Herbert Passos Neto, santista de 26 anos, é um longboarder de alma, apesar de ter iniciado tarde no surf, aos 19 anos, e tornou-se um surfista fissurado. Encontrou no longboard o equipamento ideal e daí nasceu um amor pela modalidade.
Formado em comunicação, busca o que a maioria dos surfista deseja: uma vida ligada ao surfe. Herbert colabora com o site desde o início sendo que as primeiras fotos publicadas no Hanging Together foram feitas por ele, durante o Rio Red Bull Longboard Internacional, realizado na Barra da Tijuca em 1999.
Agora Herbert tem seu espaço no site, Prancha Grande, onde ele irá desenvolver idéias relacionadas à modalidade. Leia abaixo uma
Herbert estreou com esta foto o mural de fotos do Hanging Together. Foto: Aqruivo Pessoal. |
entrevista com o o surfista.
Por que você se interessou por surfe tão tarde?
Quando eu tinha uns 10 anos entrei numa loja e vi um longboard. Pirei no visual daquela prancha, fiquei curioso. Mas o vendedor “orientou” minha mãe que aquilo não era prancha para o meu tamanho, que eu teria que começar com as menores. Então experimentei pranchinha, mas achei o skate mais legal e desencanei. Nove anos mais tarde, depois de servir o Exército, passei um mês na Guarda do Embau (SC), onde viajei muito na formação das ondas. Quando cheguei, não tive dúvida: comprei um long. Me identifiquei de cara com deslizar nas ondas e o estilo de vida, pois era bem melhor ficar na praia do que em pistas, todo suado e sujo.
Esta foto de Phill Rajzman feita por Herbert foi a primeira foto a ser publicada no Hanging Together. Foto: Herbert Passos Neto. |
Você anda de skate?
Ando de skate desde 9 anos de idade. Mas hoje em dia só de longboard porque não há boas pistas perto de casa. Sempre achei essencial a fluidez da linha e a conexão entre as manobras, o ritmo, o lado “surf”, raiz do skate. Inclusive, muito do meu surf devo ao skate. Já treinei muitos knee turns e noserides na ladeira antes de fazer na água, o que diga-se de passagem, me ajudou muito.
De onde vem a paixão pelas pranchas grandes?
Sempre me interessei por ondas grandes, que antes do tow-in só eram surfadas com pranchas grandes. Em ondas pequenas e médias é um baita desafio controlar o “trem-sem-breque”!
E pranchinha, você curte?
Herbert e Daniel Neris ajudaram a realizar o desejo de Thomas Rittscher, primeiro surfista do Brasil, de voltar a surfar. Foto: Daniel Neris. |
Como você vê o surf na mídia?
Tem bom potencial. Os esportes com prancha e os de aventura são os que mais crescem atualmente. Tenho boas expectativas para o futuro.
O que falta para obtermos mais espaço?
Precisamos de mais pesquisas científicas e material acadêmico sobre surf, pois só assim seremos mais rapidamente reconhecidos pela cultura oficial. Muitos bons profissionais de
Herbert Passos Neto treina com as pranchas de remada da Unipran. Foto: Arquivo Pessoal. |
O que o surf ganharia com isso, exatamente?
Gabarito enquanto segmento social, o que resultaria em mais espaço na mídia. Imagine só: advogados podem ajudar a montar associações, fazer assessoria jurídica; jornalistas e publicitários podem melhorar a divulgação do esporte; fisioterapeutas e médicos podem se especializar em cuidar de surfista; professores de educação física podem ser preparadores físicos, técnicos, dar aulas. Quanto mais gente se dispuser a aplicar seus conhecimentos em favor do surf, mais o esporte crescerá na
Herbert encara as ondas da Garganta do Diabo em São Vicente. Foto: Herbert Passos Neto. |
sociedade.
Quais são suas pretensões para o futuro?
Já que não serei surfista profissional, serei ao menos um profissional surfista! Por isso pretendo fazer pós-graduação em surf e esportes praticados com prancha, na Unipran, e também outras na área da comunicação, mas sempre tendo o surf como tema de trabalho. É uma forma que encontrei de viver perto do surf sem ser competidor.