Renan Rocha garante wild card para o WCT

Renan Rocha - Hang Loose Pro Contest 2004

Renan Rocha descola o wild card para disputar o WCT em Floripa. Foto: Ivan Storti /Divulgação ACSU.
O paulista Renan Rocha ganhou um wild card para disputar o Nova Schin Festival WCT Brasil 2004, principal campeonato de surfe da América Latina, disputado entre os dias 1 e 10 de novembro em Santa Catarina.

 

De acordo com Teco Padaratz, detentor da licença para realizar o WCT no Brasil, Renan entra no lugar do havaiano Sunny Garcia, que alegou estar machucado e não poderá participar do evento.

 

“Renan foi escolhido pela excelente performance obtida em 2003, em que obteve a terceira colocação, e por ser o próximo da lista da ASP do ano passado”, explica Padaratz.

 

Renan Rocha, em terceiro, levou a bandeira do Brasil ao pódio no ano passado. Foto: Ricardo Macario.
Renan ficou amarradão pela escolha, principalmente por ter sido prejudicado por uma mudança na regra em dezembro passado.

 

“Pela posição obtida no WQS 2003 (23º lugar), teria direito a disputar algumas etapas pois fui o penúltimo atleta no ranking do WQS. Só que em dezembro, os australianos encabeçaram uma panela e mudaram a regra, cabendo a organização do evento escolher a vaga. Como a maioria das provas do Tour são patrocinados pela Quiksilver e Billabong, logicamente eu não participei. Esse boicote já havia rolado com o Danilo Costa e o Rodrigo Dornelles também”, comenta Rocha.

 

Renan Rocha, ao lado da mulher Marina e da filha Luna: maturidade e consciência para fazer a coisa certa. Foto: Nancy Geringer.
Porém, no Brasil a situação mudou de quadro. “Conversei com o Teco, que por sua vez decidiu com a comissão técnica, conceder um wild card para mim”.

 

O atleta paulista tem chance de voltar ao WCT em 2005, pois atualmente figura na 20a. posição no ranking do WQS, divisão de acesso do surf mundial, com 7.325 pontos. Depois de Raoni Monteiro, em 13º lugar, Renan é brasileiro melhor posicionado.

 

“A adrenalina está tão grande que até caí de cama, doente. Parece que é a primeira vez na minha vida”, afirma ele, concentrado desde o último domingo na Guarda do Embaú.

 

“No ano passado também fiquei por aqui relaxando, enquanto todo mundo estava no agito e no apagão de Floripa. Ainda tive sorte de o evento rolar em Imbituba e chegar antes de todo mundo”, conta ele, que não se importa em pegar a estrada até Floripa todos os dias, caso o evento ocorra somente na ilha. “Sou paulistano, levo meia hora para chegar na padaria em São Paulo”, descontrai.

 

Caso garanta a vaga no WCT 2005, Renan quebrará o recorde de Mark Occhilupo, que voltou ao Tour com 33 anos. “Vou estar com 34 e no gás total”, garante Rocha, que além do treinamento nas ondas cuida do condicionamento físico no Projeto Marazul.

 

De acordo com ele, sua volta ao WCT mostrará o despreparo do Brasil em dar suporte aos atletas. “Quando o Occy voltou, toda a Austrália se uniu para lhe dar força. Aqui, a situação foi completamente inversa, com muitas pessoas só pensando em me jogar para baixo. Foram poucos os que realmente me apoiaram. É uma falta de cultura muito grande em relação ao esporte”, revela.

 

Mais maduro, depois do nascimento da filha Luna com a modelo Marina San Vicente, Renan acredita que esta nova fase lhe trouxe mais garra e consciência para fazer as coisas certas. Agora, o surfista parte para o tudo ou nada, rumo ao Onbongo Pro Surfing e depois para a reta final do WQS no Hawaii.

 

“Não quero criar muitas expectativas. No ano passado, estava ansioso e perdi de cara no Onbongo. No WCT, fui desencanado e acabei me dando muito bem, ficando em terceiro lugar. Quero estar com os melhores atletas do mundo e quebrar, independente contra quem seja”.

 

 

 

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