Raoni Monteiro marca o primeiro 10 nas Maldivas

Raoni Monteiro foi eliminado mas deixou boa impressão em Haleiwa

Raoni Monteiro mandou bem nas Maldivas e tirou a primeira nota 10 do evento. Foto arquivo: Grant Ellis / Tostee.com.

Os brasileiros continuam brilhando nas esquerdas tubulares de Lohi’s e nesta sexta-feira o carioca Raoni Monteiro arrancou a primeira e única nota 10 do O’Neill Deep Blue Open na Ilha de Lohifushi, República das Maldivas.

 

A onda perfeita foi surfada durante as oitavas-de-final e na mesma bateria o paulista Beto Fernandes garantiu a segunda dobradinha verde-amarela do dia.

 

A primeira foi com Neco Padaratz (SC) e Paulo Moura (PE) duas baterias antes, com Victor Ribas (RJ) e Rodrigo Dornelles (RS) completando a relação dos seis brasileiros classificados para as quartas-de-final da 12a etapa do WQS 2003. É o mesmo número de australianos, que competiram com 63 inscritos, contra 28 do Brasil.

 

As finais ocorrem neste final de semana e a vitória no 5 estrelas “prime” das Maldivas vale um prêmio de US$ 12 mil, além de importantes 2.200 pontos no ranking que garante quinze surfistas na elite mundial do ASP World Championship Tour (WCT).    

 

Os brasileiros começaram a se destacar nas boas ondas de 2 metros de Lohi’s com o vice-campeão nas Maldivas em 2001, o gaúcho Rodrigo Dornelles, que de uma forma espetacular conquistou a primeira vitória brasileira nas oitavas-de-final. Ele tirou notas 8,17 e 7,37 em suas primeiras apresentações, mas o australiano Tom Whitaker ainda passou à frente após receber uma nota 8,83 num belo tubo.

 

Só que Dornelles deu o troco e com uma nota 8,80 venceu a disputa totalizando 16,97 pontos. Whitaker passou em segundo lugar com 16,16 pontos, com ambos eliminando o Top 44 do WCT 2003, Nathan Webster (Aus), e Greg Emslie (Afr).

 

Na disputa seguinte, entraram no mar o catarinense Neco Padaratz e o pernambucano Paulo Moura, com os dois emplacando a primeira dobradinha brasileira do dia numa bateria em que entraram poucas ondas. Moura só surfou duas e garantiu o segundo lugar com notas 7,73 e 3,33.

 

Vitor Ribas é um dos seis brazucas classificados para as quartas-de-final do evento. Foto arquivo: Ricardo Macario.
Já o vice-líder do WQS 2003, Neco Padaratz, tirou uma nota 6 na primeira onda, 8 na segunda e confirmou sua segunda vitória na Ilha de Lohifushi com um 6,83 na quarta e última apresentação. Neco marcou 14,83 pontos nas duas melhores, contra 11,06 de Moura, 9,84 de Dean Randazzo (EUA) e apenas 3,40 pontos de Eneko Acero (Esp).

 

Mas, o maior espetáculo do dia ocorreu no confronto entre Brasil e Estados Unidos na sexta bateria das oitavas-de-final. Nela, o carioca Raoni Monteiro e o paulista Beto Fernandes enfrentaram o campeão do O’Neill Deep Blue Open 2001 e atual número 4 do ranking do WQS, Chris Ward. O californiano largou na frente e Beto Fernandes encostou com uma nota 8,33 em sua primeira onda boa.

 

Já Raoni Monteiro demorou 15 minutos para achar o seu primeiro tubo e entrou na briga com uma nota 8,93. Em sua segunda apresentação, dois minutos depois, foi melhor ainda e arrancou a única nota 10 do campeonato.


Para completar a festa brasileira, Beto Fernandes precisava de 6,34 pontos para se classificar em segundo lugar e há dois minutos do fim tirou uma nota 6,97, abrindo 7,31 pontos de vantagem sobre Chris Ward.

 

O norte-americano ainda surfou uma ótima onda nos segundos finais, mas os juizes lhe deram uma nota 7 e foi confirmada mais uma dobradinha verde-amarela nas Maldivas. Raoni venceu com a segunda maior pontuação do evento – 18,93 – e por uma pequena diferença – 15,30 x 15,00 pontos – Beto Fernandes superou Chris Ward, com Tim Reyes terminando em último lugar com 13,96 pontos.

 

O carioca Marcelo Trekinho representou o Brasil na última bateria da sexta-feira e por bem pouco não conseguiu classificação para as quartas-de-final do O’Neill Deep Blue Open 2003. Numa disputa de alto nível, Trekinho começou com uma nota 7, tirou um 6,23 na segunda onda e um 8,23 na terceira. Só que com notas 8,37 e 7,40 em suas duas melhores apresentações, o norte-americano Ben Bourgeois deu o troco no Brasil com 0,54 ponto de diferença.

 

Já o australiano Michael Campbell, terceiro colocado no ranking do WQS, liquidou a fatura com notas 9 e 8 logo em suas duas primeiras ondas para vencer a bateria com 17 pontos. Bourgeois ficou em segundo lugar com 15,77 pontos, contra 15,23 de Trekinho e 15,10 de Mikael Picon (Fra).

 

Apesar da brilhante apresentação nas oitavas-de-final, o Brasil sofreu cinco baixas na sexta-feira. Marcelo Nunes (RN) e Yuri Sodré (RJ) foram eliminados nas duas primeiras baterias do dia, mas Marcelo Trekinho (RJ) venceu a terceira, todas ainda pela quarta fase da competição. Na abertura das oitavas-de-final, Renan Rocha (SP) ficou em último lugar na disputa vencida pelo australiano Jarrad Howse, com Victor Ribas (RJ) conquistando a segunda vaga para as quartas-de-final.

 

Assim como Renan, Tânio Barreto (AL) também terminou em 25o lugar no evento ao ser barrado pelos australianos Toby Martin e Phillip MacDonald na bateria seguinte. Os dois receberam um prêmio de US$ 1,2 mil e marcaram 792 pontos, enquanto Trekinho terminou em 17o lugar na prova, faturando US$ 1,3 mil de prêmio e 880 pontos.

 

Para conferir os resultados e acompanhar as baterias on-line acesse o site Surfingaustralia.com .

 

Baterias das quartas-de-final

 

1 Jarrad Howse (Aus), Vitor Ribas (Bra), Toby Martin (Aus) e Phillip Macdonald (Aus).
2 Rodrigo Dornelles (Bra), Tom Whitaker (Aus), Neco Padaratz (Bra) e Paulo Moura (Bra).
3 Trent Munro (Aus), Bruce Irons (Haw), Raoni Monteiro (Bra) e Beto Fernandes (Bra).
4 Patrick Beven (Fra), Shane Beschen (EUA), Michael Campbell (Aus) e Ben Burgeois (EUA).

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