Na última terça-feira (19/5), eu, meu pai Darcy, Pedroca e Santosha partimos a caminho de Balian. Faziam aproximadamente dez anos que meu pai não surfava as ondas de Balian. E segundo ele, a última vez em que estive lá, eu estava na barriga de minha mãe, Cissa.
Ao chegarmos lá, nos instalamos em um bangalô com nossas pranchas e mochilas, tocamos uma viola e fomos dormir para encarar o dia seguinte. Acordamos já na frente do pico e fomos ver as condições do mar.
O swell estava pequeno, as ondas tinham boa formação e o surf era garantido. O lugar é muito astral, conforme andávamos pela trilha até a praia, íamos descobrindo vários warungs, todos com pessoas sorridentes por terem pego boas ondas.
No final da trilha, além de terminar na praia, havia o visual do rio desembocando no mar, rio este considerado sagrado pelos nativos de Balian.
A partir das 10 da manhã começou a ventar um terral no pico, segurando mais as ondas e fazendo-as ficarem mais cheias, então decidimos partir pois de noite tínhamos que buscar Gabriela no aeroporto.
No caminho de volta, demos carona a uma amiga do meu pai, Leslie, ela é instrutora de Yoga e dizia trabalhar em um palácio à beira do rio. Quando chegamos ao lugar percebemos que ela não havia exagerado.
O palácio de Shankaris foi feito por uma australiana que se casou com um príncipe balines. O piso e algumas paredes do lugar foram inteiramente cobertos por mosaicos, que retratam vários símbolos místicos e certos animais que reverenciam as crenças locais.
Eles eram coloridos por lajotas e várias pedras numa variação enorme de cores. Além do estúdio de Yoga da Leslie, haviam também várias salas, apresentando diferentes artesanatos, como roupas, peças de decoração, etc.
Em uma dessas salas eles confeccionavam artigos de prata, cortando, lixando, polindo e finalmente dando forma à jóia.
Já em outra sala eles recebiam as jóias, já com um formato e as enfeitavam com pedras preciosas para dar cor a elas. Outros funcionários catalogavam e faziam o controle de qualidade de cada peça. Estes eram os responsáveis por certificar que todas as jóias estavam de acordo.
Outros cuidavam do empacotamento das jóias e das fotografias das mesmas para fazer catálogos. O lugar parecia realmente mágico, pela sua arquitetura, pelo contato com a natureza, pela sua cor e especialmente pelo que ele representa: um verdadeiro palácio.
Agradecemos à Leslie a oportunidade de termos conhecido este lugar encantador, cheio de energias boas, que nos fez ter certeza de que nossa opção de ter vindo a Balian foi altamente gratificante. Enquanto isso, o sul da ilha permanecia flat.