Laje da Jagua

Sabadão punk

João Capilé, Laje de Jagua, Jaguaruna (SC)

Na última quinta-feira (5/12), Fabiano Tissot havia me ligado alertando sobre a entrada do maior swell do ano para último sábado (7). Na mesma hora pensamos em direcionar todo o foco para a remada, tentando assim buscar um bom registro para o Prêmio Greenish Brasil 2013.

 

Não deu outra, e começou toda aquela correria para agilizar os surfistas e os equipamentos em apenas um dia. Fui logo na Nob, fábrica de coletes em Florianópolis (SC), e peguei os coletes de remada que haviam ficado prontos recentemente. 

 

Na sexta-feira, com a chegada do Tissot e do surfista André Paulista em Jaguaruna, fomos para o Farol de Santa Marta encarar um fim de tarde na praia do Cardoso. Chegando lá, encontramos o local do pico, João Baiuka, que já estava a nossa espera.

 

O mar estava grande, ondas de 3 metros com séries maiores entravam no pico com uma corrente que eu nunca havia visto na vida. Caímos nós quatro na água e ficamos remando por quase uma hora para escapar da forte corrente que nos arrastava para cima das pedras. Pegamos algumas ondas, testamos os coletes e colocamos as pranchas nos pés. Foi bom pra sentir o que já estava por vir para o dia seguinte. 

 

No sábado pela manhã, acordamos bem cedo, olhamos o mar e já vimos que o bicho iria pegar. João Capilé, que estava no Peru quando soube do swell, voltou correndo para o Brasil. Marcos Moraes, Arno Phelipe e Willian Oliveira vieram de Garopaba e reforçaram a barca. 

 

Quem apareceu para conhecer as ondas da Laje foi o ator Mario Frias, que também é apaixonado pelo surf. Mario chegou na base da Atow-Inj logo cedo com os amigos Gabriel Galdino e Julio Rossi, com o intuito de conhecer de perto as pesadas ondas do pico. Antes de sairmos, nos reunimos e planejamos toda a trip.

 

O objetivo era pegar as guns e garantir um bom registro das bombas na remada. Levamos quatro pranchas, todas 10’3: Pacelli, Steve Tyau, Jorge Vicente e uma do Butiá, shaper local da Jagua. Quando chegamos na Laje, vimos uma série gigantesca varrendo toda a bancada. Ondas acima de 4 metros quebravam perfeitas, dando um verdadeiro feeling de Hawaii. 

 

Surfamos durante quatro horas no pico, começando a session na remada. Montamos todo um esquema para garantir a segurança da galera na zona mortal da onda. Paulista e Capilé ficaram no resgate dando apoio, e eu fiquei no jet com o fotógrafo Lucas Barnis, que registrava todas as ondas em fotos e vídeos. 

 

As melhores ondas foram filmadas, mas Barnis conseguiu garantir algumas fotos para poder ilustrar essa matéria. Sendo direto e objetivo, posso dizer que tirei o chapéu para Marcos Moraes e Fabiano Tissot. Os caras mostraram muita coragem e encararam a Laje no braço de uma forma bastante agressiva. Desceram as maiores ondas e tomaram caldos sinistros, honrando o nome da Atow-Inj. 

 

Com toda a certeza, mais uma vez vamos incomodar forte no Prêmio Greenish deste ano, pois conseguimos obter bons registros. Um tempo depois abortamos a remada e fomos todos para o tow in. Capilé, Arno e Willian deram um show à parte, vindo quase sempre nas morras por trás do pico. Gabriel, que sempre teve o sonho de conhecer a laje, pegou boas ondas e sentiu de perto o mostro que mora perto de sua casa. Já o ator Mario Frias teve uma das experiências mais loucas de sua vida. O cara não se intimidou e botou pra baixo também.

 

“Não sabia que o Brasil tinha ondas desse nível. Quando cheguei ao pico não acreditei, parecia um sonho, presenciei as maiores ondas da minha vida. Jaguaruna é espetacular, um lugar inacreditável”, finalizou Mario Frias. 

 

Os últimos a surfar fomos eu e o Paulista. Fizemos uma dupla no tow in e descemos algumas bombas. No fim do banho, erguemos os braços e agradecemos por Deus nos abençoar com esse belo presente de Natal. Valeu e até a próxima!

 

Agradecimentos pelo suporte da trip: Rise Up, Art in surf e Star Lite.

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