Hang Loose Pro Contest

Perry Hatchett deixa ASP

Perry Hatchet, Nova Schin Festival 2005, praia da Vila, Imbituba (SC)

Perry Hatchet é afastado da ASP. Foto: Ricardo Mega.

Um dos assuntos mais comentados nos bastidores do Hang Loose Pro Contest é o afastamento do australiano Perry Hatchett do cargo de head-judge da Association of Surfing Professionals (ASP).

 

Depois de 12 anos prestando serviços à entidade, Hatchett não teve seu contrato renovado e cede lugar ao compatriota Richie Porta, head-judge do World Tour feminino. Porta assume o cargo interinamente até um novo head-judeg ser definido pela ASP.

 

Para o juiz brasileiro Icaro Cavalheiro, a saída de Hatchett chegou em boa hora. “Acho que o surf estava precisando de mudanças. Há quatro anos faço parte do conselho de juízes da ASP International e o Perry era um cara muito ditador, sem abertura”, comenta Cavalheiro.

 

“Estamos numa época democrática e acho que os juízes não estavam rendendo 60% da capacidade que eles têm quando estavam direcionados por ele (Perry). Espero que agora a gente consiga uma liberdade, que a gente consiga trabalhar pelo esporte sem política”, continua o juiz.

 

“Ele é muito inteligente, sabe muito sobre o esporte, mas não tem habilidade com as pessoas, então a gente não pode ter um boss (chefe) que não sabe trabalhar com o grupo. Acho que agora o esporte vai melhorar”, acredita Icaro.

 

O catarinense falou também sobre Richie Porta, que assume interinamente o cargo de head-judge. “É um cara maleável, bem democrático e bom surfista. Com certeza ele vai fazer um bom trabalho com o grupo que temos”, elogia Cavalheiro.

 

“Acredito que nossos próximos head-judges sejam o Dave Shippley e o Luli Pereira. Essa é a minha indicação e assim poderemos trabalhar com o mesmo sistema utilizado pela Abrasp no Brasil, com dois head-judges”, conclui o juiz.

 

Ex-top do World Tour, o paranaense Peterson Rosa também aprova o afastamento de Perry Hatchett da ASP.

 

“Achei muito legal. Havia anos que vínhamos pedindo para ele usar um formato diferente de julgamento. Ele nunca se preocupou em fazer uma inovação e sempre fez um grupo que tinha de seguir o julgamento dele. Uns atletas eram bem julgados, outros não. Acho que o surf precisa de inovação hoje em dia”, resume Peterson.

 

O juiz baiano Lapo Coutinho, filiado à ASP Hawaii, ficou muito feliz com a mudança. “Foi muito boa essa renovação. Eu sempre fui um dos únicos que sempre reclamou da forma agressiva e tirânica com que ele sempre tratou os juízes da ASP, e sempre fui duramente penalizado todas as vezes em que reclamei”, conta Lapo.

 

“É importantíssima a saída dele porque dá uma oportunidade de a ASP fazer mudanças que nunca foram aceitas por ele com medo de que alguém tomasse seu lugar. A ASP agora tem a oportunidade de usar dois juízes como head, um juiz só para tratar de prioridade nas baterias e um quadro completo de juízes para o circuito feminino. Os juízes também serão tratados com mais dignidade”, continua.

 

“Outra novidade deverá ser a melhor utilização do sistema de vídeo, uma das coisas que ele se opôs por muito tempo. Eu já mandei uma carta à ASP expressando minha opinião e com todas as sugestões que eu acho que poderiam melhorar tanto a qualidade do julgamento quanto a profissionalização dos juízes”, encerra o baiano.

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