Filipe #77

A prancha voadora

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Pranchas ganham destaque quando seu piloto mostra que, com elas, pode vencer. No caso de Filipe Toledo e sua Sharp Eye #77, a situação chamou ainda mais atenção.

 

O cara mais rápido do Tour tem que ter uma prancha veloz, isso é óbvio. Porém, quando Filipe mandou um full rotation em sua segunda onda do quarto round, recebendo uma nota 9.00, mesmo não completando a manobra final, a galera aplaudiu de pé.

 

Não deu nem tempo de sentar. Na sequência, ele pegou outra direita e mandou dois alley-oops estarrecedores. 10. Mas essa já era a sua segunda nota perfeita nesse evento de ondas que ajudaram a mostrar o quanto os Tops são Tops.

 

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Arcos longos ou fechados, com as bordas cravadas nas paredes ou acima delas. A prancha de Filipe estava no pé e em alta velocidade. Foto: WSL / Pierre Tostee.

 

Filipe demonstrou sua ousadia e talento de sempre através de um repertório de manobras avassalador. Não dá para não falar da prancha que o ajudou a fazer tudo isso. A tal da #77 é um modelo que foi surgindo com os aperfeiçoamentos.

 

Quando Filipe entrou para a equipe da Sharp Eye Surfboards, de Marcio Zouvi, um dos modelos que começou a usar foi o OK, para ondas mais powers. Adicionaram mais rocker no bico e rabeta, facilitando a possibilidade de curvas mais fechadas. Afiaram o edge acima das quilhas.

 

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Filipe Toledo venceu nas direitas de sonho de Jeffreys. Sua prancha #77 ficou ainda mais famosa. Foto: © WSL / Cestari.

 

Filipe e Zouvi também chegaram ao modelo “Holly Toledo”, para ondas não tão potentes, e não sei qual o grau de informação que passou de uma para a outra. Mas as modificações foram sendo feitas e testadas e o modelo #77, segundo o próprio Filipe, é a prancha mais veloz que ele já experimentou.

 

“Esse modelo apresenta um full concave, do bico até a rabeta. Fica mais profundo na frente das quilhas, com 3/16 de profundidade, depois ameniza na área das quilhas, ficando mais suave. A prancha tem seu ponto mais largo um pouco mais à frente do que o normal, coisa de uma polegada”, explica Marcio Domingues, o “Tubba”, que produz as Sharp Eyes no Brasil.

 

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O modelo tem as características de basicamente todas as pranchas de competição. Alta performance é assim, como na F1, onde todos os carros parecem os mesmos, mas os detalhes fazem toda a diferença. Foto: Arquivo pessoal Marcio Zouvi.
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A que Filipe usou foi uma round pin, com as mesmas medidas do modelo desta da foto: 5’10” x 18 ¼ x 2 1/4. Um concave generoso, especialmente na frente das quilhas, ajuda a gerar toda aquela velocidade.Foto: Arquivo pessoal Marcio Zouvi.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Filipe é tradicional, quando se trata da alma da prancha. Usa PU, com longarina. Sim, suas pranchas são leves, mas a flexibilidade do EPS parece não agradá-lo, especialmente na competição. Não, ela não tem asas, nem Filipe… eu acho.

 

Medidas da prancha mágica de Jeffreys: 5’10” x 18 ¼ x 2 1/4  – Round Pin. Quilhas FCS, com assinatura do próprio Filipe Toledo.

 

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Sempre na conexão Brasil-Califórnia, Marcio “Tubba” Domingues é responsável pela produção das Sharp Eye no Brasil. Foto: Arquivo pessoal.

 

Teahupoo Mas o que será que Filipe usará no Taíti? Tubba explica: “O mesmo modelo, #77, estará na bagagem. Mas Filipe também leva a SG1, semi-gun, que no caso dele, é tipo uma 6’1” ou 6’2”, com um pouco mais de V-Bottom”, diz.

 

“Não é um modelo de produção, por existirem ajustes específicos para ele naquela onda. Mas o básico se mantém, exagerando algum detalhe aqui e ali para que a prancha encaixe melhor naquele tipo de onda. Normalmente ele acaba usando essas pranchas só ali, uma ou duas, diferenciadas para aquelas condições conforme o tamanho das ondas e direção do swell, que acaba influenciando na forma delas”, completa o shaper.