro para sair na baforada, completando com mais duas batidas de frontside para ser premiado com um 9.40.

 

“Foi uma bateria muito boa, estou feliz de ter começado bem a temporada aqui em Noronha”, comemorou Moura. “Estou bastante atento este ano. Aqui é um beach-break que exige muita técnica para encontrar os melhores tubos e as melhores ondas, pois elas quebram ora ali, ora do outro lado, e o segredo é estar no lugar certo na hora certa. Graças a Deus eu dei sorte e abri bem”, avalia o atleta.

 

“Conheço essa onda desde moleque e sei que tem lugares que em determinado momento da maré proporcionam bons tubos e procurei tirar proveito desse conhecimento. Mas o importante é estar atento porque aqui é um lugar que qualquer um que saiba surfar bem pode surpreender”, completou Moura.

 

Na 11a bateria, o surfista local Patrick Tamberg levantou a torcida na Cacimba do Padre ao avançar para a segunda fase, em que enfrenta os cabeças-de-chave Rodrigo Dornelles e o australiano Jarrad Howse, além do norte-americano Mike Todd.

 

“Eu tive paciência ali para esperar as direitas e estou muito feliz pela classificação. Sempre tento me manter calmo, sem me preocupar com quem está na bateria e sim só pegar minhas ondas para tentar receber boas notas dos juízes”, disse o surfista.

 

No desenrolar da competição outras duas disputas chamaram a atenção. Na vigésima bateria o franco-atirador Alexandre Miranda, free-surfer paulista que treina em Ubatuba,
roubou a cena ao despachar os ágeis e favoritos Michel Flores (3o) e Heitor Alves (4o), deixando o maranhense Álvaro Bacana na segunda colocação.

 

Em uma bateria de notas baixas em que as posições foram alternadas a todo momento, Miranda abriu com um 4.33 depois de mandar um belo floater em uma direita que quebrava ao lado do canto esquerdo da praia.

 

Apostando naquele pico, acabou encontrando uma bela direita em que dropou, deixou a cair a cortina e saiu limpo do tubo para tirar nota 7,5 e garantir a vitória. Bacana garantiu a classificação ao pegar um bom tubo para a direita na frente do palanque, enquanto Flores e Alves ficaram perdidos no outside tentando achar uma onda salvadora nas difíceis condições do mar.

 

Na disputa seguinte, o guarujaense Eric Myiakawa apostou na mesma direita para pegar um tubo parecido com o de Miranda e sacramentar a vitória sobre Bruno Santos, na segunda posição, Daniel Hardman em terceiro lugar e Bruno Pitanga na quarta colocação.

 

Hardman ocupou a segunda posição até o último minuto da bateria, mas a estrela de Santos brilhou e ele conseguiu descolar um tubo mandou uma batida e um floater para virar no finalzinho.

 

Para não perder tempo, nesta quinta os organizadores realizam uma nova chamada às 7 horas, quando estréiam os cabeças-de-chave do Hang Loose Pro. O top 45 do WCT Raoni Monteiro está na primeira bateria, contra Junior Faria, Rodrigo Trajano e o norte-americano Ben Burgeois.

 

A segunda bateria tem um confronto internacional entre o atleta das Ilhas Canárias Jonathan Gonzáles, o francês Mikael Picon, o norte-americano Dean Randazzo e o brasileiro Ricardo Ortiz.

 

A previsão é de que as ondas mantenham entre 1,5 e 2 metros nos próximos dias, garantindo show de surf para todos que estão acompanhando a competição.


Acompanhe resultados e notas on-line no site oficial do Hang Loose Pro Contest dentro do Portal Waves.Terra.

 

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