Pedro Henrique é 10

Pedro Henrique bota para dentro sem dó no expresso. Foto: Nancy Geringer.

Depois de três dias dias de ondas fracas, a máquina da praia de Itaúna não pára de bombar esquerdas, mostrando o potencial do pico conhecido como “Maracanã” do surf. 

 

 

Com a melhora do mar, os high scores começaram a sair com mais facilidade. No entanto, apesar de maiores, ainda é preciso que o atleta tenha calma para  esperar “a boa” e se dar bem.

 

O carioca Pedro Henrique tirou a primeira nota 10 da terceira etapa do SuperSurf e  eliminou seu conterrâneo e amigo Marcelo Trekinho, que liderava o circuito

Trekinho e Pedro Henrique: duelo entre amigos na praia de Itaúna. Foto: Nancy Geringer.

brasileiro.

 

Esta foi a segunda nota 10 que Pedro Henrique obteve na carreira. A primeira, inclusive, também foi em Itaúna em uma etapa do SuperSurf realizada em 2003.

 

O carioca vive em Saquarema desde 1999 e tem Itaúna como um de seus picos de treino. Neste sábado, ele abriu a bateria com uma onda nota 6.17, enquanto Trekinho descolou 4.00.

 

Em seguida, Pedro Henrique dropa uma esquerda outside, manda uma rasgada fortíssima, tenta manobrar novamente, mas a onda arma e ele põe para dentro.

 

Trekinho não conseguiu mostrar todo seu surf na bateria. Foto: Nancy Geringer.

 “Quando ela armou não acreditei. Fui dar a segunda rasgada e a prancha ficou no limite, quase caí, mas botei para dentro”, comemora o atleta.

 

Trekinho não teve sorte e pegou apenas mais uma onda regular, obtendo nota 4.60, e ficou precisando de 16.18 pontos para virar o resultado.

 

“O Trekinho é brother, não tem rivalidade. A gente tem em mente que o que vale é o surf. Infelizmente é assim, alguém tem que perder”, diz Pedro Henrique.

 

Marcelo Trekinho não ficou abalado com a derrota e a perda da liderança. “Estou muito feliz pelo Pedrinho. Um sempre vai ter que perder. Agora, espero que ele vá em frente. As baterias estão difícies porque o tempo é curto (20 minutos) e o mar está pesado”, comenta Trekinho.

 

Com a eliminação de Trekinho, o baiano Flávio Costa assume a ponta do ranking brasileiro com a vitória sobre o cearense Heitor Alves duas baterias depois.

 

Na décima posição no ranking do WQS, o carioca quer partir com tudo rumo às etapas do segundo semestre para conquistar uma vaga no WCT 2006. “Pretendo dar um gás agora para quando chegar às etapas havaianas eu esteja mais tranquilo e bem posicionado”, diz Trekinho.