Boardsports

Água, terra e ar

Carol Magalhães em mais uma belo por do sol na praia de La Punta, México

 

Você, leitor, que não quer abrir mão da prancha em dias flats ou nos mais variados cenários, pode, sim, continuar se divertindo com sua fiel escudeira. Com diversas modalidades espalhadas ao redor do mundo, os esportes com prancha fazem a cabeça da galera de todas as idades em qualquer pico que estiverem. Tomando como esportes primários o surfe, o skate e o snow, suas vertentes são realizadas em seis elementos diferentes:

 

1 – Água

 

Surfe – Praticamente o tataravô de todos os esportes com pranchas, o surfe é um dos esportes mais praticados do mundo e possui campeonatos em todos os continentes. Ele consiste em ficar em pé em cima da prancha e deslizar sobre as ondas. No início, as pranchas eram feitas de madeira, pesadas e longas. Atualmente, as pranchas são produzidas a partir de fibra de vidro, o que as deixa mais leves e com tamanhos reduzidos. Sendo o segundo esporte mais praticado do Brasil, temos ótimas praias para a prática do surfe.

 

Stand Up Paddle – O SUP é uma variação do surf que consiste em ficar em pé em cima de uma prancha, esta maior, mais larga e com muito mais flutuação, para deslizar sobre as águas com a ajuda de um remo. Originalmente, foi criado para que se pudesse surfar dessa maneira, mas surgiram modalidades em que ocorrem corridas de Stand Up, semelhantes ao caiaque.


Skimboard – 
O skimboard pode ser considerado um surfe ao contrário. Ao invés de ir da água em direção à praia, o caminho do skimboard é feito da areia para o mar. A prancha, menor e mais leve, é jogada na areia molhada, o praticante pula nela e desliza em direção as ondas que se formam a beira-mar. É um esporte praticado principalmente em praias de tombo, mas também pode ser realizado em praias mais planas. Surgiu em medados de 1930 na Califórnia e chegou ao Brasil por volta dos anos 80, ganhando força nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Pernambuco. Há campeonatos nacionais, como o Rio Open, e internacionais, como o Skimboard World Cup. Os praticantes são chamados de skimboarders ou skimmers.


Windsurf – 
O windsurf, ou prancha à vela, é um esporte que se resume em planar sobre as águas com a ajuda da força do vento. É utilizada uma prancha de surfe com uma vela de 2 a 5 metros de altura encaixada a ela. O esporte surgiu na década de 60 e, em 1984, tornou-se uma modalidade olímpica. As principais competições são o Campeonato Brasileiro, as Olimpíadas e o Campeonato Mundial de Windsurf. Os estados destacados para a prática de windsurf no Brasil são Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Ceará.

 

Bodyboard – O bodyboard é praticado na superfície das ondas do mar, onde o surfista se mantém deitado em cima da prancha. O inventor da prancha de bodyboard foi o norte-americano Tom Morey, que a produziu de forma curta e retangular com material sintético hidrodinâmico. Os praticantes do esporte normalmente utilizam pés de pato conseguir mais propulsão e controle da prancha. As manobras mais conhecidas são os loopings, em que o atleta gira em torno de si mesmo, e os 360°, em que o atleta gira em torno do eixo da prancha. As principais competições que acontecem ao redor do mundo são o Bodyboard World Tour e o ISA World Bodyboard Championship.

 

Wakeboard – O wakeboard foi criado nos Estados Unidos como uma alternativa para os dias sem ondas. Primeiramente, possuía o estilo do surf, mas conforme foi evoluindo, começou a sofrer mais influência do snowboard e do skate, com manobras em rampas e corrimãos. O atleta utiliza uma prancha com fixações e é puxado por uma corda presa a uma lancha. A prancha é semelhante à de snowboard, mas com um fundo côncavo, o que permite uma boa flutuação e maior mobilidade. O wakeboard pode ser realizado tanto em mares quanto em lagos e represas. Ele chegou ao Brasil na década de 90, mas foi oficializado somente em 1997, marcando presença nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul, Pará, Amazonas, Ceará e Distrito Federal.

 

Wakeskate – O wakeskate é uma variação do wakeboard. Fundamenta-se em utilizar um shape de skate especial para a água, porém sem as alças que prendem os pés do atleta, que, no caso, usa um tênis específico para a prática do esporte. O shape possui uma superfície antiderrapante, o que permite ao praticante mais liberdade nas manobras, com flips e trocas de base. Além de poder ser realizado com a ajuda de jet-skis ou barquinhos motorizados, devido à leveza do equipamento, o custo da prancha é bem mais acessível que o da prancha de wakeboard.

 

Kitesurf – O kitesurf trabalha com as forças da natureza, em conjunto com o céu e o mar. O atleta utiliza uma pipa (“kite”) e uma prancha com ou sem alças para os pés. A pipa é presa à cintura da pessoa por um cinturão chamado “trapézio” e, com os pés em cima da prancha, ela é impulsionada pelo vento sobre as águas, controlando seus movimentos com uma barra presa ao trapézio. Existem diversos modelos de kites e de pranchas, tudo depende do estilo de surf e da velocidade do vento.

 

Wakesurf – Muito semelhante ao wakeboard, a ideia de ser puxada por um barco é a mesma. A diferença é que o surfista larga a corda e, simplesmente, surfa a onda que o barco vai formando, sem se manter conectado. Este esporte permite que o atleta surfe por mais tempo que uma onda normal, pois a onda formada é contínua.

 

2 – Asfalto

 

Skate – Com raízes californianas, o skate consiste em deslizar sobre o chão com uma prancha, chamada “shape”, com quatro pequenas rodas, conectadas por dois eixos, chamados “trucks”. O esporte difundiu-se pelo mundo todo e hoje faz sucesso em diversos campeonatos como, por exemplo, o X-Games. É realizado em cenários mais urbanos, utilizando seus componentes como obstáculos ou suportes. Corrimãos, escadarias, canteiros e latas de lixo garantem a sessão dos skatistas. O país de maior destaque do esporte são os Estados Unidos, seguido pelo Brasil.

 

Carveboard – O carveboard traz a sensação de surfe no asfalto. Sendo o shape a única semelhança com o skate, ele utiliza trucks articulados e pneus no lugar das rodas. O esporte é mais praticado em ruas inclinadas com um bom asfalto para deslizar, podendo-se realizar manobras como cavadas e slides, parecidas com as do surf. Uma característica do carveboard é o controle da velocidade, trabalhando as descidas mais lentamente com movimentos em zigue-zague.


Freeboard – 
Agora é a vez do snowboard do asfalto. O freeboard traz essa ideia com uma prancha excêntrica: semelhante a um skate longboard, a prancha conta com seis rodas (duas na parte interna) e um encaixe para os pés no topo do deck, permitindo que o atleta distribua seu peso para apenas uma borda. Permite também que o praticante reproduza as manobras do snowboard, como cavadas ou giros em 360°.

 

Waveboard – O waveboard ganhou esse nome, pois utiliza uma prancha com apenas duas pequenas rodas e, para que o praticante tenha equilíbrio e continue em pé, ele deve andar de forma ondulatória. A prancha é formada por duas plataformas para os pés unidos por uma barra, que pode ou não permitir que as plataformas girem. Outros nomes dados a essa modalidade são casterboard e vigorboard.

 

3 – Terra

 

Land windsurf – O land windsurf é semelhante ao windsurf, com a diferença de ser realizado em terra firme. Com um shape parecido ao do carveboard, o atleta conecta um mastro e uma vela à prancha e necessita ser impulsionado pelo vento. É um esporte para todas as estações e para todos os tipos de solo.

 

Mountainboard – O mountainboard foi criado por surfistas havaianos que desejavam reunir os estilos de surf, skate e snowboard. Com uma cara off-road, o mountainboard permite que o atleta se divirta na terra, na lama ou no barro. Ele utiliza uma prancha com quatro pneus com câmara de ar, suspensões e presilhas para os pés.

 

4 – Neve

 

Snowboard – Assim como o surfe e o skate, o snowboard consiste em deslizar em cima da prancha sobre uma superfície, no caso, a neve. A prancha é lisa, com as pontas arredondas e levemente curvadas para cima. Há uma espécie de armação, chamada “binding”, que fixa a bota do atleta à prancha. Mesmo não tendo neve, o snowboard pode ser praticado no Brasil com uma pista de neve artificial, encontrada em diversas localidades do país. Uma alternativa próxima é praticar o esporte no Chile ou na Argentina. Os principais campeonatos de snowboard são as Olimpíadas de Inverno e o Winter X-Games.

 

Snowkite – Praticamente igual ao kitesurf, a diferença é o uso da prancha de snowboard. A ideia é a mesma, deixar o vento impulsionar o atleta enquanto ele desliza sobre a neve ou sobre o gelo.

 

5 – Areia

 

Sandboard – Criado em Florianópolis na década de 80, o sandboard consiste em descer dunas de areia com uma prancha semelhante à de snowboard, uma alternativa para os dias flats catarinenses. A prancha pode ser feita de madeira, fibra de vidro ou carbono e costuma-se passar parafina na parte de baixo para um melhor deslizamento na areia. Hoje, o esporte ganhou destaque mundial e é praticado em países como Argentina, Uruguai, Estados Unidos, Austrália e África.

 

6 – Ar

 

Skysurf – O skysurf é uma modalidade de paraquedismo que consiste em fazer manobras e acrobacias no ar com uma prancha fixa aos pés. É um esporte recente e muito arriscado, portanto, só pode ser praticado por atletas experientes. O skysurf é uma modalidade que pode ser disputada por duas equipes de duas pessoas, no qual os pontos são contados a partir das performances artísticas e habilidades de voo. Como já dizia a música do Natiruts: “eu vou surfar num céu azul de nuvens doidas…”.

Exit mobile version