Petrobras Open Surf abre perna brasileira

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Lucinho Lima foi o autor da maior nota e maior média do primeiro dia de disputas na Joaquina (SC). Foto: Nilton Santos.
Nesta quarta-feira (16/10) ensolarada e muito quente em Santa Catarina foi inaugurada a “perna brasileira” do circuito mundial com a estréia do Petrobras Open Surf, 40a etapa do WQS, na praia da Joaquina, Florianópolis.

 

128 surfistas de nove paises se inscreveram para disputar os US$ 60 mil em prêmios e 1.500 pontos no ranking do circuito, com 64 deles participando das triagens no primeiro dia da competição, que segue até o próximo domingo.

 

O catarinense Neco Padaratz está escalado como convidado junto com o cabeça-de-chave número 1 Peterson Rosa (PR) na oitava bateria da terceira fase. Mas, provavelmente ele não chegará a tempo para competir, já que as quartas-de-final do WCT da Espanha foram mais uma vez adiadas por falta de ondas em Mundaka.

 

As condições na Joaquina também não estão boas e o primeiro dia de disputas ocorreu em ondas irregulares de apenas meio metro. Na primeira bateria do dia, um sobrenome famoso chamou a atenção. Era Daniel Kuerten, que repetiu o desempenho do primo Guga Kuerten na Espanha e também foi barrado na sua primeira apresentação no campeonato.

 

“As ondas estão difíceis e eu estava me classificando, mas no finalzinho os caras viraram em cima de mim e eu terminei em terceiro lugar na bateria”, lamentou Daniel, que foi eliminado pelos paulistas Eric Miyakawa e Renato Wanderley.

 

O irreverente Binho Nunes estava há dois anos sem competir e se dedicando apenas às viagens para surfar ondas grandes. Curiosamente, sua bateria também envolveu outros dois surfistas que preferem este tipo de condição, bem diferente da encontrada nesta quarta: Ricardo Azevedo (RS) e Fabiano Passos (RJ).

 

Depois de 2 anos sem competir, Binho Nunes venceu sua bateria de estréia no WQS de Floripa. Foto: Nilton Santos.
Mesmo estando alguns quilos acima do peso, Binho venceu o confronto, com Azevedo conquistando a segunda vaga para a próxima fase. “Já estou mais magro. Cortei o churrasco, estou fazendo abdominal direto e do jeito que está este mar só posso dizer que tive mais sorte que eles para vencer a bateria”, reconheceu Binho.

 

“Fazia 20 dias que eu não surfava porque não tinha onda na Ilha, mas o importante é que a previsão é de que as ondas vão subir no final de semana e vão garantir um show de surfe aqui na Joaca”, disse Nunes, que há 2 anos e meio trocou Itanhaém (SP) para morar em Florianópolis (SC).

 

Já o maior destaque do primeiro dia foi o cearense Lucinho Lima, que ampliou o recorde de maior nota, de Binho Nunes (7,17), para 7,67, além de registrar 14,50 de 20 pontos possíveis, maior pontuação da quarta-feira.

 

“O mar está difícil, mas se você achar a onda abrindo ela vai te dar chance para fazer várias manobras. Eu achei três boas e consegui vencer, mas nem sabia que tinha feito o recorde do campeonato”, falou Lucinho, que derrotou Bruno Santos (RJ) e Cláudio Araújo (SC) na décima bateria.

 

Seu próximo confronto será contra Marcelo Trekinho (RJ) e Pedro Norberto (SC) e os dois classificados vão enfrentar os cabeças-de-chave Beto Fernandes (SP) e Shane Beschen (EUA) na terceira rodada.

 

Beschen é a maior estrela internacional do evento. Já entre os brasileiros, os grandes destaques também fazem parte da relação dos 32 privilegiados que só estréiam na fase que antecede às oitavas-de-final da competição, como os oito que integram a elite mundial do WCT: Peterson Rosa (PR), Fábio Gouveia (PB), Victor Ribas (RJ), Guilherme Herdy (RJ), Renan Rocha (SP), Paulo Moura (PE), Rodrigo Dornelles (RS) e Marcelo Nunes (RN).

 

Catarinenses – Atletas do Estado de Santa Catarina participaram em peso do primeiro round da competição. Entre os destaques do dia está Tiago Bianchini, 18, que arrepiou na última bateria, classificando-se em primeiro lugar.

 

Outro catarinense que passou para próxima fase foi Gui Ferreira. Ele fez muitas manobras no curto espaço que a onda oferecia, antes dela fechar na beira. É impressionante a distância paralela à praia que os surfistas profissionais conseguem percorrer nas merrecas de meio metro.

 

Fernando Moura treina no final da tarde para o segundo round. Foto: Felipe Fernandes.
Quem também não teve muitas dificuldades de passar para o segundo round foi Fernando Moura. Com 19 anos, Fanta, como é conhecido, classificou-se em segundo lugar, atrás de Tadeu Pereira, vencedor da disputa que contava com apenas três surfistas.

 

“Minha bateria foi fácil, pois o gringo cometeu interferência”, disse Moura, que sempre treina na Guarda do Embaú e na Joaquina.

 

Outros surfistas também queriam competir como Ricardo Wendhausen, filho do lendário shaper Wanderbill, já falecido. “Esse campeonato não corri, mas vou participar do Onbongo Pro Surfing, na praia Mole”, revelou ele, referindo-se a mais uma etapa mundial WQS, que vai rolar no final do mês, também em Floripa.

 

O principal inimigo enfrentado por alguns atletas que queriam competir foi a alta do dólar. “Com as inscrições a US$ 150, não pude competir”, disse o atleta amador Felipe, que tentou convencer seu patrocinador a investir nele, mas sem sucesso. Para a realidade brasileira, o preço é realmente alto, afinal são quase R$ 600.

 

O vento sul entrou depois de encerradas as baterias nesta quarta, animando a galera porque a previsão indica swell nos próximos dias. Foto: Felipe Fernandes.
O segundo dia de competições pelo título do Petrobrás Open Surf recomeça amanhã logo cedo. Existe a previsão de o mar subir. Após o término do campeonato o vento virou de sul, o que animou muitos surfistas que estavam treinando no final de tarde. A água estava gelada e obrigou os competidores a surfarem de long-john. Nesta quinta, a água deve clarear e esquentar, com o novo swell que está previsto para entrar (Felipe Fernandes).

 

Para acompanhar as bateria ao vivo, com resultados completos e scores on-line, acesse ASP South America.

 

Baterias da segunda fase:


1 W. Lewis (Aus), Daison Pereira (Bra), Eric Miyakawa (Bra) e Renato Wanderley (Bra)

 

2 Paul Parkes (Aus), Scott Wildin (Aus), Gilmar Silva (Bra) e Leonardo Neves (Bra)

 

3 Jamie O’Brien (Haw), Maicon Rosa (Bra)Sávio Carneiro (Bra) e Heitor Alves (Bra)

 

4 Sunny Russel (Aus), Jihad Kohdr (Bra), Edgley Santos (Bra) e Greg Cordeiro (Bra)

 

5 Royden Bryson, Edgar Bischof (Bra), Flávio Costa (Bra) e Stephan Figueiredo (Bra)

 

6 Raoni Monteiro (Bra), Marcondes Rocha (Bra), Adilton Mariano (Bra) e Marcelo Coutinho (Bra)


 

7 Bernardo Pigmeu (Bra), Adam Virs (EUA), Gustavo Fernandes (Bra) e Matt Yates
(EUA)

 

8 Danylo Grillo (Bra), Diego Rosa (Bra), Binho Nunes (Bra) e Ricardo Azevedo (Bra)

 

9 Adrian Buchan (Aus), Austin Ware (EUA), Marcio Farney (Bra) e André Silva (Bra)

10 Marcelo Trekinho (Bra), Pedro Norberto (Bra), Lucinho Lima (Bra) e Junior Rocha (Bra)

11 David Weare (Afr), Álvaro Bacana (Bra)Adriano Mineirinho (Bra) e Fabrício
Junior (Bra)

 

12 Blair Stewart (NZ), Marco Polo (Bra), Guilherme Ferreira (Bra) e Sandino Honrke (Bra)

 

13 Dayyan Neve (Aus), Pedro Henrique (Bra), Tadeu Pereira (Bra)Fernando Moura (Bra)

14 Greg Emslie (Afr), Renato Galvão (Bra), Costinha (Bra) e Lucinei Mallas (Bra)

15 Jarrad Howse (Aus), Ricardo Ortiz (Bra), Claudemir Lima (Bra) e Roni Ronaldo (Bra)

 

16 Shannon Pollard (Aus), Andreas Eduardo (Bra), Tiago Bianchini (Bra) e Jean Silva (Bra)