Carlos Burle

Remada nos bastidores

Carlos Burle, Jaws, Maui, Hawaii

Carlos Burle machuca o ombro durante sessão em Jaws. Foto: Bruno Lemos / Liquid Eye.
Maya Gabeira, Hamerheads, North Shore de Oahu, Hawaii. Foto: Bruno Lemos / Lemosimages.com.

O pernambucano Carlos Burle não pôde participar do Mavericks Invitational devido a uma contusão no ombro sofrida no swell do dia 31 de dezembro em Jaws, Hawaii.

Mesmo assim ele compareceu em Half Moon Bay, Califórnia (EUA), para prestigiar o evento e falou com exclusividade ao Waves.

Como aconteceu a contusão que acabou te tirando do campeonato?

A lesão ocorreu no último dia do ano enquanto surfava Jaws na remada. Estava treinando para o evento da Red Bull que vai acontecer por lá. Coloquei para dentro de uma onda e sai capotando. Acabei deslocando meu ombro.

É uma contusão bastante complicada, você não consegue se recuperar rapidamente, precisa ficar um tempo sem surfar. O campeonato aqui em Mavericks acabou acontecendo neste período e infelizmente eu não posso surfar, mas vim aqui prestigiar, pois não gosto de perder esses momentos tão especiais. Valeu muito a pena, o dia estava lindo, boas ondas, é muito bom poder dar um suporte para comunidade de ondas grandes.

Ficou um gosto amargo por não poder estar lá no outside competindo?

Na atual fase da minha vida acho que não penso mais assim. Para mim o importante é entender o porque isso está acontecendo e tentar pensar no que vai rolar daqui pra frente e não ficar remoendo o passado. Estou muito feliz de estar aqui eu não pude competir, mas estou aqui. Pude prestigiar o Alex Martins, que chegou à final, estou super contente e orgulhoso por ele. Ele merece muito, é muito batalhador.

Como você a evolução do surf de ondas grandes na remada?

O surf de ondas grandes está sempre evoluindo. Desde o equipamento de segurança até as pranchas, e ainda vão melhorar muito. Isso tudo ainda é muito recente, se formos falar em surf de ondas grandes.

O jet-ski também veio para auxiliar os surfistas que gostam de pegar ondas grandes, mas ao mesmo tempo algumas pessoas esqueceram do valor que é pegar uma onda na remada. Os surfistas estão cada vez mais preparados para pegar ondas maiores. O tow in ainda vai ter o seu lugar quando realmente não der para remar nas ondas.

Há um tempo você disse que queria deixar sua marca no esporte preparando novos atletas. Como está sendo isso?

Eu acho isso muito importante, porque o melhor presente que você pode dar para o esporte é retribuir o que ele lhe proporcionou, deixando um legado, passando suas experiências e tudo mais. Tenho feito isso bastante, trabalhei com a Maya Gabeira durante anos, ela evoluiu muito, chegou num patamar que ninguém esperava, nós ainda continuamos esse trabalho.

É muito bom ver esses frutos amadurecendo. Agora também estou fazendo esse trabalho com o Gordo e com o Pedro Scooby, está indo por um caminho super legal e a gente já começou a colher bons frutos. Eles estão tendo acesso há muita coisa trabalhando comigo e eu não quero me limitar só a essas figuras.

Estou sempre disposto a tirar dúvidas e passar minha experiência para quem quiser, principalmente a nova geração. Fico muito feliz de poder fazer isso.

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