 Silvana disputa quartas-de-final do Billabong Girls Pro. Foto: Aleko Stergiou. |
Bicampeã brasileira profissional, esta é a temporada de estréia da cearense na elite mundial.
Atualmente, Silvana ocupa a 11a posição no ranking, com dois quintos lugares (Austrália e Fiji) e a 17a posição no Tahiti.
Silvana define o ano como de ?adaptação? e considera estar bem entrosada com as ondas e companheiras no Tour.
 A atleta está muito feliz com seu primeiro ano na elite mundial. Foto: Aleko Stergiou. |
Entre as muitas novidades na vida da atleta, está a mudança de base para a Gold Coast, Austrália, e a estréia em picos de peso como Tahiti e Fiji.
?Entre os dois, prefiro o Tahiti porque o tubo é mais largo e buraco. Gosto de ondas grandes, ainda mais quando surfo de backside?, destaca Silvana.
Questionada sobre o medo de encarar picos cascas-grossas como Teahupoo, ela diz que a sensação de perigo é o que motiva a superar os desafios.
?Treinei muito como me encaixar nos tubos desses picos. Fui para Teahupoo preparada para pegar as maiores, mas elas não rolaram durante o WCT e me dei mal, pois só tinha pranchas grandes?, explica a atleta.
Apesar de não ter visto as ondas que esperava em Teahupoo, ela confessa ter se apaixonado pelo local. No entanto, com a saída da etapa do Tour no ano que vem, ela terá que programar trips paralelas para afiar o surf nos perigosos tubos do pico.
?Vou voltar lá muitas vezes. Desta vez não rolou como esperava, mas amei o lugar, com certeza voltarei?, diz a atleta.
##
 Silvana manobra forte para avançar na competição em Itacaré. Foto: Aleko Stergiou. |
Faltam ainda quatro etapas (fora o Billabong Girls Pro) para encerrar a temporada e a brasileira espera fazer um bom resultado ainda este ano.
?Estou tão feliz que tenho até medo de sair da elite. É muito bom estar com as meninas e surfar ondas boas. Era um sonho que realizei. Agora, vou buscar o outro e ser campeã mundial?, afirma determinada.
No início do ano, a atleta mudou-se para Gold Coast, Austrália. Ela confessa ter tido receio no início, mas depois encantou-se com o clima australiano.
 Silvana curte dia de folga na Prainha. Foto: Nancy Geringer. |
Durante o tempo que passou na Austrália, Silvana conviveu mais com as Tops, estudou inglês e surfou também na Indonésia.
No primeiro semestre, ela participou com mais algumas atletas de uma trip para Mentawai e revela que a viagem foi fundamental para aumentar a amizade com as demais companheiras de Tour.
?Foi uma barca alucinante de garotas. Conheci melhor a Chelsea (Georgeson), Sofia (Mulanovich), Melanie Bartels. Foi tão legal que todas choraram na despedida no final da trip?, explica Silvana.
Para ela, seu estilo radical a favorece bastante, inclusive para conquistar a simpatia de competidoras mais experientes. ?Tem a barreira da língua, mas mesmo assim elas me admiram e querem me conhecer. Elas corrigem quando falo inglês errado e me ajudam bastante?, esclarece a atleta.
Silvana também tem aperfeiçoado sua tática nas baterias. No início, ela revela ter perdido pontos importantes por extrapolar demais nas manobras. ?Antes, queria arregaçar, quebrar mesmo. Aí, caía numa manobra importante e perdia muitos pontos. Agora, estou um pouco mais contida?, brinca a competidora.
A atleta é a única brasileira garantida nas quartas-de-final do Billabong Girls Pro. Ela disputa a última bateria da rodada contra a peruana Sofia Mulanovich, campeã mundia 2004. ?A Sofia é uma ótima atleta, mas eu vou com tudo para vencer?, diz empolgada.