Ondas lindas, sessões tubulares, água cristalina, o colorido do fundo de corais e sem qualquer surfista no mar? Parecia mentira, mas, este foi o dia mágico da minha primeira queda em Fiji.
Bula (oi e boas-vindas)! Fiquei em Fiji durante 15 dias para realizar o projeto Surf Solidário, em parceria com a Christian Surfers New Zealand, e aprendi muito com a simplicidade da vida dos locais.
Sempre rola um frio na barriga quando embarcamos para o desconhecido. Com um grupo de 17 pessoas, parti do aeroporto de Aukland, Nova Zelândia, até Nadi, na Ilha Vitu Levu.
Dirigimos por cerca de três horas até uma pousada próxima ao Pacific Harbor. Na manhã do dia seguinte, embarcamos no rio onde foi gravado o filme Anaconda 2, para o percurso de duas horas de barco até a bancada de Frigates. Passamos o dia todo no barco e eu surfei até esgotar as energias, seis horas no mar. Só alegria!
Desenvolvemos um programa para os locais com aulas de surf, campeonato de vôlei, instruções para primeiros socorros, workshop para conserto de pranchas, entre outras atividades.
Fiquei hospedada com uma família local bem humilde. A comida era servida no chão, com muita mandioca, arroz, pão, chá com leite e frutas da região.
A comida tradicional é cozida dentro do solo com pedras quentes e folhas de bananeiras, em um processo que demora cinco horas. A dança típica tem o rápido requebrado nas saias de palha. Os cabelos são crespos e a pele queimada do sol.
Algumas vilas tradicionais possuem regras rígidas. Não é permitido por a mão na cabeça das pessoas, ficar em pé quando pessoas mais velhas estivessem sentadas no chão, usar ósculos escuros ou bonés e é preciso cobrir joelho e ombros.
O arquipélago fijiano foi palco da gravação do filme “A Lagoa Azul”. São mais de 320 ilhas, com 1.129 quilômetros de costa no Oceano Pacifico. A população é de 861 mil habitantes, cerca de 37% dos moradores de Fiji são indianos e isso é motivo para intensas discussões políticas e até confrontos.
Fiji tem uma história de canibalismo e andar descalço sobre pedras quentes faz parte dos espetáculos culturais das ilhas.
Foi um privilégio conhecer e surfar mais uma parte da obra perfeita de Deus. Aprecio o quanto somos abençoados nas pequenas coisas, tendo oportunidade de viver, amar, servir e surfar.