Caldeirão do Hulk

Pororoca globalizada na telinha

Caldeirão do Hulk, Rio Araguari (AP)

No dia 1 de dezembro, foi exibido no programa Caldeirão do Huck, da TV Globo, uma viagem do apresentador Luciano Huck junto com outras estrelas à pororoca do Rio Araguari, no Amapá. 

 

Os amigos Marcello Novaes, Rodrigo Santoro, Marcelo Serrado e o big rider Carlos Burle acompanharam esta experiência e viveram o que eles próprios definiram como uma das mais excitantes e mágicas aventuras de suas vidas. 

 

Sob a coordenação de Noélio Sobrinho, presidente da Abraspo (Associação Brasileira de Surf na Pororoca), o grupo viveu toda a emoção de surfar um dos fenômenos mais intrigantes e fascinantes da Amazônia brasileira. 

 

Durante quatro dias, a turma sentiu na pele o que é ser um verdadeiro caçador de pororocas. A viagem ao Amapá, os treinos prévios para a adaptação da diferente densidade da água, o pedindo de bênção aos espíritos da floresta com o ritual Auêra-Auara, horas de espera pela onda, e o principal de tudo, o surf fantástico.

 

Apesar de Rodrigo Santoro ganhar a competição, para Noélio Sobrinho, o mais importante nesta reportagem foi a oportunidade de exibir ao Brasil e ao mundo a atmosfera de intenso contato com a natureza.

 

“Quando fomos procurados por Carlos Burle para organizar a logística da operação ficamos muito felizes, pois, se encaixou como uma luva nas pretensões da Abraspo de popularizar a pororoca. Nos últimos anos, o fenômeno quase foi transformado em um mito inatingível. Não é preciso ser nenhum especialista em ondas para viver a alegria e a emoção de surfar a pororoca”, declara Noélio.

 

Quem assistiu a reportagem certamente se impressionou com a logística da operação: dois iates, dois helicópteros, seis lanchas voadeiras, dois jet-skis e uma equipe de 40 pessoas entre pilotos, Corpo de Bombeiros do Estado do Amapá, agentes do IBAMA, cozinheiras, pessoal de apoio etc. Todo o aparato de barcos, jet-skis e helicópteros foi deslocado de Belém do Pará em uma verdadeira operação de guerra.

 

Naturalmente, aqueles que quiserem se aventurar nas ondas do Rio Araguari, ou no Arquipélago do Marajó, no Pará, precisam de uma estrutura.

 

Contudo, o que pouca gente sabe é que também dá pra surfar a pororoca de carro. Isso mesmo. Você pode surfar em de São Domingos do Capim, munícipio que fica a 140 quilômetros de Belém. O Rio Mearim, no município de Arari, também proporciona a experiência. Os dois lugares dispensam qualquer tipo de logística e você pode parar seu carro como se estivesse em uma praia qualquer, se lançar no rio e surfar as ondas mais longas de sua vida.

 

Para isso, a Abraspo, em parceria com o Ministério do Turismo e os Governos dos Estados do Amapá, Pará e Maranhão, traçou um plano para a realização de megaeventos, os maiores já realizados nos municípios onde ocorrem o fenômeno. 

 

As atrações terão repercussão internacional, com o intuito de atrair turistas não só do Brasil, como também de outras partes do mundo.

 

Algumas ações já começaram a ser desenvolvidas. A principal delas terá como parceiro a China. Em novembro, a maior TV chinesa, a Estatal CCTV, enviou ao Brasil uma equipe de nove técnicos para analisar e mapear as pororocas de São Domingos do Capim e do Marajó, ambas no estado do Pará. Em abril deve ser feita a maior transmissão ao vivo já realizada do fenômeno. O ambicioso plano é instalar sete pontos de transmissão em cada locação e enviar o sinal on line para toda a Ásia.

 

É sabido que a China já explora o fenômeno da pororoca que ocorre por lá há mais de 100 anos. O Dragão Negro, ou Black Dragon, como é chamado pelos surfistas, é um produto turístico consolidado no país. O objetivo da Abraspo é aproveitar toda essa experiência para implantar um projeto piloto de estímulo ao turismo na pororoca, tanto por brasileiros, quanto por estrangeiros.  

 

“O ano de 2013 será da pororoca brasileira para o mundo. Serão mais de 100 profissionais da imprensa nacional e internacional para exibir ao mundo um dos maiores tesouros naturais do planeta”, conta Noélio Sobrinho.

 

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