Quadriquilhas do futuro

Sylvio Mancusi, Backdoor, Hawaii

Sylvio Mancusi e sua quadriquilha Eddie Piccollo a caminho de mais uma session no Hawaii. Foto: Duda Hawaii / Mauka Productions.
Prancha quadriquilha. Uma recente tendência mundial traz de volta esse modelo muito usado no começo dos anos 80.

 

Na América o shaper havaiano Glen Minami e seu atleta na época Martin Potter usaram um modelo de quatro quilhas batizado de ?twins?.

 

No Brasil o carioca Ricardo Bocão foi um dos precursores. As pranchas dele tinham quatro quilhas grandes e as de Minami duas grandes e duas pequenas.

 

Em 2005 o shaper californiano Bill ?Stretch? Riedel foi eleito pela revista Surfer o melhor shaper/designer do ano, depois do sucesso de suas pranchas quatro quilhas ? mesmo elas custando entre US$ 800 e US$ 1,6 mil cada uma.

 

O atleta, em ação no Backdoor, garante que as quatro quilhas oferecem mais projeção e velocidade. Foto: Fabiana Nigol.
Um dos pilotos de testes de Stretch, Nathan Fletcher já usa esses modelos há cerca de três anos, mas foi nas duas últimas temporadas que os melhores surfistas do mundo reconheceram seu trabalho e começaram a usar as pranchas.

 

Nomes como Tom Carroll, Bruce e Andy Irons, Garrett Mcnamara, Flea, Peter Mel, Jamie Sterling, entre outros. Este ano Nathan foi capa da Surfing dentro de um tubo em Pipe com uma quadriquilha.

 

Em boa parte desse design, as duas quilhas traseiras são o modelo feito pela Future System para pranchas de tow-in.

 

?São várias as maneiras de distribuir as quatro quilhas na prancha. Cada shaper tem usado de uma forma, mas o importante é que tem agradado?, diz Tim Milliken, um dos diretores da empresa.

 

As pranchas de tow-in feitas por Stretch foram aprovadas nas sessions em Teahupoo. ?É muito rápida. Eu precisei ser rebocado mais atrás do pico da onda que o normal, caso contrário não ficaria dentro do tubo por muito tempo?, revela Mcnamara.

 

Flea, Peter Mel, Josh Loya e muitos outros não desgrudam de seus modelos quadriquilhas nas sessões em Mavericks. O shaper local Jeff Clark também usa quatro quilhas em seus designs de pranchas de remada acima de 9 pés e tow-in.

 

Stretch ainda usa uma forma diferenciada de distribuir o peso. O peso é colocado no meio da prancha, onde é feito um buraco retangular no formato de um peso de mergulho, como os usados na cintura dos mergulhadores/pescadores.

 

As pranchas são feitas de resina epoxy e bloco Styrofoam e lembram as tradicionais pranchas de kite, que por sinal Stretch também já vem fazendo para os melhores kitesurfistas da Califórnia e alguns havaianos.

 

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Pato e o shaper Stretch na Califórnia. Foto: Arquivo pessoal Pato.

Nomes com Bruce e Andy Irons elogiaram muito as pranchas e pretendem usar algumas no tour este ano.

 

Segundo Pato, que passou pela fábrica de Strech na Califórnia, o shaper recebeu muitos elogios dos irmãos Irons e de Tom Carroll.

 

O shaper Eddie Piccollo, brasileiro residente no Hawaii, trabalha na fábrica de John Carper e assina foguetes para Carlos Burle, Rodrigo Resende, Danilo Couto, Pato, eu, entre outros.

 

Ele desenvolveu uma quatro quilhas 6?8 e resolvi testá-la.

 

Francês Laurent Pujol é um dos entusiastas do modelo. Foto: Duda Hawaii / Mauka Productions.

Segundo ele a colocação das últimas duas quilhas difere do usado por Stretch, que coloca as quatro bem próximas e paralelas.

 

Piccollo fez uma rabeta um pouco mais larga e inseriu as duas quilhas pequenas mais próximas do tail, em vez de uma quilha grande tradicional.

 

?O ângulo usado também é diferente, mas aí é segredo?, afirma. E uma rabeta estilo ?batman? também dá um estilo futurístico.

 

O resultado é que usei a prancha em Sunset 8 pés e senti uma clara evolução do meu surf. A velocidade e projeção são o ponto forte.

 

Já havia usado uma Stretch em uma sessão de tow-in e no começo tive a sensação que iria derrapar, mas não derrapava. Foi apenas questão de acostumar com o novo design.

 

A prancha de remada de Eddie Picollo é segura e não senti nenhum desconforto. Passei sessões da onda que achei que ficaria para trás.

 

No dia seguinte, em ondas de outra proporção em Backdoor, cavadas e rápidas, ela também foi excelente, tanto que já encomendei mais duas.

 

Nathan Fletcher e o francês Laurent Pujol também usavam quatro quilhas nesta session. As quadriquilhas estão de volta, ainda mais poderosas.

 

Aloha

 

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