Saldo positivo em Ubatuba

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Após a realização da terceira etapa do SuperSurf 2002, nos dias 06 e 07 de julho, na praia de Itamambuca, Ubatuba (SP), ficou evidente o sucesso do novo formato do circuito brasileiro de surf profissional.

Dos atletas se ouvia que o pico era show, que as ondas estavam ótimas e que o astral era altíssimo. Nos organizadores era possível observar um ar de satisfação e tranqüilidade na condução dos acontecimentos.

E o público, que compareceu em peso nos três dias do final de semana, certamente ficou satisfeito com o show de surf que assistiu em Itamambuca.

Os campeões? Andreas Eduardo, de Santa Catarina, e Andréa Lopes, do Rio de Janeiro. Se para o primeiro o gostinho da vitória foi inédito, para a carioca foi a consolidação da liderança isolada no ranking, num circuito em que já venceu duas das três etapas realizadas até agora ? e desponta como provável campeã.

E se no feminino já existe uma papa-tudo, no masculino o meio-de-campo está embolado e fica quase impossível arriscar um nome para levar o caneco.

Com exceção da segunda etapa, em Itacaré (BA), vencida pelo atual campeão brasileiro Tânio Barreto, as outras duas tiveram nomes improváveis no lugar mais alto do pódio ? o novato Marcelo Trekinho levou a primeira, em Maresias (SP).

Isso mostra o equilíbrio existente entre os Top 46 do SuperSurf, que se ainda não agrada a todos, pelo menos alavanca a carreira de muitos atletas que sonham um dia chegar no WCT.

Com a presença de novos valores disputando um formato semelhante ao do mundial, inclusive contra integrantes do mesmo, o nivelamento é feito por cima e todos têm a ganhar.

Um bom exemplo disso foi a bateria, nas quartas-de-final, entre o jovem catarinense Pedro Norberto e o veterano do WCT Peterson Rosa ? que também é tricampeão brasileiro.

Pedro se destacou durante todo o evento e terminou na terceira colocação. Contra Peterson, o garoto não só despachou o adversário como marcou a maior média do dia, com um surf de alto nível.

Com apenas 20 anos e toda essa bagagem, dá pra imaginar o que ele poderá fazer no WCT aos 25, por exemplo, ou até antes.

Isso sem falar em nomes como Raoni Monteiro, o próprio Trekinho, Léo Neves, Bernardo Pigmeu e outros, que ainda darão muito o que falar após adquirir essa experiência no SuperSurf.

O circuito também é um dos responsáveis pelo alavancamento do surf feminino. Na lista das Top 15, muitas atletas são inexperientes e estarão vivendo o que é competir num circuito forte e estruturado no SuperSurf.

Ou seja, também estarão se preparando para um possível futuro no mundial, ainda mais competindo com atletas do calibre de Jacqueline Silva e Tita Tavares, que apesar de não fazer parte da lista, marcou presença em duas das três etapas e venceu uma, na Bahia.

Além disso tudo, o grupo Abril, organizador do circuito e já tarimbado na realização de eventos desse porte, está atacando em todas as frentes e não se preocupou apenas com as questões técnicas.

Além de trazer um patrocinador de peso, a Volkswagen, com uma Saveiro 0 km para o campeão do circuito, e realizar promoções para o público durante as etapas, apostou também na imagem do circuito e dos atletas, criando uma identidade nunca antes imaginada para o esporte. E quer mais, é só uma questão de tempo.

Como disse o responsável pelo SuperSurf na Abril Evandro de Abreu, ?o Brasil precisa de um ídolo no esporte, alguém com quem o público se identifique, crie vínculos e seguidores?.

Ou ainda segundo Marcos Conde, técnico da equipe que disputou o Mundial Amador e colunista do site Waves: ?precisamos de um Schummacher do surf, um atleta que seja favorito, pois assim novos nomes terão mais motivação para derrotá-lo e conseguir essa posição de destaque?.

Tem ainda o concurso Beach Girl, que elege duas candidatas por etapa para disputar a final e ganhar um ensaio exclusivo na revista masculina VIP, do grupo Abril ? e que atiçam e empolgam o público logo após a entrega de prêmios de cada etapa.

Com todos esses atrativos, a fórmula do sucesso está garantida. É só uma questão de tempo.

Confira as fotos em Itamambuca, elas falam por si só.

Clique aqui e confira vídeo exclusivo da etapa no TV Waves.