Peterson Rosa arrebenta no Quiksilver Pro

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Peterson Rosa mandou benzaço nas direitas de Snapper e avançou na etapa. Foto: ASP World Tour / Robertson.
Em ondas de até 2,5 metros e formação irregular, foram disputados nove confrontos da terceira fase do Quiksilver Pro, etapa de abertura do WCT 2004 na Austrália.

 

A rodada não foi finalizada por causa da entrada de um forte ciclone, com ventos que chegavam aos 120 km/h prejudicando a formação das ondas e colocando em risco a estrutura do evento.

 

Os organizadores da competição utilizaram a “superbancada” nesta sexta, permitindo que os atletas surfassem as direitas desde Snapper Rocks até Rainbow Bay.

 

Apenas dois dos sete brazucas escalados no

Peterson chegou há duas semanas a Austrália para se readaptar às condições de Snapper. Foto: Guto Amorim.
terceiro round caíram na água nesta sexta-feira. Enquanto Peterson Rosa calou a torcida aussie ao detonar o local Daniel Wills, o potiguar Marcelo Nunes foi facilmente derrotado pelo hexacampeão mundial Kelly Slater na última bateria do dia.

 

Logo na primeira onda do confronto entre Peterson e Wills, o “Bronco” mostrou que não estava para brincadeira e tirou um 9.63, maior nota do dia, após completar um belíssimo tubo em Rainbow Bay. O paranaense ainda pegou outra boa onda e fechou o placar com o total de 17.30 pontos, contra 14.17 do australiano.  

 

“Estava muito difícil lá fora, com ondas que passavam de 2 metros em Snapper Rocks”,

Quiksilver Pro 2004. Foto: ASP World Tour / Mail.
contou Peterson. “Dá pra encontrar algumas boas até Rainbow Bay, e tive sorte. Estou treinando duro este ano e quero me dar bem. Todos os top 45 são grandes surfistas, não importa quem você vai ter que enfrentar”, finalizou o brazuca. 

 

Já Marcelo Nunes encarou Kelly Slater na pior hora do mar, justamente quando os ventos começavam a soprar com mais intensidade em Snapper Rocks. Logo nos primeiros minutos da bateria, Nunes chegou a fazer alguns gestos de reprovação em direção ao palanque.

 

Slater aproveitou as remotas séries que entraram e venceu o confronto sem nenhum problema, marcando inclusive uma nota 9.50 após destruir uma onda muito longa. Com um total de 16.50 pontos, o norte-americano não deu nenhuma chance ao brazuca, que acabou desistindo da bateria faltando aproximadamente dez minutos para o término. 

 

“Não conseguia ouvir o que estava acontecendo na bateria, mas sabia que o Marcelo havia sido arrastado na volta ao pico sem ter pego nenhuma onda”, explicou Slater a respeito do surf extremamente difícil de ser praticado.

 

“É bastante raro alguém abandonar a bateria em vez de tentar, mas naquelas condições ele provavelmente não iria conseguir os pontos necessários. Tive muita sorte pela onda que consegui, com um barrel bem perto de Greenmount. Era um lance de loteria lá fora”, afirmou o norte-americano.

 

A melhor atuação desta sexta ficou por conta do yankee CJ Hobgood, que literalmente escovou o havaiano Kalani Robb. Com tubos, batidas verticais e cutbacks pra lá de redondos, o campeão mundial de 2000 obteve a marca de 18.76 pontos de vinte possíveis e deixou Kalani precisando de uma combinação de duas ondas para inverter a situação. 

 

Outro duelo que chamou atenção foi o confronto entre o bicampeão do mundo Andy Irons e o wildcard australiano Luke Munro, que vinha de uma vitória esmagadora sobre o seu conterrâneo Mick Fanning.

 

O havaiano precisou utilizar toda a sua experiência para barrar o jovem aussie, que, precisando de uma nota 7.43 nos instantes finais, pegou uma onda, tirou um tubo e mandou duas boas manobras, mas foi interrompido em seu caminho por Andy, que estava com a prioridade no momento. A tática deu certo: Luke obteve 6.43 e acabou eliminado por Irons.

 

“Vi que as manobras do Luke e notei que a onda ia abrir ainda mais. Como tinha a prioridade, não pensei duas vezes. O tempo estava acabando e não podia vacilar”, explicou Irons.    

 

O atual do campeão do evento, Dean Morrison, também fez bonito e despachou seu conterrâneo Lee Winkler. Dean estava perdendo, mas no finalzinho encontrou a onda salvadora e arrebentou, marcando 9.43 pontos.

 

“Sabia que precisava de uma onda boa, e felizmente tive sorte de encontrá-la mais para o inside. Acho que o fator sorte foi mais determinante do que conhecimento do pico”, revelou Morrison.

 

 


Quiksilver Pro


Baterias da terceira fase

 

1 Tom Whitaker (Aus) 15.17 x  12.93 Kieren Perrow (Aus)
2 Peterson Rosa (Bra) 17.3 x  14.17 Daniel Wills (Aus)

3 Mark Occhilupo (Aus) 16.67 x Nathan Hedge 12.34 (Aus)
4 Joel Parkinson (Aus) 16.03 x 14.73 Michael Campbell (Aus)
5 Dean Morrison (Aus) 16.2 x 15.93 Lee Winkler (Aus)

6 Jake Paterson (Aus) 14.5 x 13.73 Chris Davidson (Aus)
7 C.J. Hobgood (EUA) 18.76 x 12.43 Kalani Robb (Haw)
8 Andy Irons (Haw) 15.5 x 14.56 Luke Munro (Aus)
9 Kelly Slater (EUA) 16.5 x 4.37 Marcelo Nunes (Bra)


Baterias pendentes 

 

10 Luke Egan (Aus) x Guilherme Herdy (Bra)
11 Michael Lowe (Aus) x Darren O’Rafferty (Aus)
12 Phillip MacDonald (Aus) x Neco Padaratz (Bra)
13 Taj Burrow (Aus) x Raoni Monteiro (Bra)
14 Richard Lovett (Aus) x Victor Ribas (Bra)
15 Taylor Knox (EUA) x Nathan Webster (Aus)
16 Damien Hobgood (EUA) x Paulo Moura (Bra)