Poluição dos oceanos

Relatório indica ineficiência das ações

A preocupante lista de espécies de peixes que ingerem fragmentos tóxicos presentes no oceano cresce à cada dia

É cada vez maior a quantidade de espécies contaminadas por resíduos despejados no oceano. Foto: Divulgação.

Em matéria publicada no dia 4 deste mês, o site da revista alemã Der Spiegel – uma das mais importantes da Europa – informa que obteve acesso a um relatório confidencial do governo alemão referente aos esforços da União Européia e das Nações Unidas para deter a poluição dos oceanos.

 

De acordo com o Spiegel Online, o documento afirma que as ações falharam completamente e de maneira categórica, ressalta que o resultado das iniciativas é inexpressivo.

 

Ou seja, mesmo com todos os esforços da Convenção Marpol, nossos oceanos transformaram-se num  enorme lixão.

 

Criada em 1973 pela ONU, a Convenção Marpol tem como objetivo a prevenção da poluição do meio ambiente marinho por despejo de lixo.

 

Entre normas e regras desenvolvidas e implantadas nos trinta e sete anos de existência, proíbe qualquer embarcação de despejar resíduos no mar enquanto estiver parada num porto.

 

Mas na prática, afirma o documento, todos os acordos e convenções são sistematicamente desrespeitados e os índices que medem o nível de resíduos nos oceanos continuam preocupantes.

 

Um bom exemplo é o mar do Norte (Atlântico Norte). Desde 1988, uma legislação rigorosa proíbe o despejo de lixo no oceano pelas embarcações que por ali passam. Entretanto,  os índices que medem a quantidade de resíduos na água permanecem inalterados.

 

Não é novidade o fato da União Européia preocupar-se com o lixo despejado nos oceanos e é exatamente esta a imagem que busca passar para o mundo. Em julho de 2008, anunciou uma diretriz que buscava garantir ”boas condições” aos mares europeus até 2020.

 

Mas na semana passada, em nota oficial, a Comissão Européia informou a necessidade de estabelecer “uma agência dedicada (…) para atacar os problemas subjacentes da má implementação e execução da legislação européia sobre lixo.”

 

Ou seja, mesmo depois do governo alemão minimizar o fato publicamente e negar maiores detalhes do documento à imprensa, fica claro que as iniciativas foram insuficientes e que a alta cúpula da UE ainda busca soluções mais eficientes para o caso.

 

Os autores do documento confidencial do governo alemão desacreditam do sucesso nas ações da UE. Segundo os especialistas que o produziram, o caminho deve ser alterado ou será impossível deter a poluição dos oceanos.   

 

Será necessário, à princípio,  deixar de lado novos acordos. Antes de qualquer coisa, é imprescindível analisar a praticabilidade da legislação e das normas impostas. 

 

“As poucas oportunidades de descarte nos portos, as altas taxas e a logística complicada frustram os esforços”, explica Onno Gross, presidente da Deppwave – entidade de defesa do meio ambiente marinho com sede na Alemanha.

 

Em contra-partida, o movimento ambiental mundial admite que um trabalho emergencial para deter a poluição dos oceanos é fundamental e as ações não devem cessar. 

 

Afinal, alerta o documento confidencial, trata-se de um ”problema ecológico e econômico“ que trará ”efeitos negativos e custos altíssimos“ à toda sociedade.

 

 

Fonte Global Garbage

 

 

 

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