A consciência do que se quer de uma prancha aumenta com a experiência nas ondas. Fico feliz em ver, cada vez mais, uma variedade de pranchas como nunca se viu. De alaias a longboards progressivos, de Mini Simmons a Sci-fi’s, passando por triquilhas, quads, fishes e, porque não, monoquilhas.
Sim, desde os anos 80 não via tantas monoquilhas desfilando pelas praias. Por outro lado, estamos vivendo uma época em que a experimentação ganhou a liberdade de expressão que o surfe sempre julgou ter e, na verdade, não tinha. Viva a liberdade de experimentar, testar e aprovar, ou não.
É bom lembrar que, para aprovar ou reprovar um certo tipo de prancha, há que se levar em conta o seu humor e o das ondas. Cada tipo de prancha demanda um estado de espírito para que ela funcione e ela vai funcionar muito melhor se for usada em ondas adequadas. Se você é um cara fiel a um tipo de estilo de surfe, beleza. Escolha seu tipo de prancha e seja feliz para sempre, mas não se esqueça que tocar harpa numa banda de punk rock pode ser um tanto complicado.
Se você não é um cara chegado à fidelidade e gosta de variar de tipo de surfe, fica mais fácil dançar conforme a música. Um amigo meu é assim, ex-surfista profissional, gosta de manobras mais modernas, mas mudou-se para uma cidade onde as ondas são mais lentas, cheinhas e longas. Para ele foi fácil. Começou a surfar de longboard. Acredite, ele está bem feliz. Sem frustrações.
No fim das contas a prancha certa é aquela com a qual você mais se diverte diante do mar que estiver a sua disposição.