#O carioca Raoni Monteiro, 19 anos é uma das maiores promessas do surf brasileiro. Criado nas ondas de Saquarema, Rio de Janeiro, Raoni já viajou para surfar Indonésia, Hawaii, Califórnia, África do Sul, entre outros picos alucinantes.
Vem trilhando carreira brilhante como amador e possui diversos títulos nacionais e internacionais. Aos 17 anos, durante uma bateria disputada como convidado do Rio Marathon Surf International – etapa brasileira do WCT – surpreendeu ao vencer e arrancar elogios do favorito Mark Occhilupo.
Ele conta com boa infraestrutura para manter a cabeça tranqüila e correr atrás apenas das vitórias. O pai e técnico Ronaldo “Jacaré” cuida da parte burocrática e do treinamento fora d’água. Com passagem por marcas como Company e Quiksilver, a Rip Curl é atual dona do passe do garoto.
Como você define o estilo do seu surf?
Meu estilo se encaixa melhor em ondas cavadas e gosto de executar as manobras com bastante pressão.
Quando se profissionalizou um dos objetivos era o amadurecimento do seu surf. Quais as principais diferenças e dificuldades encontradas quando partiu para o surf profissional?
Profissionalizei-me em 99. Enfrentei muitas dificuldades, pois as mudanças são muito radicais: largar escola, família, minha casa e meus amigos para sair pelo mundo e tentar conquistar novos caminhos, enfrentando todos desafios sozinho.
E em qual estágio você avalia estar seu surf ?
Atualmente estou procurando me aperfeiçoar cada vez mais e me adaptar às novas regras do surf profissional – que valorizam as manobras mais radicais no crítico da onda e o estilo do surfista.
Você já foi capa das principais revistas de surf do Brasil como a extinta InsideNow e a Fluir. Como se sente, tão jovem e ao mesmo tempo tão experiente, com um currículo tão vasto?
Surfo desde os 4 anos, e procuro sempre ouvir as experiências das pessoas que estão no meio do surf. Com isso vou tentando melhorar, adquirindo mais experiência e concentração.
Por estar valorizado você sente uma certa pressão, de quem as pessoas sempre esperam vitórias?
Sempre rola uma pressão, mas, o importante é estar sempre com a cabeça tranqüila para isso não te abalar.
Como lida com as derrotas?
As derrotas sempre são ruins, mas, ao mesmo tempo fazem-me refletir e tirar algum proveito para os próximos desafios.
Como foi a temporada havaiana?
A temporada havaiana foi ótima, apesar de eu ter torcido o pé.
Qual sua meta para este ano?
Pretendo correr as etapas mais importantes do WQS, e tentar uma vaga para o WCT.
E as trips… onde você já foi e quais lugares mais gostou? Por que?
Já viajei para Indonésia, Hawaii, África do Sul, Califórnia, Portugal, Peru, Argentina. O lugar que mais gostei foi Indonésia, pelas ondas perfeitas e pelo astral dos lugares que conheci.
Como você analisa a nova geração?
A nova geração acredita muito no seu potencial, pois percebemos que podemos disputar de igual para igual com qualquer um, seja ele jovem ou um surfista experiente.
Quais os melhores surfistas no Brasil e no mundo?
Peterson Rosa e Kelly Slater.
Gostaria que falasse sobre o trabalho com o shaper Ricardo Martins (Wetworks). Qual a importância deste relacionamento?
Estou com o Ricardo Martins desde os 11 anos. Nosso trabalho é bem legal porque sempre trocamos idéias sobre as pranchas, e pretendo continuar fazendo este trabalho por um bom tempo.
Você tem liberdade para testar outras pranchas ou não vê necessidade?
Acho que só surfei duas vezes com prancha de outro shaper, mas sempre falei com o Ricardo antes. Quando quero mudar alguma coisa nas minhas pranchas, sentamos e conversamos para ver se vai dar certo, aí ele manda o foguete. Não tenho necessidade de surfar com outras pranchas.
Você passou por algumas marcas e agora está na Rip Curl. Como tem sido o trabalho com este novo patrocinador?
Realmente passei por várias marcas, mas agora, graças a Deus, estou na Rip Curl. Eles me dão a maior força para competir todo o WQS e todo o circuito brasileiro. Só tenho a agradecer ao pessoal da RipCurl, e espero dar muita alegria para essa galera.