Pense globalmente, aja localmente

Com a chegada do verão, todos os que gostam da proximidade do mar, da gente bonita, e do astral que rola, vão às praias em todo Brasil. Mas, os surfistas, que têm ou sonham em ter uma casa na praia, sempre estão no litoral… e é aí que podem começar a fazer a diferença na questão do meio ambiente!
De nada adianta ficar falando da poluição se, nem em nosso próprio pico, não tomarmos o cuidado de não poluir o nosso templo: o mar. Para quem nunca pensou nisso, todo o esgoto – o bostrô, proveniente das casas (que não são servidas por redes de esgotos e posteriormente tratados) – irá parar no mar através do lençol freático – água que corre no subsolo.
Com o correr do tempo, todos estes despejos podem saturar a capacidade do mar próximo à praia, de depurar as águas residuárias, e aí mano, acaba o oxigênio da água e o mar morre! Neste toque, não pretendemos esclarecer todos os aspectos de engenharia envolvidos, mas salientar o correto lançamento no solo dos despejos de esgotos.

Fossa Séptica: É de vital importância a construção de instalações que atenuem o lançamento das águas servidas no solo, neste caso, a fossa séptica. A fossa séptica, na verdade, separa e transforma a matéria sólida (bostrô) e descarrrega no terreno.
Há vários tipos de fossas sépticas, mas não se iluda em compará-las às chamadas fossas “negras”. A fossa negra é simplesmente um buraco no chão, que não atenua em nada a poluição do solo e do lençol freático. Não menos pior é ligar a saída de esgotos das casas às valas de águas de chuva ou rios.

Funcionamento: Nas fossas sépticas, as águas servidas sofrem a ação das bactérias anaeróbias-microorganismos, que só atuam onde não há circulação de ar. Sob a ação destas bactérias, parte do material orgânico sólido é convertido em gases ou em substâncias solúveis, que dissolvidas no líquido da fossa, são esgotadas e lançadas no terreno.

Precauções: A fossa séptica, se possível, deverá ser localizada próxima à casa, nunca próximo a córregos ou rios. A tubulação deverá ter o caminhamento mais reto possível, se o terreno for plano, distante no mínimo de 20 m de qualquer poço ou cisterna. Verificar a altura do lençol freático (nível d’água), se é alto ou baixo, bem como a permeabilidade do solo, para evitar o afloramento do esgoto já atenuado e o aparecimento de mau cheiro.
Consultar as construções próximas que tenham fossas sépticas e, se possível, pessoal técnico (engenheiros ou arquitetos).

Conclusão: Não tivemos, nessas “dicas”, a pretensão de esclarecer todos os detalhes construtivos de uma fossa séptica, mas basicamente, alertar a todos os que gostam do mar, para terem maiores cuidados no lançamento de esgotos da nossa própria casa de praia e não poluir, por conseqüência, o nosso mar.

A idéia é mais ou menos essa: “Pense globalmente, aja localmente!”