Silvana Lima é bicampeã da Taça Deborah Farah

Silvana Lima vence no Rio e é bicampeã do Taça Deborah Farah

Silvana Lima vence no Rio e é bicampeã da Taça Deborah Farah. Foto: Rick Werneck / Divulgação.
A cearense Silvana Lima venceu neste domingo, na Barra da Tijuca, Rio de Janeiro, a terceira e última etapa do Circuito Petrobras de Surfe Feminino, garantindo o bicampeonato da segunda Taça Deborah Farah, e do SuperTrials, divisão de acesso do surfe brasileiro.

 

Silvana derrotou na final a potiguar Alcione Silva, repetindo assim o resultado da segunda etapa, em Maracaípe, Pernambuco, mas o título do circuito chegou já na semifinal, num duelo cearense.

 

A campeão passou pela conterrânea Tita Tavares, até então líder do Petrobras de Surfe Feminino e pôde comemorar. Tita e Suelen

Silvana Lima vibra com a vitória e o bicampeonato. Foto: Rick Werneck / Divulgação.
Naraísa, derrotada por Alcione na outra semifinal, dividiram a terceira colocação.

 

A tensão tomou conta da areia quando as duas meninas que estão dominando o surfe brasileiro neste ano entraram na água: Tita, que já garantiu o título do SuperSurf por antecipação, e Silvana, que lutava pela coroa do SuperTrials e do Circuito.

 

Silvana competiu mais solta e contou com a sorte para achar as melhores ondas com cerca de meio metro e inconstantes, dominando a bateria do começo ao fim. Silvana acredita também que o fato de sua adversária ter competido sem o strep (cordinha que prende a prancha ao pé da surfista) a deixou com menos confiança.

 

?Existe um respeito muito grande entre nós duas. O mar estava bem complicado e acho que Tita ficou preocupado em perder a prancha e isso me ajudou. Não esperava ganhar dois títulos importantes de uma só vez?, disse Silvana, lembrando que teve sorte na escolha de ondas.

 

?Cada bateria é uma história e desta vez, infelizmente faltou sorte para mim?, confirmou Tita.

 

As duas agora partem para um desafio comum. Conseguir bons resultados nas duas etapas havaianas do World Qualifying Series (WQS), segunda divisão mundial, e obter vaga no World Championship Tour (WCT) de 2004, para aí se unirem à catarinense Jacqueline Silva, vice-campeã do mundo em 2002 e integrante da elite do surfe.

 

Experiência pelo menos não falta a Tita, que já disputou o WCT e venceu duas vezes a etapa de Haleiwa.
       
Apesar de toda a festa para Silvana, a surfista que mais ganhou reconhecimento foi Alcione Silva. Campeã mundial amadora em 2000, em Portugal, ela está sem patrocínio e não tem como competir fora de Natal.

 

Ela não participou da primeira etapa e conseguiu disputar a segunda porque vendeu uma televisão para custear sua ida a Pernambuco. Alcione recebeu a ajuda de um amigo para ir ao Rio, de ônibus, numa viagem de três dias, e iria dormir no palanque da competição, pois não tinha como pagar hotel, se não fosse a longboarder Cris Pires, que a recebeu em casa.

 

Nas duas etapas que competiu, Alcione ficou na segunda colocação, e estava muito emocionada no pódio, quando falou um pouco de suas dificuldades.
 
?Eu já tinha desistido de competir, mas meus pais me deram muita força, dizendo que eu tinha de ir atrás do meu sonho. Por isso vendi a televisão para ir a Maracaípe e vim para o Rio disposta a dormir no palanque?, revelou Alcione, que mesmo antes da bateria final recebeu o apoio de Silvana.         

 

?A Alcione é uma guerreira e merece todos os aplausos. Antes da final disse isso para ela, que ela não pode desistir?, disse Silvana.

 

Nas categorias Mirim (até 16 anos) e Open, brilhou a paulista Luiza Romann, vencendo as duas, deixando em ambas Gabriela Teixeira, do Rio de Janeiro, em segundo.

 

A paraibana Diana Cristina, de apenas 13 anos e descendente da tribo potiguara, da Paraíba, ficou em terceiro na Mirim e em quarto na Open. No longboard, a carioca Mainá Thompson venceu a etapa e também conquistou o bicampeonato do Circuito. 

 

A decepção de Diana foi compensada com sua vitória numa bateria especial, que reuniu quatro gerações de surfistas. Diana ficou em primeiro, com Renata Borges, primeira campeão do Brasil, em 86, em segundo, Brigitte Meyer em terceiro, e Eliane Oliveira, uma das pioneiras do esporte, em quarto.

 

O Circuito Petrobras sorteou uma passagem para o Hawaii entre as profissionais que disputaram as três etapas e a vencedora foi Bruna Queiroz.

 

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Resultados

 

Profissional

 

1 Silvana Lima (CE)
2 Alcione Silva (RN)
3 Tita Tavares  (CE)
3 Suelen Naraísa (SP)
5 Andréa Lopes (RJ)
5 Jacqueline Silva (SC)
5 Juliana Guimarães (RJ)
5 Alessandra Vieira (RJ)

 

Longboard

 

1 Mainá Thompson (RJ)
2 Thaís Tedesco (RJ)
3 Ângela Bauer (RJ)
4 Rita Helena (SP)
 
Open

 

1 Luiza Romann (SP)
2 Gabriela Teixeira (RJ)
3 Flávia Soares (SP)
3 Diana Cristina (PB)

 

Mirim

 

1 Luiza Romann (SP)
2 Gabriela Teixeira (RJ)
3 Diana Cristina (PB)
3 Nyorai Bettero (SP)
 

Ranking Circuito Petrobras de Surfe Feminino após três etapas

 

1 Silvana Lima (CE) ? 4.005 pontos
2 Tita Tavares (CE) – 3.690
3 Andréa Lopes (RJ)  e Suelen Naraísa (SP) ? 2.925
4 Thaís de Almeida (RJ) ? 2.873
5 Jacqueline Silva (SC) ? 2.595
6 Alcione Silva  (RN) ? 2.580
7 Juliana Guimarães (RJ) ? 2.505
8 Brigitte Meyer (RJ) ? 2.341
9 Francisca Pereira (SP) ? 2.010 
 

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