Com um drop incrível em uma onda de mais de 3 metros de altura em Pipeline, o catarinense Ricardo dos Santos pegou o tubo que valeu a primeira vitória brasileira no Billabong Pipe Masters.
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O maior espetáculo do ASP World Tour foi iniciado às 11 horas do sábado no Hawaii, em ondas de até 2 metros que foram subindo durante o dia, com as maiores séries entrando com 3,30 metros na rasa bancada de Pipeline.
Foi em uma delas que Ricardinho conseguiu a nota 8 para despachar o havaiano Dusty Payne no primeiro dia da etapa que fecha a temporada 2012 da ASP até o dia 20 na ilha de Oahu.
“É assim que as coisas acontecem aqui em Pipe”, disse Ricardo dos Santos, em entrevista na cabine da transmissão ao vivo em português pela internet.
“Aqui você tem que estar preparado para o imprevisto. Nós, brasileiros, já estamos acostumados a ter que remar na última hora, quando alguém puxa o bico, ou amarela e deixa a onda passar. Pode ser estranho para o Dusty Payne, que surfa a onda que quer, quando quer, porque é daqui. Então, acho que esse treinamento forçado ao longo dos nove anos que eu venho pro Havaí, fez a diferença agora”.
O catarinense da Guarda do Embaú tem só 22 anos e é um dos melhores tube riders da nova geração. Ele participa do Pipe Masters como convidado da Billabong do Brasil, marca que o patrocina.
Neste ano, Ricardinho já conseguiu um feito inédito no Billabong Pro Tahiti, sendo o primeiro bicampeão consecutivo da história das triagens nos temidos tubos de Teahupoo. É a primeira vez que ele compete no Pipe Masters e agora vai enfrentar o australiano Bede Durbidge no segundo duelo do domingo, que promete ser de grandes ondas no Hawaii.
“Eu fiquei bem ansioso, nervoso até, em não perder essa oportunidade gigante de surfar Pipeline só com mais três caras na água e a primeira bateria é sempre complicada. Então, eu tinha que ir naqueles tubos e é o que eu sei fazer”, falou Ricardinho.
“O Bede (Durbidge) é um cara que já venceu o Pipe Masters e não existe bateria fácil no WCT. Cada bateria é uma batalha, então eu tenho que estar bem calmo, preparado e manter a humildade sempre em primeiro lugar pra fazer a coisa certa. Todo mundo aqui tem o potencial de vencer e a questão é pegar a melhor onda e fazer o melhor tubo possível”.
Tríplice Coroa Antes de Ricardinho, o também catarinense Alejo Muniz, de Bombinhas, estreia no primeiro confronto do domingo com um dos especialistas em Pipeline convidados para o Billabong Masters. Esta etapa tem um formato diferente das outras do ASP Tour, com 48 competidores, os top-34 e 14 convidados, a maioria do Hawaii. As exceções foram Ricardo dos Santos, o norte-americano Dane Reynolds e o irlandês Glenn Hall.
Alejo está na briga direta pelo título da Tríplice Coroa Havaiana, que vale um bônus de 100 mil dólares, uma moto Harley Davidson e um relógio Nixon cravejado de diamantes, prêmios especiais da edição comemorativa dos 30 anos da Vans Triple Crown of Surfing no North Shore da ilha de Oahu.
Ele divide a segunda posição neste ranking com o australiano Adam Melling. O líder é Sebastian Zietz, que já passou pela primeira fase. O adversário de Alejo Muniz é outro havaiano, o veterano Shane Dorian, que acabou com as chances do americano Patrick Gudauskas tentar se manter na divisão de elite do ASP Tour.
Despedida da elite Quem também se despediu do Dream Tour no sábado foi Jadson André. O potiguar lutou bastante, foi em várias ondas, surfou um belo tubo, mas a parada era dura contra um dos maiores especialistas em Pipeline, Jamie O´Brien.
O havaiano fez os recordes do dia nessa bateria, totalizando imbatíveis 16,34 pontos com a nota 8,67 do tubo mais incrível do sábado no templo sagrado do esporte. A segunda maior nota foi dele também, mas o 8,57 que recebeu no último duelo do dia, não foi suficiente para bater o americano C. J. Hobgood.
O carioca Raoni Monteiro também estava escalado para estrear na primeira fase, mas voltou a se contundir enquanto treinava no Hawaii e teve que cancelar sua participação, sendo substituído pelo havaiano Granger Larsen.
Raoni é forte candidato a receber um dos dois wildcards (convites) que a ASP reserva aos atletas que se contundiram durante a temporada, para completar a elite dos Top 34 do ano seguinte. O outro deve ser o havaiano Dusty Payne, que foi barrado por Ricardo dos Santos e igualmente está fora das duas listas classificatórias para 2013.
Vagas no WCT 2013 Os únicos que ainda podem conseguir vaga no Billabong Pipe Masters são o cearense Heitor Alves e o australiano Yadin Nicol. O brasileiro ultrapassa os últimos dos Top 22 do WCT que permanecem na elite se passar uma bateria em Pipeline, desde que eles percam.
Mas, para não depender de nenhuma combinação de resultados dos outros atletas, precisa no mínimo de um nono lugar. Ou seja, terá que vencer mais uma bateria para ganhar a vaga do português Tiago Pires, que é o último colocado na lista dos dez indicados pelo ranking unificado da ASP e já foi eliminado no sábado.
O problema é que o cearense terá que encarar o defensor do título do Pipe Masters, Kieren Perrow, logo em sua estreia no confronto que fecha a segunda fase neste domingo.
O paulista Miguel Pupo completa a relação dos quatro brasileiros que vão disputar classificação para enfrentar os primeiros do ranking que só entram na terceira rodada da competição. Pupo participa do quinto duelo do domingo com o australiano Adam Melling, que vem de vitória na Vans World Cup of Surfing em Sunset Beach.
Os paulistas Adriano de Souza e Gabriel Medina fazem parte dos Top 12 da terceira fase, assim como os três concorrentes ao título mundial da temporada, Joel Parkinson, Kelly Slater e Mick Fanning, além do atual campeão da Tríplice Coroa Havaiana, John John Florence. No Hawaii, eles entram já disputando vagas para as duas rodadas classificatórias para as quartas de final do Billabong Pipe Masters.
Formato dual heat Além dos 14 convidados, outro diferencial da última etapa do ASP World Tour é o formato da competição, realizado no sistema “dual heat format”, idealizado por Kelly Slater.
São duas baterias disputadas simultaneamente, com quatro competidores no mar. Os componentes da que começou antes, têm prioridade de escolher as melhores ondas na primeira metade do tempo da bateria.
No restante, a preferência passa para os dois que entraram depois e assim sucessivamente, sempre quando houver quatro surfistas disputando ondas.