Acompanhando o esporte anos e anos depois de ter parado de surfar, hoje minha piração é virtual.
Principalmente quando tem algum campeonato acontecendo em lugares onde já surfei, como Snapper Rocks, Bell´s Beach, Johanna, Ihas Reunião, J-Bay, Hossegor, Mundaka, Durban, Fistral Beach, Trestles, Santa Cruz, Sunset, Pipe e Haleiwa.
Um dos melhores lugares do planeta é a Indonésia, mas a falta de uma forte economia atrasou geral o lado profissional de lá. Depois das bombas no Sari Club então… Bons tempos os anos pré-terrorismo declarado.
Uluwatu é o paraíso e não existe nada igual à onda de Desert Point, nem “sonhável”.
No Brasil, são vários os picos que eu considero show, principalmente Maresias – para mim, é o aprendizado e o treino para os tubos.
Com essa “tech revolution”, a transmissão online em diversos campeonatos torna possível um familiar, amigo ou patrocinador acompanhar bateria e ver tudo o que acontece nos 20 minutos decisivos.
Muitos criticam os brasileiros e alguns até metem o pau, ignorando que o cara que está ali, antes de tudo, investiu a vida, largando tudo e todos para conseguir ser um surfista profissional.
Também concordo que vários gringos estão à frente dos brasileiros. Porém, posso enumerar aqueles que realmente ocupam essa posição entre os Tops 44.
Mick Fanning, Kelly Slater, Andy Irons, Joel Parkinson e Taj Burrow estão merecidamente entre os Top 5. Agora, no resto do pacote não pode subestimar ninguém, e nele estão incluídos os brazucas.
Só de ser um trialista do WQS já considero vencedor. Conquistar uma vaga entre os Top 44, pra mim é ídolo.
Nas últimas etapas do WCT, acho que não foram só os brasileiros competidores que ficaram irados com as notas ?underscored?. Foram canetados para baixo em muitas
ondas importantes, injustamente.
Sem babação, sem patriotismo, analisando com frieza. A bateria do Rodrigo Dornelles e Andy Irons no beach break de Johanna – muito similar ao Brasil ? está entre as que meteram a mão descaradamente.
Quando um desses pega a boa, a nota vai lá em cima, mas quando é um brasileiro na onda, parece que a descendência, o passaporte, está pesando.
Uma exceção a esta regra acontece com o Leo Neves, que, com surf power e rasgadas jogando água pra lua, não deixa dúvidas. O critério atual valoriza o power, e Martin Potter e Tom Carroll seriam tricampeões no mínimo.
Grandes surfistas da nova geração brasileira têm surgido no WQS, casos de Heitor Pereira e Willian Cardoso, que ainda não venceram etapas, mas isso não está longe de acontecer.
Vários outros brazucas são bons mesmo, e estão fazendo o nome, chegando e conquistando no tempo o que merecem.
Depois falam que não há racismo. Vocês viram recentemente o “doente” sul-coreano que metralhou 32 estudantes nos EUA. Por que será? Deixa pra lá, porque sei que estes comentários não resolverão nada.
É bom ter este Fórum para a galera falar o que pensa, até “escondido” atrás de um nick. Aqui é o paraíso dos “camuflados”.
Talvez estes, que são os mais agressivos na internet, na hora em que encontram algum dos representantes do nosso esporte brasileiro, podem não agir da mesma forma.
Chato é sempre este mesmo assunto: falar que os brazucas foram malhados. Fiquei aguardando alguém se pronunciar, rolou um silêncio. Mas, pra tudo isso não passar batido, cutuquei…
Tudo bem, vamos em frente, com as pedras em nosso caminho. Surfistas como Odirlei Coutinho e outros de respeito têm mesmo é que surpreender e derrotar os caras, porque eu não esqueço de ele ter vencido o Andy e o Bruce Irons no Brasil e o Slater em Sunset.
Ao ataque, galera.
Aloha