Havaiano Andy Irons eliminou o brasileiro Bernardo Pigmeu do Billabong Pro J Bay 2005. Foto: ASP World Tour / Karen. |
Em ondas entre 1,5 e 2 metros os surfistas duelaram pelas vagas para as oitavas-de-final da competição, que tem prazo até o dia 22 para ser concluída e distribui US$ 270 mil em prêmios.
Com a suspensão do catarinense Neco Padaratz, apenas três brasileiros disputaram a terceira rodada nas longas e geladas direitas de Jeffreys Bay, com um forte vento terral muito frio complicando ainda mais a vida dos surfistas.
Depois de quase uma semana de flat as ondas voltaram a quebrar em Jeffreys Bay. Foto: ASP World Tour / Karen. |
O carioca Raoni Monteiro foi o único que conseguiu classificação para as oitavas-de-final da competição, que será encerrada nesta quinta-feira na África do Sul.
Já o grande destaque do dia foi mais uma vez o hexacampeão mundial Kelly Slater, que somou o maior número de pontos na terceira fase – 18,50 de 20 possíveis.
As oitavas-de-final estão previstas para começar às 7 horas e as disputas podem ser acompanhadas ao vivo pelo canal 38 do Sportv.
O potiguar Marcelo Nunes marcou a estréia do Brasil na terceira fase do Billabong Pro. Ele entrou na segunda bateria com o veterano australiano Luke Egan, que arrancou 7,67 pontos em sua primeira onda e ainda tirou nota 7 na terceira para vencer o confronto por 14,67 x 11,50 pontos.
Essa foi a terceira vez que os dois se enfrentaram neste ano. Um resultado bastante polêmico que fez até com que Marcelo Nunes abandonasse a bateria antes do fim, deu a vitória para o australiano no Rip Curl Pro de Bells Beach, que foi disputado em Phillip Island.
Também no Rip Curl, mas só que da Ilha Reunião, o brasileiro deu o troco derrotando-o na bateria inaugural do campeonato, mas no tira-teima Luke Egan levou a melhor agora em Jeffreys Bay.
Depois, o Brasil só voltou ao mar na nona bateria e o pernambucano Bernardo Pigmeu, agora confirmado para disputar o restante da temporada no lugar do suspenso Neco Padaratz, não teve qualquer chance contra o tricampeão mundial Andy Irons.
O havaiano já começou entubando nas geladas direitas da África do Sul e recebeu nota 8,5 em sua primeira apresentação. Na segunda, ganhou 7 pontos e na terceira, quando ainda faltavam 10 minutos para terminar a bateria, arrancou uma nota 7,5 para fechar o placar em 16,00 x 8,83 pontos.
Com isso, Pigmeu e Marcelo Nunes terminaram empatados em 17o lugar no Billabong Pro, com cada um recebendo US$ 4,5 mil e 410 pontos.
O havaiano agora terá um novo embate contra seu irmão Bruce Irons no WCT. Bruce ganhou uma das disputas mais emocionantes em Jeffreys Bay, despachando o veterano Mark Occhilupo por uma pequena diferença: 18,43 x 17,83 pontos.
Sua marca só não superou os 18,50 pontos que o norte-americano Kelly Slater somou para derrotar o sul-africano Damien Fahrenfort na bateria anterior a de Andy Irons. Slater vai pegar nas oitavas-de-final o australiano Jake Paterson, que já venceu duas vezes o Billabong Pro da África do Sul e também fez bonito ao totalizar 17,57 pontos na vitória sobre Tom Whitaker.
Logo depois de Bruce Irons, o carioca Raoni Monteiro entrou no mar para enfrentar ao perigoso australiano Nathan Hedge, que pegou duas ondas antes do brasileiro fazer sua primeira apresentação na terceira fase.
E ela foi melhor, valendo nota 7, contra 6,17 e 5,33 do seu adversário. As séries estavam demorando mais para entrar nesta bateria e Raoni errou em sua segunda tentativa, mas na terceira, que acabou sendo a última, ele voltou a achar o caminho dos tubos em Jeffreys Bay para arrancar uma nota 7,83 que sacramentou a vitória sobre o australiano por 14,83 x 12,74 pontos.
“Tentei fazer o mesmo que já tinha feito nas outras baterias que disputei aqui em Jeffreys Bay, ou seja, ficar lá fora esperando por duas boas ondas, pois só somam duas no resultado. Eu acho que estou tendo bastante sorte aqui neste ano, pois tudo tem dado certo para mim até agora”, falou Raoni Monteiro, que seguiu para enfrentar o australiano Phillip MacDonald nas oitavas-de-final.
Seu adversário nem precisou entrar no mar, pois ele estava escalado para competir contra Neco Padaratz, suspenso por um ano pela ASP depois do resultado positivo do exame anti-doping realizado no WCT da França, ano passado.
Na disputa seguinte, o recordista do Billabong Pro, o australiano Joel Parkinson, que marcou imbatíveis 18,57 pontos em sua estréia na primeira fase, realizou mais uma grande apresentação para bater seu compatriota Toby Martin por 17,83 x 14,00 pontos. Na quarta-feira, ninguém também conseguiu superar a nota 9,83 recebida por Raoni Monteiro na repescagem.
As últimas baterias do dia foram vencidas pelo australiano Dean Morrison, pelo californiano Taylor Knox e pelo sul-africano Greg Emslie, mais um que conseguiu quebrar a barreira dos 18 pontos em Jeffreys Bay, despachando o australiano Taj Burrow com uma boa vantagem de 18,10 x 14,76 pontos.
Entre os dezesseis classificados para as oitavas-de-final que vão abrir o último dia do Billabong Pro da África do Sul, oito são australianos, três são norte-americanos, três são havaianos, com o sul-africano Greg Emslie e o brasileiro Raoni Monteiro completando a lista dos candidatos ao prêmio máximo de US$ 30 mil oferecido ao campeão da etapa.
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Baterias das oitavas-de-final do Billabong Pro
1 Luke Stedman (Aus) x Luke Egan (Aus)
2 Fred Patacchia (Haw) x Timmy Reyes (EUA)
3 Lee Winkler (Aus) x Bede Durbidge (Aus)
4 Jake Paterson (Aus) x Kelly Slater (EUA)
5 Andy Irons (Haw) x Bruce Irons (Haw)
6 Raoni Monteiro (Bra) x Phillip MacDonald (Aus)
7 Joel Parkinson (Aus) x Dean Morrison (Aus)
8 Greg Emslie (Afr) x Taylor Knox (EUA)