Puerto Escondido

Perigos por trás do leash

Gabriel Sodré, Puerto Escondido, Zicatela, México

Prestes a embarcar para mais uma temporada no México, me deparo com uma notícia muito triste – o big rider Aldemir Calunga levou uma pranchada na cabeça e foi resgatado desacordado em Zicatela. 

 

Ele não é o primeiro a se acidentar gravemente no pico. No mesmo mês, o casca grossa Rusty Long também passou por maus momentos ao ter seu ombro deslocado depois de uma vaca.

 

Entre muitos outros, podemos citar a lastimável morte do Noel Robinson em 2010. O cara era muito big rider e sempre botava pra dentro das maiores da serie com suas pranchas enormes. 

 

Noelcito, como era conhecido, morreu em um mar de dois metros. Depois de uma vaca em uma direita, o surfista não subiu à superfície. O problema é que ele não usava leash e seu corpo só foi encontrado mais de uma hora depois, já sem tempo de ser reanimado.

 

Em Puerto Escondido muitos surfistas surfam sem leash, o que evita que sua prancha se quebre, diminui a chance de bater nela durante a vaca e facilita a nadada para escapar da serie. Já com leash a prancha fica “te dando tchau”, não deixa você nadar e te puxa para a zona crítica.

 

O maior problema de não usar leash é que se o surfista desmaiar, a dificuldade de encontrar seu corpo é muito maior do que se sua prancha estiver presa em seu corpo. Ele serve como uma bóia de sinalização. 

 

Já fui bastante ao México e eu realmente percebi que sem o leash, o surfista escapa com muito mais facilidade dos perrengues, porém corre risco de vida.

 

Nesta temporada vou usar um colete de flutuação que desenvolvi para o surf na remada. Acredito que ele seja a solução, já que mesmo sem o leash, não corro risco de afundar. 

 

Um aviso para todos que querem surfar em Zicatela: respeite seu limite e vá muito bem preparado, porque vc vai encontrar seu limite.

 

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