Yago Dora

Pé na elite

Yago Dora, Mentawai, Indonésia.

Paranaense radicado em Santa Catarina, Yago Dora, 21, está a um passo de juntar-se aos brasileiros da elite do surfe mundial na próxima temporada.

 

Em recente trip às ilhas Mentawai, Indonésia, Yago surfou pela primeira vez em Greenbush, além de encarar Macaronis e Roxys ao lado do pai e treinador, Leandro.

 

Após duas vitórias em etapas 6.000 do QS neste ano, o paranaense ocupa atualmente a segunda posição do ranking da divisão de acesso, atrás apenas de Jessé Mendes, já garantido no CT em 2018.

 

Com base em 2016, sua pontuação já seria suficiente para conquistar a vaga, mas com três etapas do QS 10.000 pela frente, o surfista não quer perder o foco.

 

Esse ano, Yago mostrou o que pode fazer ao conquistar um terceiro lugar no CT do Rio, eliminando nomes como JJ Florence, Gabriel Medina e Mick Fanning em Saquarema.

 

Na entrevista abaixo, Yago fala sobre a viagem à Indonésia e a expectativa para as próximas etapas do QS.

 

1200x801
Cloudbreak é uma das ondas favoritas de Yago Dora no Championship Tour. Foto: WSL / Ed Sloane.

 

Como foi a trip para Mentawai?

 

Foi uma trip divertida e familiar com meu pai, além do Pedro Barros e seu pai André, e do Léo Kakinho, que também é um bom amigo e uma lenda do skate no Brasil. Passamos nove dias no Macaronis Resort e tivemos a sorte de surfar em Greenbush pela primeira vez, e pegar Macas e Roxys divertidos. Todos nós tivemos uma das melhores viagens das nossas vidas.

 

Você está muito perto da elite. Como controlar essa ansiedade para os próximos eventos de nível 10.000?

 

Eu já fui mais ansioso do que sou hoje, acho que cada vez mais consigo viver o momento presente do que pensar no que tenho que fazer daqui a um mês ou o que fiz no mês passado. Então agora é manter o foco e dar o meu melhor em cada etapa.

 

Há algum tempo você é considerado um dos surfistas mais progressivos da nova geração, mas até a etapa do Rio do CT ainda não havia mostrado todo seu potencial em competições. O que mudou neste ano? Teve que “enquadrar” seu surfe no formato competição?

Este ano, desde o começo, meu foco foi total no QS e já no primeiro 6.000 do ano consegui uma vitória. Isso me deu um clique, como se tivesse descoberto uma “fórmula” que daria certo, mas logo no evento seguinte perdi de cara. A verdade é que não existe esta tal fórmula, a única coisa que faz a diferença está na sua cabeça durante um ano inteiro de Circuito.

 

Como será a preparação no Havaí esta temporada? E qual sua expectativa para as etapas de Haleiwa e Sunset?

Geralmente passo cerca de três meses no Havaí toda temporada, mas este ano planejo ficar menos tempo e fazer algo diferente. Minha expectativa é boa, na temporada passada surfei muitos dias bons em Haleiwa e Sunset. São ondas que desafiam qualquer um, mas algumas das minhas favoritas no QS.

Fale um pouco do trabalho com seu pai e treinador, Leandro, e como é a rotina de vocês fora dos treinos.

 

Passamos muito tempo juntos, tanto em eventos quanto em trips de free surf, mas temos approaches diferentes em cada ocasião. O treino durante competição é mais voltado a fazer o que eu já sei muito bem e escolher o equipamento certo, se poupar um pouco para as baterias. E nas trips, o foco já é buscar a evolução máxima no meu surfe, tentando o meu melhor em termos de performance.

1200x801
Yago com o pai e treinador Leandro durante a vitória no QS 6000 dos Açores, em Portugal. Foto: WSL / Poullenot.

 

Como será surfar ondas como Teahupoo, Cloudbreak e Pipeline com apenas mais um cara na água?

 

Acho que essa é uma das melhores partes do CT. Entre essas, acho que Cloudbreak é a minha preferida. Vai ser uma experiência boa, mas no primeiro ano será uma fase de adaptação.

Mande um recado pra galera que está sempre torcendo por você.

 

Obrigado a todos que passam as noites acordados, dão algum jeito de achar uma internet, passam o dia na Lan House ou apenas estão mandando uma vibração boa! A gente sente essa energia!

 

Nota do autor: a trilha sonora do clipe acima foi feita pela banda The Cegus. O som Cold Street está disponível no Spotify.

Exit mobile version