O Quiksilver Pro Saquarema está chegando e reunirá pelo sétimo ano consecutivo 96 dos melhores surfistas do mundo, nas lendárias e pesadas ondas de Itaúna, Saquarema (RJ), onde disputarão a etapa válida como QS 10000, que oferece US$ 250 mil em premiação e importantes 10.000 pontos no ranking de qualificação da WSL, que determina quem serão os surfistas que farão parte da elite mundial do surf em 2016.
O português Tiago Pires é um dos atletas da Quiksilver que vêm direto da Europa para disputar este importante título, além de buscar sua reclassificação para o WCT, onde esteve durante oito anos consecutivos, desde 2007 até o ano passado.
Confira a seguir uma entrevista com Tiago Pires e saiba tudo sobre um dos maiores surfistas da Europa e o primeiro representante português da história do Circuito Mundial.
Nome: Tiago Pires.
Data de nascimento: 03/03/1980.
Nacionalidade: Português.
Base: Regular.
Manobra favorita: Rail Carving.
O que é mais valioso na vida: Sinceridade e amizades.
Um herói: Afonso Henriques (Pai da Pátria Portuguesa).
Uma obsessão: Entubar.
Principal objetivo: Construir uma família e desfrutar dos bons momentos que a vida proporciona.
Filme favorito: Snatch – Porcos e Diamantes, do Guy Ritchie.
Comida favorita: Peixe grelhado.
Livros favoritos: Gosto muito de ler biografias e histórias reais, principalmente de pessoas que admiro. Gostei muito de ler o livro do tenista Andre Agassi, a biografia do Muhammad Ali e a do Diego Maradona. São pessoas muito diferentes umas das outras, mas todos muito genuínos e interessantes.
Uma inspiração: Ondas perfeitas.
O que te deixa mais feliz: Um bom dia de surf, seguido de um bom jantar com minha mulher e meus amigos.
Palavra ou frase que usa bastante: Bora Porra! (risos).
Hobbies: Jogar tênis, carros, visitar museus e conhecer arquiteturas de diferentes cidades.
Nunca sai de casa sem: Telefone.
Um lugar onde você gostaria de morar: Gosto muito de morar em Lisboa.
Pior Hábito: Não conseguir começar o dia sem tomar um café (risos).
Melhor maneira de passar o tempo durante viagens longas: Ler um livro, jogar jogos no iPad e ver filmes.
Conquistas que te deixam orgulhoso: Ter sido rookie da Triple Crown em 2000, ter feito uma final em Sunset contra o Sunny Garcia e o Andy Irons e ter entrado para o WCT em 2007.
Home break: Ericeira. A maioria das ondas por lá quebram sobre fundos de pedra. Tem ondas extensas, mais curtas e lajes de pedra. A variedade é grande e a água é fria.
Melhor lugar que já esteve: Indonésia. O arquipélago de Sumatra tem uma variedade muito grande de ondas perfeitas e consistentes.
Onda preferida: Uma direita em casa, na região da Ericeira, onde é possível pegar até três ou quatro tubos por onda. O fundo é de pedra e ela funciona desde 1 até 4 metros. Quanto maior, mais oca ela fica.
Quando você começou a surfar?
Comecei a surfar por obrigação (risos). Eu praticava bodyboard, mas meu irmão mais velho e meus amigos da praia me obrigaram a mudar para o surf (risos). Eu tinha 11 anos.
Quando começou a competir?
Comecei a competir aos 13 anos, em um Circuito Português para jovens. Sempre fui muito competitivo desde sempre, não só no surf, mas também em outros esportes na escola.
Quem são as pessoas que você mais admira?
Muitas pessoas! Uma em especial é o Zé Seabra, que já viajou muito comigo, em meus primeiros campeonatos do Circuito Mundial. É uma pessoa com quem trabalho desde que tenho 16 anos e ainda continuo ligado a ele. Foi um grande mentor pra mim e uma pessoa com quem conquistei todo o projeto de virar surfista profissional. Sempre me ajudou muito. Uma das pessoas que mais admiro neste mundo.
Quando não está surfando, o que está fazendo?
Estive morando em Ericeira minha vida toda, mas no ano passado me casei e mudei de volta para Lisboa, onde nasci. Neste momento me dá muito prazer morar em Lisboa, cuidar do meu cachorro, sair pra passear e aproveitar um pouco daquilo que nunca aproveitei na minha vida, que é a minha cidade, que é muito bonita e agradável. Quando não estou na academia treinando, é isto que gosto de fazer.
Qual seu estilo de música preferido?
Gosto muito de variar, não curto ficar preso a só um estilo de música, mas gosto muito de jazz, porque me relaxa e deixa minha mente bem descansada. Também gosto de música eletrônica e alternativa.
Quais você considera os melhores momentos da tua carreira?
Teve uma bateria que ganhei do Kelly Slater na Indonésia, no meu primeiro ano de WCT. Foi muito gratificante. Eu estava em combinação a cinco minutos do fim e consegui ganhar dele com duas notas altas, que naquele ano estava praticamente invicto, com quatro vitórias em cinco campeonatos.
E as viagens de free surf?
Infelizmente não tenho tido muito tempo para fazer viagens de free surf entre os campeonatos, sobra pouco tempo, mas cada vez penso em investir mais nisso, porque me dá muito prazer. Tem sido difícil conciliar com toda rotina de campeonatos e os treinos em casa na academia, além da família. Adoraria fazer uma boat trip nas Mentawaii, por exemplo.
Você tem muitos fãs? Como você lida com eles?
Lido com eles naturalmente. São pessoas que gostam daquilo que faço e me dão força. Sou facilmente sociável e normalmente me dou bem com as pessoas. Sou bem acessível.
A torcida na areia faz diferença em uma bateria?
Sim! Quando as coisas começam a correr bem, isto dá mais força ainda, mas quando as coisas estão mal paradas, como eu costumo dizer (risos), aí complica um pouco mais. É sempre bom e positivo ter apoio na praia.
Que pranchas você usa?
Normalmente para o dia-a-dia eu uso uma 5’11″ com rabeta round pin. Já pro Hawaii, por exemplo, meu quiver é muito mais variado.
Como é sua rotina de treinos?
Quando estou em casa tenho os preparadores físicos com quem trabalho e faço academia pelo menos quatro vezes por semana. Sempre alterno o horário para conciliar com o surf. Quando estou em viagens eu surfo como prioridade. Se não tiver onda tem alguns programas que faço e tento buscar academias para manter o corpo ativo.
Qual estratégia você costuma usar nas baterias, em competições?
Cada campeonato e cada tipo de onda exige uma estratégia diferente. Sou uma pessoa que gosta muito de sentar esperar pelas melhores ondas sempre. Pelo menos com o meu surf é assim que consigo tirar as melhores notas. Sou o tipo de surfista que às vezes chega a ficar 10 ou 15 minutos sentado à espera de uma onda em uma bateria.
Como você busca o equilíbrio entre o surf tradicional e o progressivo nas competições?
Eu não sou uma pessoa que faz muitos aéreos. Sei quais são meus pontos fortes e é neles que tenho trabalhado. Procuro surfar sempre arriscando e com comprometimento nas ondas grandes, o que pode me trazer notas altas, então é nisso que costumo focar.
Uma das ondas maiores e mais sinistras do mundo, a onda de Nazaré fica em seu país. Você curte se aventurar em ondas deste tipo?
Não me considero big rider e nunca fiz qualquer treino específico para isto, como apneia, por exemplo, mas gosto de sentir o medo e a adrenalina de estar num mar grande. Sei que ainda estou longe de estar ao nível dos verdadeiros big riders, como o Carlos Burle e outros. Não penso em fazer neste momento, porque estou focado nas ondas do Circuito Mundial, mas sem dúvidas que há um espaço pra mim neste tema e condições para isto. Quando eu encerrar minha carreira como competidor, esta é uma carta que não está fora do baralho. Vamos ver o que acontecerá (risos), pois isto requer muito preparo.
Qual seu estilo de surf preferido?
Gosto de um surf bonito e com linha, como do Tom Curren e do Taylor Knox, caras que têm uma pisada forte na prancha, aplicam muita pressão na borda da prancha e surfam sempre no lugar certo da onda. Gosto de surfar ondas extensas, com várias seções para manobras e tubos.
Você foi o primeiro surfista português no Circuito Mundial, mas atualmente o teu país tem apresentado uma excelente geração de surfistas profissionais, que têm sido apelidados de “Tempestade Portuguesa”. Como é a sua relação com eles e o que você diria sobre o surf deles?
Tenho uma relação muito boa com todos eles. São garotos muito diferentes uns dos outros, mas todos com o nível de surf muito bom. Todos têm qualidades diferentes e estão muito bem preparados, com certeza têm um grande futuro pela frente. Costumo aconselhá-los a manter a cabeça bem firme e nunca deixarem o ego crescer demais, porque em Portugal é muito fácil ser famoso e eles já são estrelas por lá, então normalmente os aconselho a baixar a cabeça e trabalhar duro sempre. O circuito é praticamente uma guerra anual. É preciso estar muito bem preparado e trabalhar muito. Se manter no WCT é mais difícil do que se classificar. Tenho uma relação muito boa com eles e tenho estado junto deles em viagens como no Hawaii. Tento dar sempre os melhores conselhos que posso.
Mais informações – Quiksilver.com.br/blog/ | Facebook.com/quiksilverbr
SOBRE A QUIKSILVER
A Quiksilver desenvolve e distribui uma linha ampla de produtos que inclui roupas, calçados e acessórios voltados para homens, mulheres e crianças. O grupo também é reconhecido por oferecer produtos de qualidade voltados para praticantes de esportes com pranchas e para os adeptos da natureza, que buscam um estilo de vida proveniente de esportes ao ar livre como surf, skate, snowboarder, BMX, entre outros.
No mundo, as marcas Quiksilver, Roxy e DC Shoes estão presentes em diversos canais de distribuição, entre eles, surf e skateshops, lojas de departamentos esportivos, em mais de 900 lojas próprias e franquedas, além dos e-commerces. A empresa atua principalmente nos Estados Unidos, Canadá, Brasil, México, Europa, Oriente Médio, África, Reino Unido, Rússia, África do Sul, Austrália, Japão, Nova Zelândia, Coreia do Sul, Taiwan, China e Indonésia.
A Quiksilver foi fundada em 1969 e está sediada em Huntington Beach, Califórnia.