Perry Hatchet de olho nas ondas

Perry Hatchet, Nova Schin Festival 2005, praia da Vila, Imbituba (SC)

Juiz-chefe da ASP, australiano Perry Hatchet aprova mudança para a praia da Vila, em Imbituba (SC). Foto: Ricardo Mega.
Apesar da grande ansiedade dos atletas e de boa parte dos envolvidos no andamento do Nova Schin WCT Brasil, pelo menos uma pessoa tem mostrado a paciência necessária para atravessar o período de calmaria que se abateu sobre o litoral catarinense.

 

Acostumado a um trabalho considerado subjetivo por muitas pessoas – e quase sempre criticado – o australiano Perry Hatchet, juiz-chefe da ASP, parece não se abalar com a pressão que acompanha seu cargo.

 

Ao lado do diretor de prova Xandi Fontes e do organizador Teco Padaratz, ele é um dos responsáveis por decidir se as baterias vão ou não para a água, fato muito comum nos últimos dias em Santa Catarina.

 

“É normal essa preocupação generalizada quando o evento fica adiado até quase o fim da janela de espera. Mas se as previsões apontam melhora nas condições do mar, é nossa obrigação esperar, pois o prazo existe justamente para isso. Sabemos que assim que as ondas entrarem, tudo vai se acalmar”, pondera Hatchet.

 

Segundo ele, mesmo com três dias restantes para terminar o evento, em caso de emergência é possível fechar o cronograma em 23 horas, realizando baterias das 7 às 19 horas, se for o caso, além de diminuir o tempo de bateria para 20 minutos e adotar o uso de jet-skis para agilizar.

 

Mas Perry admite que a falta de ondas pelo terceiro ano seguido nas praias de Floripa, especialmente na Joaquina, abalou a confiança dos atletas em relação ao local escolhido para ser a base principal do evento.

 

“Sabemos que a Joaquina pode ficar excelente nas condições certas, mas não foi o que vimos nas três edições do Nova Schin. Já a praia da Vila é mais constante e funciona com mais facilidade. Os atletas já discutem se não é o caso de montar a base do evento em Imbituba, e ir para a Joaquina apenas se realmente estiver bom. Na posição de juiz-chefe, sou a favor disso”, confessa.

 

Na avaliação dele, a onda da Vila também é mais adequada aos novos critérios de julgamento. “A Vila oferece mais área para o surfista trabalhar, é longa, abre, possui boas seções para aéreos, rasgadas, cutbacks e reentries, manobras que figuram nos critérios atuais de julgamento”.

 

Hatchet lembra que a etapa brasileira ganhou importância com o cancelamento da tradicional etapa realizada em Mundaka, na Espanha, e por isso as decisões tomadas no Nova Schin devem ser bem avaliadas.

 

“Com o cancelamento de Mundaka, os atletas perderam uma etapa de descarte e o Brasil ficou sendo a penúltima etapa do tour, quase sempre decisiva para os tops que estão em situação delicada, como é o caso dos brasileiros Peterson Rosa e Raoni Monteiro”, explica o juiz-chefe do tour.

 

“Eles precisam de bons resultados e temos que garantir que irão competir em condições satisfatórias, pois é suas carreiras e vidas que estão em jogo”, destaca Hatchet.

 

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