Abusando da fama de tube rider e de um pouco de sorte, o catarinense Ricardo dos Santos destacou-se no primeiro dia de disputas do Hang Loose Pro Contest, realizado em ondas de 1,5 metros na Cacimba do Padre, em Fernando de Noronha.
Em sua melhor onda, conquistou nota 9,33, totalizando 17,33 pontos no somatório. “Tem altas ondas, mas tive sorte. Fiquei três meses no Hawaii só surfando tubos, então eu sei ver quando a onda vem preparada pra proporcionar um canudo. Mas, contei bastante com a sorte, porque todos que estavam na água também sabem fazer isso.
Acho que o mais importante foi o meu posicionamento no mar, de estar no lugar certo na hora certa”.
Entretanto, a melhor onda do dia foi surfada pelo pernambucano Bruno Rodrigues, que botou pra dentro pra conquistar nota 9,83 na oitava bateria do dia. Dois dos cinco juízes deram nota 10 e a média ficou em 9,83.
“Para mim, essa onda foi um presente de Deus. A primeira série (de ondas) passou e jogou água no rosto de todo mundo. Acho que fui o primeiro a abrir os olhos e vi aquela onda animal. Só tive que botar pra baixo e segurar pra sair do tubo. Foi irado, o tubo era muito grande, parecia um túnel, muito bom. Estou há oito dias em Noronha e só agora deu onda, então estou muito feliz por ter conseguido um tubão assim”, comenta.
O neozelandês Jay Quinn fez o segundo maior placar do dia, somando 16,84 pontos com notas 8,67 e 8,17. “Estou muito feliz por ter vencido essa bateria. Deu tudo certo para mim, achei boas ondas e espero que continue assim”, diz.
Os principais cabeças-de-chave também se apresentaram no primeiro dia e ambos se classificaram em segundo lugar nas suas baterias. O número 1, Gabriel Medina usou a combinação tubo seguido de aéreo para superar o norte-americano Tim Reyes e o surfista local de Noronha, Caia de Souza, na disputa vencida pelo carioca Jerônimo Vargas.
“O mar mudou na minha bateria, ficou bem difícil, mas preferi ficar no canto (próximo ao Morro Dois Irmãos) porque vi que as ondas estavam melhores lá”, contou Gabriel Medina, que não se importou por não ter vencido a bateria.
Já o número 2, Damien Hobgood teve mais trabalho no confronto seguinte e só confirmou a classificação na onda que surfou nos últimos segundos. Com ela, tirou o espanhol Gony Zubizarreta do campeonato para passar atrás do pernambucano Bernardo Pigmeu, que dominou toda a bateria.
“Dei muita sorte. O tubo abriu limpo, a onda foi boa, muita sorte mesmo. No começo da bateria estava até legal o mar, depois a correnteza entrou e não consegui mais ver nenhuma onda boa. Eu sabia que tinha que correr atrás e não desisti até o fim. Acho que fui premiado por isso e estou muito feliz por ter conseguido a classificação”.