Pronto para batalha

Adriano de Souza, Onbongo Pro Surfing 2005, praia Mole, Florianópolis (SC)

Adriano de Souza, o Mineirinho, disputa o Onbongo Pro Surfing 2005 na praia Mole, Florianópolis (SC). Foto: Luciano Miranda.
O guarujaense Adriano de Souza, o Mineirinho, é uma das atrações do Onbongo Pro Surfing, etapa do circuito mundial WQS que acontece na praia Mole, Florianópolis (SC).

 

Ele estréia somenta nesta sexta-feira na 20a bateria da terceira rodada, contra o ubatubense Renato Galvão, o niteroiense Guilherme Herdy e o espanhol Iker Fuentes.

 

Aos 18 anos, Mineirinho é considerado um fenômeno do surf brasileiro. Apesar da pouca idade, ele chega ao WCT 2006 cheio de moral, carregando na bagagem o título de campeão Mundial Pro Júnior – conquistado aos 16 anos.

 

Para completar, ele é o virtual campeão do WQS com 13.118 pontos. Em segundo lugar está o norte-americano Bobby Martinez, com 10.437. Detalhe para o fato de que este é o primeiro ano que Mineirinho corre integralmente o circuito mundial.

 

“O tempo está passando e, graças a Deus, consegui muitas coisas boas no esporte. Mas, procuro não botar nenhuma pressão. Meu trabalho está fluindo”, diz o sensato Mineiro.

 

As conquistas e a postura profissional refletem diretamente em respeito e reconhecimento, inclusive internacional. Mineirinho é considerado um adversário perigoso pelos atletas, é adorado pelos fãs e visto com bons olhos pelos juízes.

 

“Acho muito legal esse respeito. Não só comigo, mas também com os outros brasileiros. Isso é a melhor coisa, chegar do outro lado do mundo e ser reconhecido pelo seu trabalho. Não tem coisa melhor”, reconhece.

 

A mídia internacional também se rendeu ao talento de Mineiro. Nos Estados Unidos, ele foi apelidado de “The Brazilian Rocket”, o foguete brasileiro. No entanto, toda essa responsabilidade não pesa nas costas de Mineirinho. Ele afirma que procura manter a pressão bem longe. “Estar entre os Top 44 já é uma grande novidade e uma enorme satisfação. Já estou muito feliz por isso”, diz.

 

Neste ano o atleta teve um ritmo puxado de viagens, pois não parou um mês em sua casa no Guarujá, litoral paulista. “Viajei muito. Acho que o único lugar que não fui no mundo inteiro foi para Fiji”, comenta.

 

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Mineirinho considera a vitória no WQS da França como um dos momentos mais marcantes do ano. Foto arquivo: Poullenot / Rip Curl.

Fiji é justamente uma das paradas do Tour. E, o atleta não pretende chegar lá sem nunca ter surfado suas potentes esquerdas.

 

“É o único lugar que realmente ainda não fui. Mas, logo depois da etapa na Austrália, vou direto para lá e também para o Tahiti treinar. Vai ser muito importante, pois vou surfar muito e adquirir um pouquinho da experiência que os outros atletas já têm”, conta.

 

Neste ano ele caiu pela primeira vez em Teahupoo, Tahiti, acompanhado pelo potiguar Danilo Costa. Mineiro conta que foi uma ótima experiência, pois eles chegaram no pico numa época tranquila.

 

“Fomos em um período sem muita gente. Aproveitei muito a viagem, ainda mais por estar ao lado de um surfista experiente como o Danilo”.

 

O competidor viajou bastante ao lado de Danilo, mas também encarou diversas trips sozinho. “Não tenho nenhum problema com isso”.

 

O remédio para superar a saudades de casa é a certeza de que está no caminho certo. “Coloquei na cabeça que esta é a minha preparação. Curto fazer isso e tenho que lutar pelo meu objetivo. Se Deus quiser lá na frente vou colher os frutos”, pondera.

 

Com o quiver preparado pelo shaper carioca Ricardo Martins, o atleta terá uma atitude corajosa em relação ao WCT do ano que vem. Ao invés de correr paralelamente o WQS, ele optou por competir apenas na primeira divisão.

 

“Tômara que eu consiga equilibrar e me manter entre os Tops. Meu objetivo é permanecer no WCT por pelo menos 10 anos. Estou com a cabeça boa e o surf no pé. Em vez de disputar as etapas do WQS, vou aproveitar este tempo para me preparar mais nas ondas pesadas e nos tipos de mar que tenho dificuldades”, comenta.

 

Para ele, os momentos mais marcantes deste ano foram as duas vitórias obtidas no WQS. A primeira aconteceu na Costa do Sauípe, Bahia, contra o bicampeão mundial do WQS Neco Padaratz. E na segunda ele derrotou o ubatubense Odirlei Coutinho na França.

 

“Foram os campeonatos mais difíceis. Na Bahia virei nos últimos segundos. A competição na França era um evento 7 estrelas, que nunca havia rolado no Tour. Estava na expectativa pois eram muitos pontos em jogo”, revela.

 

Mesmo já tendo realizado diversos sonhos e concretizado seus objetivos, Mineirinho revela que ainda tem um desejo maior. “É muito legal ver a minha geração indo pra frente. Quero ver atletas como o Hizunomê (Bettero) e o Leandrinho (Bastos) disputando o WCT. Meu grande sonho é competir com esses moleques para conquistar o título mundial”, conta.

 

 

 

 

 

  

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