O maior problema, conhecido por todos, é a prática da modalide em locais onda há surfistas pegando onda na remada.
Eu mesmo já cometi este erro algumas vezes, porém me conscientizei. Mas, com o aumento do tráfego de jet-skis, achei de bom tom, como surfista e jornalista, deixar clara minha opinião sobre o assunto.
Toda a galera que treina para surfar ondas grandes no Hawaii, bem como toda rapaziada
que pretende usar o surf a reboque em nosso país, está ameaçada de não poder usufruir da tecnologia, devido a possibilidade da proibição do tow-in em qualquer condição.
É inviável um jet-ski no meio do crowd, além do simples fato que é proibido pela Marinha o uso do aparelho na arrebentação. Isso é um problema global.
No Hawaii, as regras são simples e eficientes: tow-in somente onde não tiver surfistas remando. Essa nova regra, apoiada pelo governo e a comunidade local, serve de exemplo para todo o mundo.
Mauka precisa de carteirinha para botar para dentro por trás do pico no Hawaii. Foto: Fabiana Nigol. |
As regras dizem que a prática só pode ser realizada quando for acionado o “High Surf Advisory”, ou seja, aviso de que as ondas estão acima dos 15 pés.
E também que atletas selecionados pelos instrutores do curso poderão praticar em ondas menores, caso não haja ninguém remando. O uso de colete salva-vidas, bodyboard de resgate, e celular são obrigatórios.
Caso o surfista não respeite as regras, pode levar multa, apreensão do veículo e até prisão (se houver reincidência).
O Brasil deveria seguir este exemplo. Um paralelo entre os 15 pés no Hawaii seria 2,5 metros no Brasil. Afinal, na maioria das praias não temos canal, dificultando o acesso ao outside e deixando freqüentemente os line ups livres para a prática do surf a reboque.
Isso se não tiver ninguém remando, vale ressaltar. Essa seria uma regra básica e simples de ser seguida.
Na Califórnia, a discussão foi parar na Corte, mas ainda não obteve um veredicto. Porém, os big riders não esperaram uma decisão para mostrarem consciência. Flea Virostko e seus amigos utilizam o jet-ski em uma praia onde freqüentemente não há ninguém remando.
“Fazemos tow-in direto em ondas de 1 a 10 pés, pois nesta praia não tem ninguém remando e as ondas parecem ruins para o surf tradicional. Mas, para nós, com a velocidade do jet, a brincadeira fica divertida. Em Mavericks, surfamos somente quando as ondas ultrapassam os 20 pés. Respeitando somos respeitados??, explica o big rider.
Não vejo problema se existirem dez jet-skis em um mar de três metros sem ninguém remando. Já em um mar de 1,5 metros, como notei nos últimos swells em Maresias, é amendrontador, além do incômodo aos frequentadores da praia por causa do ruído e do cheiro.
Uma boa idéia seria a união da Marinha com surfistas experientes para criarmos uma associação com objetivo de regularizar e criar regras para a modalidade no país.
Conscientização já!
Aloha