Aos 34 anos e em excelente forma física, Renan Rocha garante retorno à elite mundial e prova que idade não é documento. Foto: Ricardo Macario. |
Sabe-se que as modalidades de “endurance”, ou seja, atividades desgastantes e prolongadas (maratona, cross-country…), têm seus melhores praticantes com idades mais avançadas, geralmente acima dos trinta anos.
No futebol essa discussão é antiga. No vôlei, basquete, natação e outros esportes também.
Agora estamos presenciando o mesmo fenômeno no surf, atletas “maduros” competindo e ganhando de atletas jovens.
O australiano Mark Occhilupo é um exemplo a ser seguido por qualquer atleta: Top 16 do WCT aos 38 anos. Foto: Pierre Tostee/ASP. |
Semana passada foi a vez de o veterano Renan Rocha, aos 34 anos, garantir sua volta à elite do surf mundial, mostrando para muita gente que o considerava acabado para o surf que ainda há muito “gás pra queimar”.
Mas, qual será o limite? Para a Medicina Esportiva não há como prever a hora de parar. Fisiologicamente, muitos parâmetros físicos e mentais decaem com o tempo, mas outros melhoram.
Assim, o atleta tem que aprender a se preservar, a pensar no médio prazo. O surfista profissional tem que pensar como atleta (muitos já fazem isso), ter vida de atleta, comer como atleta, dormir como atleta, treinar como atleta.
E principalmente ter acompanhamento médico, psicológico e de treinamento ao longo da sua carreira. Quando isso acontece os resultados aparecem. O “case” do Renan Rocha é uma prova do que venho falando.
Principalmente no surf, em que as características de desempenho não são ainda totalmente esclarecidas, há muito espaço para atletas acima dos trinta anos estarem competindo de igual pra igual com jovens, vivendo do surf e dando retorno aos patrocinadores.