Como no ano passado o Clube de Pioneiros participa do V Santos Surf Festival. Mais de uma centena de surfistas estavam no novo Parque do Quebra-Mar para se divertirem num formato de competição diferente. As baterias não são eliminatórias, todos entram no mar para obterem suas médias. As oito melhores participam da semifinal e os classificados fazem a grande final de cada uma das quatro categorias. Os Pioneiros dividem-se em categorias de 40 a 45 anos, 46 a 50, 51 a 55 e acima de 55 anos.
Depois de alguns dias chuvosos o sol resolveu colaborar com essa que é mais que uma competição nas ondas. O evento traduz de forma clara a cultura surf tão presente em nossa cidade. ?A história do surf está representada por esses surfistas que se reúnem aqui, com suas famílias, seus filhos e amigos de muitos anos. Isso desmistifica o que pode ter sobrado de uma imagem preconceituosa do surf?, declara Alípio da Sthill, que apóia o evento desde sua criação.
O astral que domina a praia expõe a diferença de outras competições. Tudo parece transparecer o real espírito do esporte.
O engenheiro Carlos Max Hunold, o ?Buana?, nunca entrou em nenhuma competição, mas hoje com 52 anos, surfa desde os 8 anos aqui em Santos. ?Não venho pelo troféu ou competição, venho pela chance de encontrar meus amigos, pela confraternização que acontece nesse evento. É sempre uma ótima oportunidade para rever muita gente que faz parte dessa coisa chamada surf que a gente tanto gosta?, declarou animado o participante assíduo do Clube dos Pioneiros.
Elias Mansur, na categoria 50 a 55, é outro exemplo de surfista que nunca foi competidor profissional, mas vive o universo do surf desde sempre. ?Essa é a vida que escolhemos. Não há nada melhor do que poder estar com seus amigos, dividindo as ondas que o mar nos traz?, diz um dos primeiros empresários de surf da baixada e, assim como seus irmãos, surfista desde sempre.
Cisco Araña foi um dos destaques do dia na categoria 50 a 55 anos. Demonstrou muita habilidade e um repertório de manobras clássicas para registrar a melhor média do dia até aqui (16.5). Ele será um dos homenageados na cerimônia de segunda-feira com presença do governador do estado e prefeito de Santos. Cisco, assim como Paulo Rabello, Picuruta, Alemir e ?Lequinho? Salazar, foram grandes responsáveis pelo profissionalismo no estado.
O Campeonato termina neste domingo, quando conheceremos os campeões de cada categoria, mas as atividades não param. Na seqüência da entrega de prêmios entra em cena o Projeto Bateras.
Programação especial – neste domingo, antes das finais dos pioneiros rola a tentativa de quebrar o recorde de surfistas na mesma onda. Às 13h, a orquestra Bateras 100% Brasil fará uma apresentação com mais de 40 bateristas no deck do Quebra-mar, abrindo os shows das bandas Mekanica e Rockers. E para finalizar, a partir das 16h haverá apresentação de Rub, Carlinhos Zodi e dos gêmeos californianos The Mattson 2.
Na segunda-feira (26/01), a expectativa fica por conta da inauguração oficial do parque, com a presença do Governador de São Paulo José Serra. Após a abertura do parque, o Museu do Surf será inaugurado com a solenidade de homenagem ao Dia Municipal do Surfista, que agraciará a geração que iniciou o surf profissional no Estado, através das pessoas de Cisco Araña, Paulo Rabelo e os irmãos Salazar, Picuruta, Almir e Lequinho (in memoriam), que tiveram participações ímpares na época.