Season Volume II

PT em nova temporada

Kelly Slater, Season Video Magazine Vol. 2.

Kelly Slater é um dos destaques de Season Video Magazine Vol. 2. Foto: Divulgação.

Depois de apresentar a nova geração brasileira no DVD Season Video Magazine Vol.1, o videomaker paulista Paulo Tracco mostra muito amadurecimento na segunda edição do filme.

 

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No primeiro filme da carreira, Tracco contou a história de nossos jovens atletas, a maioria de origem humilde, e como o surf mudou seus destinos.

 

Agora é a vez de Season Volume 2. O filme mostra as performances dos melhores surfistas do mundo em diversos picos do planeta, passando por locações paradisíacas como Indonésia, Tahiti, Hawaii, Jeffrey’s Bay, Austrália e Fernando de Noronha (PE).

 

Paulo Tracco em ação na praia de Maresias, São Sebastião (SP). Foto: Munir El Hage / Season Video Magazine.

Tracco diz que o novo filme é, sem dúvida, sua melhor produção até o momento. “Estou muito feliz em lançar o Season 2. O filme está internacional, com altas imagens dentro d?água e surf de alto nível?, afirma o vídeomaker.

 

Nesta entrevista, Paulo Tracco fala mais sobre a produção que promete agitar o surf nacional neste começo de ano.

 

A primeira edição do Season apresentou os melhores surfistas da nova geração brasileira, por quê você optou por outra abordagem neste segundo filme?

 

O Season 1 estava totalmente ligado à nova geração por uma forte razão, foram eles, os surfistas mais novos, que no início da minha carreira me apoiaram e sempre estiveram dispostos à produzir imagens e viajar comigo. Conseqüentemente, eles tinham uma maior quantidade de imagem, por isso ganharam um filme.

 

O Season 2 já é um trabalho mais amadurecido. Grande parte dos surfistas do Season 1, também estão neste segundo. Mas além deles, nomes de peso do surf nacional foram incluídos. Surfistas como Leo Neves, Neco Padaratz, Stephan Figueiredo, Bruno Santos e Marcelo Trekinho ganharam destaque nesta segunda produção.

 

Como viajei bastante para a produção de Season 2, capturei ótimas ondas dos melhores surfistas do mundo, como Kelly Slater, Andy Irons, Mick Fanning, Taj Burrow, Rob Machado, Bobby Martinez, os irmãos Hobgood, Bruce Irons, entre outros.

 

Com excelentes imagens, selecionei o que havia de melhor, independente da idade, nacionalidade ou qualquer outra coisa. Queria apenas incluir as melhores ondas, tubos e manobras que eu tinha em arquivo. Assim nasceu o Season 2.

 

Quais são os lugares que você filmou? Qual deles gostou mais?

 

Entre julho de 2006 e outubro de 2007 tive a oportunidade de conhecer lugares extraordinários para a captação de imagens de surf. Entre os picos que visitei estão Jeffrey?s Bay, Hawaii, Fernando de Noronha, Tahiti e Indonésia.

 

Com certeza as imagens que produzi dentro d?água no Tahiti e na Indonésia são as que mais me agradam. A qualidade das ondas, com a luz e a cor da água fazem daquelas imagens as minhas preferidas. Pegamos ótimos finais de tarde em Padang Padang, e também muitas ondas perfeitas em Teahupoo. O filme ainda conta com imagens capturadas por Pedro Felizardo na Austrália.

 

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Adriano Mineirinho é esperança de título brazuca no WCT. Foto: Divulgação.

Na sua opinião, como está o mercado de filmes de surf no Brasil? Faltam apoio e incentivo?

 

O mercado de filmes de surf no Brasil ainda está começando. Eu diria que após o lançamento de alguns filmes nacionais, estamos conquistando um espaço nas vitrines e lojas. Mas além do problema do reconhecimento, nós, os produtores, passamos por muitas dificuldades.

 

A primeira delas é a falta de apoio nas viagens. As marcas querem imagens dos atletas em ondas gringas, mas não ajudam nas despesas. Passagem aérea, hospedagem alimentação e muitas outras despesas acabam saindo do meu bolso, para depois tentar recuperar vendendo imagem. Isso não está certo. São poucas as marcas que têm consciência da importância deste tipo de investimento.

 

Paulo Tracco aponta o carioca Leo Neves como um dos melhores surfistas brasileiro da atualidade. Foto: Divulgação.

Depois disso vem a distribuição. Donos de lojas, que são totalmente alienados ao mundo do surf e se limitam a vender apenas roupas e acessórios. Não estão antenados aos vários lançamentos que temos em vídeos, e seus representantes acham o lucro da venda de DVD?s muito baixo. Então somente quem curte muito o surf e o nosso trabalho acaba nos ajudando a vender o filme.

 

Sem falar na pirataria. Dos poucos DVD?s que conseguimos vender às lojas, muitos deles assim que saem da loja são gravados e pirateados aos amigos do bairro. Sei que o preço não é tão acessível quanto gostaríamos, mas quem copia um DVD nacional está tirando o dinheiro que teríamos para investir em produções futuras. Além de dificultar ainda mais um trabalho que já sofre por falta de verba e apoio.

 

Fale um pouco sobre a produção de Season Vol.2, rolou algum contratempo durante o processo?

 

Enfrentamos muitas roubadas mundo afora. Desde atrasos de vôo, até furtos de equipamento. Para chegar à Indonésia no ano passado, Jessé Mendes e eu demoramos mais de cinco dias. Todos os vôos atrasaram e perdemos todas as conexões possíveis. Mudamos a rota e só recebemos as malas e pranchas uma semana depois.

 

Mas foi no Tahiti onde passei as piores roubadas. Como estávamos em um lugar longe de Teahupoo, tínhamos que pegar carona e ficar o dia inteiro fora. Ao voltar bem tarde certo dia, percebemos que haviam entrado em casa e levado tudo o que havia de valor (computadores, câmeras, dinheiro, iPod?s). Felizmente eu havia trancado tudo na minha pelican e não conseguiram roubar nada. Porém, a casa tomou um belo prejuízo e nos mudamos de lá.

 

Outro dia pegando carona, dois caras pararam o carro e disseram que me levariam até Teahupoo, mas quando viram meus equipamentos mudaram de idéia. Começaram a subir a montanha e após brigar muito e ver que eu estava na maior roubada, abri a porta do carro em movimento, pulei fora e saí correndo montanha abaixo, de chinelo e com os caras me perseguindo. Felizmente consegui fugir. Ao chegar à avenida eles ficaram com medo pelo movimento de carros e deram meia-volta. Coisas assim fazem parte das viagens.

 

Na produção de seus filmes você acompanha de perto a evolução dos surfistas brasileiros, na sua opinião, o que falta para termos um campeão no WCT?

 

Realmente sou um privilegiado nesse aspecto. Viajo com os melhores surfistas brazucas e vejo a evolução deles em diferentes tipos de onda. Acho temos muitos talentos por aqui, por exemplo, Bruno Santos e Stephan Figueiredo estão entre os melhores tuberiders do mundo, Leo Neves e Neco Padaratz abusam do power surf, a linha do Dornelles está entre as mais polidas do circuito, o Mineirinho é um exelente competidor, sabe como usar as táticas certas a cada bateria. Fora os milhares de aerealistas que temos, como Rodrigo Baby, Sininho, Tripa, Sifu, Gringo, que fazem acrobacias aéreas que dificilmente vemos por aí.

 

Acho que o que falta é concentrar todos estes talentos em uma só pessoa. Apesar de torcer muito, acho que ainda vai demorar um pouco para termos um campeão mundial. Com o amadurecimento do Mineirinho em ondas de peso e com a entrada de outras promessas, como Pablo Paulino, podemos ter mais chances. Acredito que à curto prazo, Leo Neves, Neco Padaratz e Rodrigo Dornelles têm tudo para colocar o Brasil entre os top 16 novamente.

 

Você tem algum projeto para este ano?

 

Tenho sim! Pretendo lançar ainda este ano o Season 3 – Especial viagens, um filme que conta um pouco de cada lugar que passei, com ondas alucinantes, de surfistas que não tinham tantas ondas filmadas. Então juntei tudo o que tinha de bom dos lugares e de várias pessoas diferentes. O resultado está me agradando muito.

 

Para obter mais informações, visite o site mentalvideos.com.br .

 

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