Renascido das cinzas

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Ricardo Wendhausen, o Riquinho, é o mais novo integrante da equipe de atletas da Onbongo. Foto: Ricardo Macario.
Apontado por muitos como uma das grandes promessas da nova geração brasileira, o catarinense Ricardo Wendhausen poderia ter sido mais um talento ofuscado pelos tortuosos caminhos do surf profissional no país.

 

Aos 18 anos, Riquinho, como é conhecido, foi do céu ao inferno em sua curta carreira. Recém-contratado pela Onbongo, agora ele tem a chance de recomeçar do zero em busca de seu principal objetivo: integrar a elite do surf mundial.

 

Filho do falecido catarinense Wanderbill, lendário shaper dos anos 70 (com quem conviveu até os três anos), Riquinho teve uma bela carreira como amador.

 

Riquinho perdeu de cara no Onbongo Pro Surfing, mas promete voltar com força total nas competições em 2007. Foto: Aleko Stergiou.

Foi vice-campeão catarinense Iniciante e sempre se destacou em sessões de free-surf com um estilo moderno e arrojado.

 

No começo deste ano, porém, ele teve que encarar a dura realidade de ficar sem patrocínio, depois de sete anos em uma das maiores marcas do Brasil e do mundo.

 

Para piorar, sofreu uma contusão no joelho direito que o afastou do mar por cinco meses.

 

Com as dificuldades para se manter e a distância do surfe veio também a depressão, que o abateu por dois meses.

 

?Foi realmente um ano muito difícil para mim. Sempre tive tudo e de repente me vi sem nada, até dificuldade para comer eu passei?, conta o atleta.

 

Nesse período ele se afastou totalmente dos campeonatos e do meio. Quando tudo parecia perdido, os amigos perceberam o drama de Riquinho e passaram a incentivá-lo a voltar a treinar e retomar a carreira.

 

?A ajuda de caras como o Fernando Moura, Marcelo Cathcart e Guilherme Tranqüili, entre outros, foi fundamental para minha recuperação. Fiz muita fisioterapia e voltei a surfar com a galera, com isso voltou a vontade de recuperar meu espaço?, relata Riquinho.

 

Fortalecido pelas dificuldades e motivado com o novo patrocínio, ele agora se sente mais maduro e preparado para enfrentar as turbulências do profissionalismo. ?Aprendi a dar valor a tudo que construí e sei que tenho potencial para estar entre os melhores?, afirma confiante.

 

Recuperado da lesão no joelho, no ano que vem Riquinho disputará o Brasil Tour, de olho em uma vaga no SuperSurf, e as seletivas do Pro Junior, já que ainda tem três anos para tentar o título mundial da categoria. Mas também pretende investir no WQS, já que sua principal meta é figurar entre os tops do WCT.

 

?Acredito no meu surf, no passado tive duelos acirrados com o Mineirinho, que hoje está no circuito mundial, e sei que posso chegar lá também. Quero tentar o título mundial Pro Junior e também fazer parte do SuperSurf?, comenta.

 

Para isso ele terá o suporte do antigo shaper Joca Secco, amigo de seu pai e que sempre o apoiou durante a carreira. A falta de ritmo fez com que fosse eliminado logo na estréia no Onbongo Pro Surfing.

 

Mas isso não tirou a motivação do jovem atleta, que como uma Fênix renascida das cinzas, prometeu voltar a brilhar no cenário do surf profissional. Talento não lhe falta.