Regras para o tow-in no Brasil

Roberto Cantoni - Maresias - São Sebastião (SP)

Os havaianos já regulamentaram o tow-in no arquipélago. Agora é preciso moralizar a prática de tow-in no litoral brasileiro. Neste dia em Maresias, por exemplo, Roberto Cantoni caiu porque não havia nenhum surfista remando. Foto: Renato Castanho.
O tow-in no Brasil tem atraído muitos surfistas, atrás da velocidade e a eficiência ocasionada pelo uso do jet-ski.

 

O maior problema, conhecido por todos, é a prática da modalide em locais onda há surfistas pegando onda na remada.

 

Eu mesmo já cometi este erro algumas vezes, porém me conscientizei. Mas, com o aumento do tráfego de jet-skis, achei de bom tom, como surfista e jornalista, deixar clara minha opinião sobre o assunto.

 

Toda a galera que treina para surfar ondas grandes no Hawaii, bem como toda rapaziada

 

que pretende usar o surf a reboque em nosso  país, está ameaçada de não poder usufruir da tecnologia, devido a possibilidade da proibição do tow-in em qualquer condição.

 

É inviável um jet-ski no meio do crowd, além do simples fato que é proibido pela Marinha o uso do aparelho na arrebentação. Isso é um problema global.

 

No Hawaii, as regras são simples e eficientes: tow-in somente onde não tiver surfistas remando. Essa nova regra, apoiada pelo governo e a comunidade local, serve de exemplo para todo o mundo.

 

Mauka precisa de carteirinha para botar para dentro por trás do pico no Hawaii. Foto: Fabiana Nigol.

As regras dizem que a prática só pode ser realizada quando for acionado o “High Surf Advisory”, ou seja, aviso de que as ondas estão  acima dos 15 pés.

 

E também que atletas selecionados pelos instrutores do curso poderão praticar em ondas menores, caso não haja ninguém remando. O uso de colete salva-vidas, bodyboard de resgate, e celular são obrigatórios.

 

Caso o surfista não respeite as regras, pode levar multa, apreensão do veículo e até prisão (se houver reincidência).

 

O Brasil deveria seguir este exemplo. Um paralelo entre os 15 pés no Hawaii seria 2,5 metros no Brasil. Afinal, na maioria das praias não temos canal, dificultando o acesso ao outside e deixando freqüentemente os line ups livres para a prática do surf a reboque.

 

Isso se não tiver ninguém remando, vale ressaltar. Essa seria uma regra básica e simples de ser seguida.

 

Na Califórnia, a discussão foi parar na Corte, mas ainda não obteve um veredicto. Porém, os big riders não esperaram uma decisão para mostrarem consciência. Flea Virostko e seus amigos utilizam o jet-ski em uma praia onde freqüentemente não há ninguém remando.

 

“Fazemos tow-in direto em ondas de 1 a 10 pés, pois nesta praia não tem ninguém remando e as ondas parecem ruins para o surf tradicional. Mas, para nós, com a velocidade do jet, a brincadeira fica divertida. Em Mavericks, surfamos somente quando as ondas ultrapassam os 20 pés. Respeitando somos respeitados??, explica o big rider.

 

Não vejo problema se existirem dez jet-skis em um mar de três metros sem ninguém remando. Já em um mar de 1,5 metros, como notei nos últimos swells em Maresias, é amendrontador, além do incômodo aos frequentadores da praia por causa do ruído e do cheiro.

 

Uma boa idéia seria a união da Marinha com surfistas experientes para criarmos uma associação com objetivo de regularizar e criar regras para a modalidade no país.

 

Conscientização já!

 

Aloha

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