#O terceiro Seminário de Surfwear e Skatewear promovido pela Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (ABIT) em parceria com o Grupo Waves aconteceu na última quarta-feira (09/05) na sede da Abit, em São Paulo.
O seminário destinou-se aos dirigentes de empresas do setor de surf e street.
O deputado estadual Alberto Hiar, o Turco Loco, e o empresário Cláudio Martins de Andrade, da Waves Promoções, abriram o evento.
Segundo Hiar, o objetivo do Comitê é levar informação. “E informação é poder”, lembrou ele.
#O Comitê pretende pleitear crédito mais barato junto às instituições financeiras; criar maneiras para combater a falsificação; reestudar calendário de lançamentos, liquidações e feiras; realizar parcerias mais efetivas entre fornecedores e clientes e viabilizar uma unificação ainda maior do mercado.
Diversos empresários do setor, como Jackson Adisaka (Hawaiian Dreams), João Luiz Peres (Overboard), Carlos Freier (Barrels), Raphael Levy (Fico), José Augusto (Natural Art), Cecília Costa (Oxbow), entre outros, debateram sobre o que pode ser feito para melhorar o mercado com o apoio da Abit, dentro das ações que serão realizadas pelo Comitê de Surfwear e Streetwear.
Durante o evento, os empresários levantaram questões como o calendário de lançamento de coleções e promoções, que não condiz com o clima brasileiro e acaba gerando dúvidas sobre a sua eficácia.
Além das ações que podem ser feitas para combater a falsificação, que acaba levando muitas empresas à falência, pois seus produtos são vendidos indiscriminadamente por camêlos, entre outros falsificadores.
Outra questão levantada foi a busca de capital em instituições financeiras com juros reduzidos, para que se possa investir ainda mais no setor.
Um dos palestrantes foi engenheiro Marcelo Lacerda, 42 anos, fundador da empresa Terra Networks Brasil SA, atual Terra Lycos, procurou passar um pouco da sua rica experiência aos empresários do setor.
Sem possuir uma ligação direta com o mercado de surfwear e streetwear, Marcelo é um bom exemplo de postura empresarial a ser seguida, pois alcançou o sucesso após passar por diversos obstáculos.
Ele costuma pegar onda e falou sobre a sua trajetória no ramo de desenvolvimento de softwares, onde começou na empresa Nutec, fundada em 87 – após ter trabalhado na Itália no ramo de aeronaves.
#A Nutec virou Zaz e depois ficou conhecida como o Portal Terra. Em 90, o caixa da empresa chegou aos US$ 500 mil e Lacerda e seu sócio, Sérgio Preto, decidiram investir tudo no seu produto, o programa Image, para disputar o mercado com a Microsoft.
“No começo, eu me inspirava no sucesso dos empresários bem sucedidos e que estavam desbravando”, conta o empreendedor.
Em 92, o programa Image foi lançado, mas não correspondeu às expectativas, e a empresa passou também a desenvolver softwares para empresas americanas.
A Embratel, em 97, querendo implementar a Internet no Brasil contratou a Nutec para dar consultoria.
Foi aí, que surgiu a Nutec Net, um dos primeiros provedores do Brasil. Lacerda e seu sócio receberam uma proposta do grupo RBS e venderam 51% da empresa, que faturava na época US$ 8 milhões por ano.
Após alcançarem o sucesso financeiro, os sócios fizeram uma viagem para comemorar.
#”Estávamos celebrando a venda da empresa pela segunda vez, comemorando o nosso sucesso financeiro. Mas, ainda questionávamos porque o projeto inicial Image não tinha dado certo”, conta.
A estabilidade financeira e reconhecimento alcançado, não o fez esquecer o desejo de ver o projeto Image ser um sucesso.
De acordo com Marcelo, a receita para uma empresa ser bem sucedida baseia-se em três pontos: dividir com a equipe os frutos do sucesso; inovar e aprender constantemente, e principalmente, ação – não se deixar acomodar jamais.
“A empresa tem duas fases. Começa com a inovação do produto e depois vem a inovação dos meios de produção”, explica.
Alguns erros apontados por Marcelo são a sonegação de impostos, que contribui para um ambiente econômico instável, e o fato das companhias terem funcionários de talento, mas perdê-los para empresas concorrentes, por não reconhecê-los.
#No seu último emprego, Lacerda atuava como vice-presidente da área de marketing da Terra Lycos, na América Latina. Atualmente, a Terra Lycos opera em 42 países. No início de março passado, Marcelo se aposentou.
Ele até brincou, pedindo para os empresários presentes investirem no seu surf e explicou que a principal característica de um empreendedor de sucesso é saber arriscar nos negócios, ter um foco já definido e não ter medo de dar a volta por cima – caso o negócio não der certo.
Para o engenheiro, a empresa precisa ter um ambiente que incentiva o aprendizado. “Sem isso ele não acontece”, conta ele.
O outro palestrante foi Luís Ermírio de Moraes, empresário da Votorantin Ventures e consultor em setores de planejamento, execução e administração de talentos.
#Ermírio explicou como uma empresa deve ser coordenada e estruturada. Segundo ele, quando uma pessoa resolve montar uma empresa, é necessário escolher muito bem os sócios.
Essa escolha deve ser feita de acordo com a necessidade e com o que cada sócio pode oferecer. Além disso, ele falou sobre o investimento em funcionários.
Para Ermírio é necessário estimular o funcionário, pois isso refletirá diretamente em benefícios para a empresa.
Atendendo a pedidos, em breve publicaremos a íntegra da palestra do empresário Luis Ermirío de Moraes, que deu diversas dicas sobre como conduzir uma empresa séria.