O carioca Raoni Monteiro ganhou a última vaga para as quartas de final do Billabong Pro Tahiti na bateria que fechou o domingo de ondas épicas de 3 metros em Teahupoo.
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O dono da primeira nota 10 do ano nos tubos mais temidos do mundo agora volta a enfrentar Owen Wright, australiano que também recebeu uma nota máxima para bater o próprio brasileiro no domingo.
Mas, Raoni passou por Chris Davidson na repescagem, que foi iniciada com o francês Jeremy Flores fazendo uma bateria perfeita, computando duas notas 10 contra o taitiano Michel Bourez.
“Foi incrível, o melhor surf da minha vida”, disse Jeremy Flores. “Eu comentei outro dia que nunca tinha conseguido um 10 na ASP e agora comecei com dois na mesma bateria, então é uma dupla felicidade”.
Tubos fantásticos foram surfados desde o início do dia. O australiano Matt Wilkinson arrancou o primeiro 10 dos juízes no segundo duelo do domingo, contra o brasileiro Jadson André. Na disputa seguinte, o jovem catarinense Ricardo dos Santos surfou o melhor tubo da bateria contra Kelly Slater. Mas, o dez vezes campeão mundial usou toda sua experiência para superar a maior nota do brasileiro com a soma das duas ondas computadas.
Raoni Monteiro entrou no penúltimo confronto da terceira fase e pegou bons tubos para despachar o ex-campeão mundial C. J. Hobgood com uma larga vantagem de 12,20 x 6,44 pontos. Depois encontrou um inspirado Owen Wright que achou um tubão nota 10 e totalizou 19,77 pontos, marca só superada por Jeremy Flores. Como nesta rodada ninguém era eliminado, Raoni aproveitou bem a segunda chance no último duelo do dia.
Ele quase chegou a ser reiniciado duas vezes, porque ninguém pegou ondas na primeira metade da bateria. Nos 15 minutos iniciais, voltou para zero e só aos 12 minutos depois do reinício foi que Chris Davidson surfou a primeira onda.
Aí, as séries ficaram mais constantes e Raoni Monteiro pegou seus dois únicos tubos na bateria. Conseguiu se posicionar bem “deep” neles para tirar notas 8,0 e 7,5 e abrir 8,73 pontos de vantagem.
O australiano foi numa onda fraca que acabou quebrando sua prancha, mas pegou uma emprestada e voltou para tentar a virada nos minutos finais. A prioridade de escolha era do brasileiro e mesmo assim ele deixou passar uma onda para o adversário nos últimos segundos. Davidson pegou o tubo, saiu vibrando e ficou o suspense. Mas, a nota divulgada foi 8,37, com o resultado terminando em 15,50 x 15,14 pontos, um dos mais apertados do dia.
Corrida do título O domingo de grandes ondas foi um verdadeiro turbilhão de emoções no Taiti. Momentos inesquecíveis de glórias nos tubos enormes, contrastando com a amargura das derrotas e de muita dor para quem foi parar na bancada de corais. Um erro, uma queda e Teahupoo não perdoa. Foi assim com Jordy Smith, que saiu machucado do duelo sul-africano com Travis Logie, um dos oito classificados para as quartas de final no domingo.
Mesmo eliminado, Jordy Smith se mantém na frente do ranking e só perde a liderança na corrida do título mundial da temporada se Kelly Slater vencer o Billabong Pro Tahiti na segunda-feira. É possível, pois ele já ganhou em Teahupoo com duas notas 10 na final. O mar deve continuar com 8-10 pés, ou um pouco menor, todavia o objetivo é aproveitar este swell para fechar o campeonato em condições ainda desafiadoras em Teahupoo.
Quartas-de-final
1 Josh Kerr (Aus) x Jeremy Flores (Fra)
2 Kelly Slater (EUA) x Matt Wilkinson (Aus)
3 Travis Logie (Afr) x Brett Simpson (EUA)
4 Owen Wright (Aus) x Raoni Monteiro (Bra)