Phil Rajzman comemora a vitória logo após o anúncio oficial do locutor Marcus Bukão. Foto: Ricardo Macario. |
Para ficar com o título, inédito para o Brasil desde a criação do World Longboard Tour, em 2001, ele derrotou o sul-africano Jason Ribbink, vice-campeão da prova, o brasileiro Amaro Matos, em terceiro lugar, e o australiano Jye Byrnes, quarto colocado, além de marcar 9.65 na semifinal, maior nota do evento.
“Mal posso acreditar que venci o campeonato, nem sei o que dizer ou pensar. Trabalhei muito para isso e é maravilhoso ver um objetivo
O atleta surfou muito durante todo o evento e marcou 9.65 na semifinal, maior nota da competição. Foto: Ricardo Macario. |
alcançado”, comemorou com bastante euforia o longboader, de apenas 20 anos, que embolsou US$ 4 mil pelo título e foi para a liderança do ranking.
“É ótimo começar a temporada com uma vitória, mas ainda é cedo para pensar em título mundial, pois temos um longo caminho pela frente e mais cinco etapas”, disse Phil, que é filho do ex-jogador de vôlei Bernard e pupilo do lendário Rico de Souza.
Às 6:30 horas da manhã do domingo os organizadores se reuniram para decidir aonde seriam realizadas as baterias finais do Oxbow Pro, já que no sábado a praia de Maresias não apresentava condições, com mar mexido e
Estrutura compacta foi montada no canto direito da praia da Baleia. Foto: Ricardo Macario. |
Dito e feito. Com ondas ainda maiores e mais perigosas, foi natural a transferência para a Baleia, e depois de algumas horas, o circo estava montado para o encerramento da competição. O sol e o público compareceram para deixar a festa dos longboarders ainda mais bonita.
Na primeira quarta-de-final o santista Picuruta Salazar enfrentou três australianos, Josh Constable, Lucas Proudfoot e Jye Byrnes. Com uma boa escolha de ondas e um ataque preciso às ondas, o ?Gato? deu um banho nos adversários e venceu a disputa com folga, com Byrnes passando em segundo lugar.
Mica foi barrado pelo tricampeão mundial Colin McPhillips. Foto: Ricardo Macario. |
A segunda bateria entrou na água com dois brasileiros, Phil e Jeremias ?Mica? da Silva, o californiano Colin McPhillips e o havaiano Kekoa Uemura. O mar estava difícil e a sorte contou bastante, mas no final Phil e Colin conseguiram a classificação, em primeiro e segundo lugares, respectivamente.
Mica não achou as ondas e deu adeus à prova, terminando num excelente nono lugar. ?Fiquei meio perdido lá dentro e acabei não encontrando as ondas certas. Mas estou muito satisfeito com o resultado, agora é batalhar para me dar bem
nas próximas etapas?, disse o local de Saquarema, palco da quinta etapa do mundial, em julho.
Como o tempo estava curto, os organizadores decidiram realizar baterias de quatro atletas até o final do evento, mudando o cronograma que previa baterias homem a homem logo após as quartas. Assim, estava definida a primeira bateria da semifinal, formada por Picuruta, Jye, Phil e Colin.
Jason Ribbink quase virou o resultado no último minuto da bateria final. Foto: Ricardo Macario. |
A terceira bateria das quartas teve mais um confronto de gigantes: o carioca Eduardo Bagé, o havaiano Bonga Perkins, o aussie Matthew Moir e Jason Ribbink. Bagé, que havia sido um dos destaques das fases anteriores, não foi bem e
acabou em terceiro lugar. Acabou passando
Jason e Bonga, nessa ordem, os dois que apresentaram mais força e ousadia nas pesadas ondas da Baleia.
A última disputa das quartas teve dobradinha brasileira em cima de dois aussies. Amaro Matos e Marcelo Freitas eliminaram Ian Bell e David Simons. Com um surfe fluido e bastante técnico, Freitas garantiu a vaga na segunda semi com o primeiro lugar, enquanto Amaro atacou as ondas sem medo e passou em segundo. Além deles, Jason e Bonga formavam a segunda bateria da semifinal.
A primeira semifinal foi para a água. Phil começou mostrar que poderia ficar com o prêmio de campeão e venceu o confronto, avançando para a final com Jye Byrnes em segundo lugar. Dessa vez foi Picuruta que não se achou no pico, acabando na quarta colocação na bateria e em quinto lugar no ranking final do evento. Colin foi o terceiro colocado, também ocupando a quinta colocação no evento.
O público pôde vibrar mais uma vez com a vitória de Amaro Matos, que também garantiu
Sem patrocínio, Amaro Matos fez a final e começou bem a temporada. Foto: Ricardo Macario. |
A final foi eletrizante e digna de uma etapa do mundial de longboard. Na água estavam quatro dos melhores competidores do mundo, mas quem comandou o show foi Phil e Jason, um dos atletas mais insanos do circuito, considerado o ?Picuruta? dos sul-africanos.
Phil abriu a bateria com uma excelente direita onde marcou 8.25 pontos, mas foi logo surpreendido por Jason, que veio em outra direita e arrancou 8.75 dos juizes. Enquanto isso, Amaro e Jye não estavam encontrando boas ondas, e as séries já começavam a dar sinais de demora.
O aussie Jye Byrnes não achou boas ondas na bateria final. Foto: Ricardo Macario. |
Na segunda metade da bateria, Phil veio em outra excelente direita, mandou um belo bico no outside, uma batida muito potente na segunda sessão da onda e finalizou com um aéreo na junção para tirar 9.25 e pular de novo na liderança da bateria. Ao sair da onda, já próximo da areia, ele decidiu sair da água quando faltavam cerca de cinco minutos para o término.
A menos de dois minutos do final, quando todos na praia já davam como certa a vitória do carioca, Jason despenca numa direita grande e manda um batidão na primeira sessão, finalizando a onda com uma batida monstro na junção. Silêncio na praia. Uma nota acima de 8.5 poderia virar o resultado a favor de Ribbink, e todos sabiam que isso era possível de acontecer.
A bateria acaba e o locutor aguarda o resultado da onda de Jason, deixando um suspense no ar. Phil, que estava sentado na areia já cercado pela imprensa e pelos fãs, quase não respira, mas finalmente solta um berro de alegria ao ouvir a confirmação oficial de sua vitória, a primeira conquistada por um brasileiro desde a criação do mundial WLT.
Bonga Perkins mandou manobras sólidas e teminou na sétima colocação. Foto: Ricardo Macario. |
?Estou muito contente em ter chegado na final da primeira etapa do mundial, pois nós brasileiros ralamos muito para conquistar nosso espaço. Melhor ainda é saber que foi um de nós que venceu, o Phil merece?, disse Amaro, que está sem patrocínio. Na quarta colocação ficou o australiano Jye Byrnes.
A final do feminino foi para a água antes da realização da final masculina. A guarujaense Cristiana Pires foi a melhor e venceu a disputa, com as cariocas Ângela Bauer em segundo lugar e Patrícia Sodré em terceiro e a paranaense Sabrina Olas na quarta colocação. A próxima etapa do mundial WLT acontece em Portugal, de 3 a 6 de julho.
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